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domingo, 30 de novembro de 2014

Metrô apresenta ótimo futebol, bate Mãe Luzia e enfrenta o maior rival na final

Opa.

Finalmente o blog está de volta ao Campeonato Regional da LARM. E para manter o nível alto, voltamos já cobrindo o jogo de volta das semifinais do certame, ou seja, partida cheia de emoção e ânimos à flor da pele. Dessa vez, em campo reuniam-se os escretes de Metropolitano e Mãe Luzia, na casa do primeiro, o Estádio Darci Marini, no bairro Bortolotto, em Nova Veneza. E, no sábado (29), o primeiro ingrediente especial já havia sido jogado para essa partida. Explico.

GE Metropolitano, escalado com: Cleiton, Genison, Ramon, Will, Willian Barcelos e Passarela (em pé); Ricardinho, Luan, Filipe, Renan e Foguinho (agachados). (Foto: Matheus Pereira)
EC Mãe Luzia, em campo com: Pipoca, Gabriel, Cleomar, Genilson, Marcelo Cunha e Júlio César (em pé); Romennig, Biá, Flavinho, Dido e Everton Boff (agachados). (Foto: Matheus Pereira)
Para combater o calor fortíssimo que faz por essas bandas, só com muita água (Foto: Matheus Pereira)
No sábado, o Caravaggio, maior rival do Metrô, bateu a Carbonífera Criciúma na prorrogação e garantiu a primeira vaga para a finalíssima do Regional. O clube de Nova Veneza, por sua vez, precisava apenas de um empate para se garantir também e, pela segunda vez na história, propiciar o famoso "Clássico da Polenta" na decisão. Para isso, a presença nas arquibancadas do estádio que mais visitei neste blog esteve entre média e boa, numa tarde ensolarada de domingo.

Devido ao atraso da equipe do Mãe Luzia em subir a campo, o jogo começou vinte minutos depois do previsto. O lado bom é que nesse momento o forte vento nordeste que fazia já havia cessado. Porém, quando já eram 16h20, a bola rolou para que o clube criciumense buscasse reverter o resultado de 1x2 que havia se instaurado na partida de ida, no Olavo de Assis Sartori. Já o Metrô queria garantir a vaga para enfrentar o rival na final e buscar o tri-campeonato.

Everton Boff ajeita a bola para cobrança de falta (Foto: Matheus Pereira)
Genison marcado de perto pelo mesmo Boff (Foto: Matheus Pereira)
E o jogo já começou a todo vapor. A serelepe dupla Luan/Foguinho já deu mostras do que viria logo aos 3 minutos, quando o ruivo balançou as redes, embora em posição de impedimento, e o tento foi anulado. Mesmo assim, a equipe da casa continuou pressionando, sem deixar transparecer a vantagem que tinha no placar. Jogando a favor do pouco vento que ainda restava, muitas vezes suas jogadas ofensivas, puxadas pelos dois já supracitados, parava nas luvas de Júlio César.

O Mãe Luzia ainda buscava responder, e conseguia encaixar alguns ataques; aos 7, Biá soltou a bomba em cobrança de falta e tirou tinta da trave. Pouco mais tarde, encontraram o centroavante Romennig na área e ele cabeceou para cima, isolando. Na base da velocidade, o time da casa engrenava e entusiasmava a torcida, que comemorava nas jogadas rápidas que o Metrô fazia.

Foguinho, encoberto pelo adversário, iniciando uma jogada (Foto: Matheus Pereira)
E sendo abraçado pelos companheiros após abrir o placar (Foto: Matheus Pereira)
As jogadas pelo lado direito do ataque da equipe, organizadas por Genison e Luan, não paravam, e de tanto tentar uma hora a bola teria de balançar a rede. Esse momento veio somente aos 33 minutos, quando o meia Luan fez linda jogada e deixou à feição para Foguinho, que bateu rasteiro e decretou a abertura do placar no Darci Marini. O garoto-xodó da torcida causou ovação das bancadas, que nem imaginavam o que estava por vir.

Apático, o Mãe Luzia não ofereceu resistência e falhou na linha do impedimento sete minutos depois, quando novamente o serelepe ruivo recebeu em profundidade e encheu o pé no alto, ampliando a contagem para 2 a 0 e colocando as duas mãos na vaga à final. O futebol do Mãe Luzia, que parecia ter desaparecido na parada técnica, não era páreo para mudar o paradigma da partida, e somente um desastre tiraria a vaga dos locais.

O artilheiro da noite é abraçado por Jucemar após o segundo gol (Foto: Matheus Pereira)
Luan faz pose na marcação de Dido (Foto: Matheus Pereira)
No restante da etapa inicial, que foi até os CINQUENTA UM minutos inexplicavelmente, o Mãe Luzia, mortíssimo, não apresentou resistência alguma ao escrete momentaneamente vitorioso. No intervalo, nós, da imprensa, recebemos saborosas bolachas e pão-de-mel, atitude aprovadíssima por este que vos escreve. Aí foi fácil de aguardar o recomeço do jogo e o tempo de intervalo passou bem rápido.

Para a segunda etapa, a equipe visitante veio com a entrada do atacante Macaco - que, inclusive, ao passar pelas bolachas também tratou de catar algumas - e logo melhorou na partida. Passou a combater o domínio do Metropolitano com mais vontade, procurando reagir e buscar uma improvável virada - que teria de vir aliada a uma vitória também na prorrogação -, e o jogo se tornou equilibrado.

André Gaúcho corta e deixa Will voando (Foto: Matheus Pereira)
Árbitro Cleomar Abegg teve trabalho (Foto: Matheus Pereira)
Pouco mais tarde, quase tivemos ocorrência de CENAS LAMENTÁVEIS no Darci Marini. Quando o meia Everton Boff foi derrubado na área do Metrô e o árbitro nada marcou, alguém que pertence à comissão técnica do Mãe Luzia reclamou veementemente e, quando foi expulso, partiu para cima do dono do apito, Cleomar Abegg, e teve de ser contido pelos jogadores. Tudo só se apaziguou quando o atacante Biá retirou o cidadão do gramado.

A coisa ficou preta realmente para o Mãe Luzia quando, aos 23 minutos, o zagueirão Genilson derrubou Foguinho numa clara e manifesta chance de gol e viu o cartão vermelho ser aplicado pelo juiz. Depois de muito tempo de reclamação, o atleta saiu de campo e foi muito hostilizado pela torcida local, aplaudindo ironicamente em direção às arquibancadas e recebendo algumas palavras de carinho em resposta.

Cleomar chama Genilson enquanto puxa o cartão vermelho (Foto: Matheus Pereira)
Will com a bola pelo meio (Foto: Matheus Pereira)
Quando o jogo já se tornava sistemático, sem muitas emoções e com várias alterações, o lateral Marcelo Cunha, do clube visitante, reacendeu os corações presentes no Marinão com uma PEDRADA de fora da área, obrigando linda defesa de Passarela. No lance seguinte, o veloz Rodrigo Zeferino, que havia entrado no decorrer da segunda etapa, foi à linha de fundo e cruzou rasteiro, mas Fogo furou o que seria seu hat-trick.

No lance seguinte, porém, Zeferino correu muito (mesmo) e invadiu a área, pronto para balançar as redes, até ser derrubado por Marcelo Cunha. O lance era pra vermelho, mas apenas o amarelo foi aplicado para o lateral visitante; no entanto, isso não gerou reclamação alguma, visto que o jogo já estava parcialmente decidido. O caixão foi considerado "fechado" quando Luan converteu a penalidade e fez o gol que estava merecendo desde o início, 3 a 0.

Num dos últimos lances da partida, Édipo faz lançamento (Foto: Matheus Pereira)
Ainda restou tempo para uma confusão nas arquibancadas e, aí sim, o aparecimento de cenas lamentáveis entre adeptos dos dois clubes, mas foi prontamente encerrada com muita gente saindo de campo, embora restassem vestígios e garrafas quebradas quando deixei as dependências. Rodrigo Zeferino ficou no quase pelo Metrô quando tocou na saída do goleiro, enquanto Macaco jogou a última chance do Mãe Luzia nas mãos de Passarela.

No último lance da partida, Zeferino ainda teve um gol anulado, e ficou lamentando-se muito pois queria o dele. Mas o rumo do confronto não se alterou: Metropolitano 3x0 Mãe Luzia foi o placar final, e enquanto parte da torcida gritava "freguês" para o adversário, outra comemorava a final contra o Caravaggio, seu maior rival, repetindo o Clássico da Polenta na decisão, como em 2007 (na ocasião, o Metrô levantou a taça).

Foguinho sendo agraciado com o prêmio de melhor jogador (Foto: Matheus Pereira)
Depois de sair do estádio, ainda dei uma passada numa genial gelateria no centro da cidade, e fica aí a dica gastronômica do Desprovidos. Nossos compromissos estão diminuindo, e a primeira partida da final já é semana que vem. O sul do estado vai FERVER. Estaremos lá acompanhando.

Abraços.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Caravaggio faz o dever de casa, vence Serrano, e aguarda decisão do título sub judice

Buenas.

No domingo (23), também haveria jogo para ser coberto aqui no blog, claro, afinal o ritmo é frenético e o bonde, amigos, o bonde não para. Era mais uma vez uma partida válida pelo Campeonato Sul-Brasileiro de Futebol Amador, terceira rodada, que poria frente a frente o dono da festa, Caravaggio, contra os gaúchos do Serrano. Novamente tudo se daria no Estádio da Montanha; enquanto isso, o outro jogo do dia, entre Ferroviários e Bandeirantes, acontecia no Darci Marini, em Nova Veneza.

Caravaggio FC, que atuou com: Pedro Paulo; Rodrigo (Robinho), Maicon, Tijolo e Muca (Renan); Renato (Júnior), Marquinhos, Dudu, Gelinho e Gutierri (Juninho); Romennig (Kanu). (Foto: Matheus Pereira)
EC Serrano, jogando com: Maikol; Pelé, Tinga, Marcinho e João Pedro (Jefferson); Balu (Douglas), Murilo (Jorter), Baixinho (Leandro) e Paulo César; Clebinho (Diego) e Eduardo Alemão. (Foto: Matheus Pereira)
Mas vocês logo devem ter reparado o "sub judice" no título do post, né? Pois bem. O Ferroviários, que representa São Paulo no certame, inscreveu seus jogadores no dia 21 de novembro, quando estava bem claro no regulamento que só seria permitidas as inscrições até o dia 20. O presidente do Caravaggio, quando soube, já antecipou que entraria com recurso e a decisão do título só não terminaria nos tribunais nesta tarde caso o Bandeirantes vencesse o time paulista ou o Caravaggio metesse 5 a 0 e no outro jogo tudo ficasse igual.

No entanto, antes do início da partida, ninguém da equipe de Nova Veneza sabia do fato, apenas este que vos escreve - informado pelo excelente Tá no Filó, que foi quem fez o levantamento - e alguns ilustres repórteres, com a informação sendo espalhada pela arquibancada velozmente durante a partida. Enfim, na tarde de domingo, junto a mim para a Montanha foi my companjera Pupella, que, pra variar, contribuiu com algumas fotos do post. 

Jogada parada para atendimento ao atacante Romennig, que saiu lesionado (Foto: Pupella Cardoso)
Gelinho preparado para fazer cobrança de falta (Foto: Matheus Pereira)
Precisando da vitória, o Caravaggio desde o princípio já buscou pressionar o escrete gaúcho, que, por sua vez, ainda MORDIDO do dia anterior, não poupou reclamações ao árbitro Ramon Abatti Abel desde o começo da partida. Apesar do domínio espacial, porém, o Carava não conseguia converter as chances que tinha, que nem eram lá tão frequentes. O primeiro lance que levantou os fios de cabelo dos presentes foi pelo lado dos visitantes.

Aos 17, após lançamento, o goleiro Pedro Paulo saiu do gol e tirou de cabeça, indo parar fora da área; no entanto, a bola caiu nos pés de Baixinho, que prontamente arriscou de cobertura e obrigou o goleiro a voltar correndo e salvar o clube local com uma defesa voadora. Depois do lance, os comandados de Maurílio Gralha acordaram e conseguiram chegar com perigo; aos 20, Muca fez jogada individual e tocou para ninguém desviar. Minuto mais tarde, Romennig cabeceou para fora naquele que foi sua última finalização na partida, visto que pouco depois ele se lesionou.

Dividida perto da lateral do campo (Foto: Matheus Pereira)
Gutierri e João Pedro lutando pela posse da pelota (Foto: Matheus Pereira)
Esporadicamente, o Serrano conseguia responder com perigo. Aos 27, o experiente meia Paulo César, maestro da equipe, levantou na área e Clebinho voou para cabecear, mas acabou jogando para fora. Três minutos depois, o banco todo do clube gaúcho reclamou veementemente de um pênalti não marcado sobre o meia Baixinho, que dividiu com Renato e caiu no chão, num lance duvidoso. Mas quem seguia melhor em campo era o Caravaggio; a equipe chegou a acertar o travessão duas vezes na mesma jogada, com Renato e Tijolo.

No lance seguinte, porém, cobrança de escanteio e o zagueirão Maicon estava lá para cabecear para o fundo das redes e tirar o zero do placar, marcando o primeiro gol da equipe neste Sul-Brasileiro. Logo em seguida, Gelinho obrigou boa defesa do goleiro Maykol com chute de longe. O gol estava ficando mais maduro ainda, e mais quatro eram necessários - e isso caso desse tudo certo no outro jogo do horário.

Pintando um cartão amarelo na muvuca (Foto: Pupella Cardoso)
Cobrança de lateral feita por Muca (Foto: Matheus Pereira)
Tanto é que aos 42, logo depois do lance acima citado, Gutierri recebeu no fundo, driblou o goleiro e chutou para as redes vazias, alargando a vantagem para dois a zero. A partir daí, nada aconteceu até que ocorresse o fim do primeiro tempo, apenas esparsas reclamações do Serrano pelo número grande de amarelos mostrados para os atletas, e bastante posse de bola por parte do Caravaggio. Enquanto isso, chegava a informação de que no MARINÃO estava 2 a 0 em favor do Ferroviários.

No intervalo, houve sorteio de premiações para quem estava presente na Montanha, e quem ganhou o prêmio principal foi um senhor com a camisa do Mãe Luzia, de nome Aranha. Simpaticíssimo ele. Enfim, quanto ao futebol, eram notáveis os murmurinhos que corriam no concreto das arquibancadas devido à escalação irregular do clube paulista. Todos passaram a ter conhecimento do fato nesse momento, inclusive o presidente do Carava.

O tal do Aranha, figuraça, que comemorou a premiação pulando nas arquibancadas (Foto: Matheus Pereira)
Kanu cai após boa intervenção de Maykol (Foto: Pupella Cardoso)
Com a bola rolando, o Serrano novamente assustou no início, com uma cobrança de falta primorosa do camisa 10 Paulo César, na gaveta, que obrigou Pedro Paulo a voar para defender. Porém, logo em seguida, um erro da defesa do time gaúcho deixou Gutierri livre na frente do goleiro, mas ele acabou batendo sobre Maykol. Aguerrido, os visitantes ofereciam oposição e mesmo já eliminados não se entregavam para o time local, tornando a vida do Caravaggio difícil.

Kanu, o centroavante querido pela torcida mas que não marcava há sete jogos, ainda teve uma chance aos 12, mas o goleiro saltou sobre ele e abafou bem (foto acima). Mas uma hora a redonda teria de entrar para o grandalhão. Essa hora veio oito minutos mais tarde, quando Juninho recebeu sem marcação, aguardou Maykol encostar e só tocou para Kanu empurrar para o gol vazio, 3 a 0. Aí foi plantada a semente da discórdia: houve muita reclamação por parte dos gaúchos de impedimento na assistência.

Reclamação da equipe do Serrano após o gol (Foto: Matheus Pereira)
Robinho preparando jogada em favor do Carava (Foto: Matheus Pereira)
Cinco minutos mais tarde, Renan cobrou falta no travessão e Gelinho, no rebote, converteu para as redes. Mas aí o auxiliar levantou a bandeira assinalando impedimento, que também não ficou claro se foi ou não. O clima foi esquentando entre o banco do Serrano e a torcida local, visto que no amador os atletas não conseguem ficar indiferentes ao que ouvem; mas tudo não passou de uma troca de xingamentos, que logo teve seu fim.

Aos 33, depois de tantos amarelos e reclamações, o Serrano teve um jogador expulso. Jorter, que havia entrado no segundo tempo, chutou a bola longe após fazer falta e reclamar muito, viu a segunda tarjeta e foi posto para a rua. Não é preciso ser vidente para adivinhar que isso só causou mais discórdia, com o atleta demorando a sair de campo e muita falaçada entre jogadores e árbitro.

Paulo César reclamando com o árbitro acerca da expulsão do colega (Foto: Matheus Pereira)
Marquinhos e Eduardo Alemão correm pela bola (Foto: Matheus Pereira)
No fim, o jogo amansou e nenhum lance de destaque aconteceu nos quinze minutos seguintes. Já dados como vencidos, os jogadores apenas aguardaram o fim do confronto, que veio somente aos 50(!) minutos com o apito final de Ramon Abatti Abel; Caravaggio 3x0 Serrano. Os jogadores foram para o gramado confraternizar e conversar, afinal, acima de adversários todos são colegas. Mas, nas arquibancadas, o movimento era outro.

Todos aguardavam pela premiação do vencedor, que acabou sendo o Ferroviários - meteu 6x1 no Bandeirantes -, mas o presidente do Carava já efetuava ligações aqui e acolá para acionar a justiça quanto a escalação irregular de simplesmente todos os atletas paulistas. Segundo ele havia prometido, nessa segunda-feira o clube entraria com uma ação, e caso vença, se sagrará campeão do Sul-Brasileiro de 2014.

Pequeníssimo gif de um lance do segundo tempo; blog também está testando essa ferramenta, além dos vídeos (Fotos: Pupella Cardoso)
Como será o desfecho de tudo isso, ninguém sabe. Com o decorrer do tempo, tentarei informar aqui o que vai acontecendo. Acabei não ficando para a premiação, e por aí acabou meu fim-de-semana interestadual no Desprovidos. No nosso próximo encontro, finalmente teremos de volta o Campeonato Regional da LARM, já com a partida de volta das semifinais. O futebol não para.

Abraços.

domingo, 23 de novembro de 2014

Em jogo quente, Caravaggio não aproveita força da torcida e fica no empate

Olá.

Dando prosseguimento ao acompanhamento deste blog e deste autor ao Campeonato Sul-Brasileiro de Futebol Amador, alguns minutos após o episódio 1 da jornada, era hora do segundo jogo do dia: Caravaggio, dono da casa e contando com a força da torcida, contra a equipe paulista do Ferroviários. Como de praxe, a partida aconteceria no Estádio da Montanha, com forte presença da torcida italiana/alvi-azul de Nova Veneza.

Caravaggio FC, que jogou com: Pedro Paulo; Rodrigo, Maicon, Tijolo (Shayder) e Fá (Renan); Renato, Marcinho (Marquinhos), Gutierri, Gelinho (Juninho) e Everton Boff (Kanu); Romennig. (Foto: Matheus Pereira)
Ferroviários AC, de Bragança Paulista, em campo com: Ricardo; Nandinho, Luís Fernando, Waltinho e Danilo; Baião (Bruno Sacomani), Dodô e Nenê (Salomão); Jorginho (Henrique), Miranda (Lila) e Messias (Itamar). (Foto: Matheus Pereira)
Como dito no outro post, na estreia o clube paulista - campeão do Campeonato Paulista de Futebol Amador - passou o rodo sobre o Serrano, do Rio Grande do Sul: 4 a 0 e a largada na frente da competição, que é de pontos corridos. Já os donos da casa, o já conhecido do público do blog Caravaggio FC, ficou no 0 a 0 ante o Bandeirantes, do Paraná. A equipe alvi-azul foi a campeã da edição de 2013 do Campeonato Catarinense de Futebol Amador.

A presença nas bancadas era volumosa e prometia esquentar o clima do jogo, além de empurrar o clube local para cima do adversário. O elenco do Carava foi melhorado para a disputa do campeonato, com a chegada de Everton Boff, Fá, Romennig, Gutierri e outros atletas que vestem outras cores na disputa do Regional da LARM e disputaram o Estadual de Amadores pelo Rui Barbosa - clube que se sagrou campeão e disputará o Sul-Brasileiro em 2015.

Árbitro Eires Simão teve trabalho desde o início (Foto: Matheus Pereira)
Lateral-direito(!) Nandinho, com a 11, sendo observado por Marcinho (Foto: Matheus Pereira)
O clube bragantino usou de uma artimanha, pra mim inédita, com o intuito confundir o adversário. Eles simplesmente entraram com os números aleatoriamente postos; o 11 era lateral, o 9 zagueiro central, o 5 meia-atacante e o 4 ponta. Isso atrapalhou até mesmo os repórteres locais, que pouco conheciam do clube paulista e ficaram com várias dúvidas no andar do início da partida. Depois de um tempo, porém, se acertaram e todos conseguiram se acostumar.

Valendo-se do efeito do truque ou não, o Ferroviários começou melhor. Logo aos 4 minutos, após boa jogada, o meia Dodô - que jogava com a 6 - bateu cruzado e obrigou boa defesa do arqueiro Pedro Paulo. Aos 9, Nandinho tentou cruzamento e quase fez direto, com o lance sendo mais uma vez interceptado por aquele que guarnece as metas. A equipe da casa só conseguiu pôr as asinhas de fora perto dos 15 minutos, ainda que concedesse espaços ao adversário.

E a treta deu o ar da graça (Foto: Matheus Pereira)
A torcida do Caravaggio não poupou xingamentos (Foto: Matheus Pereira)
Eis que, quando chegavam os 19 minutos, a faísca acendeu e fez a briga - que já estava prevista há tempos - acontecer. Num lance que o Caravaggio pôs a bola para fora, com relutância, para que o atleta adversário fosse atendido, era necessário que Messias, do Ferroviários, devolvesse a bola após um lance de bola ao chão. Pois bem. O cidadão simplesmente CHUTOU a bola em Maicon, zagueiro do time local, e não deu sequer de disfarçar e defender que foi sem intenção.

Aí foi a chave pra tudo acontecer; empurra-empurra daqui, discussão dali, xingamento cara a cara acolá... o saldo foram "apenas" cartões amarelos para jogadores das duas equipes e siga la pelota, diria Milton Leite. Depois do ocorrido, ainda iniciou-se uma briga entre o banco do Ferroviários e os torcedores do Caravaggio, colados no alambrado, e ambas as partes tiveram de ser contidas pelo quarto árbitro e pela comissão técnica do time local.

Mais reclamações... (Foto: Matheus Pereira)
Dividida perto da lateral (Foto: Matheus Pereira)
Com a bola rolando, aos poucos, o Caravaggio cresceu em campo. Aos 29, Gutierri obrigou linda defesa do goleirão Ricardo com um belo sem-pulo. Dois minutos depois, Everton Boff faz boa jogada, não toca para Romennig livre e chuta, mas a bola sai em linha de fundo. A resposta dos paulistas vinha com jogadas perigosas; aos 38, novamente Dodô fez trabalhar Pedro Paulo em chute de longe.

O ritmo do jogo foi se tornando, então, "devagar quase parando". O clima raivoso que pairava antes foi esmorecendo, o Ferroviários abusava do cai-cai para matar o tempo num resultado favorável a eles, e o Carava foi perdendo a criatividade. Ao fim de 48 minutos, o árbitro Eires Simão deu fim a uma reta final de primeiro tempo fraca, para aquele que começou fulgurante.

Lateral em favor do Caravaggio com parte da montanha que nomeia o estádio ao fundo (Foto: Matheus Pereira)
Jogada de ataque da equipe visitante puxada pelo perigoso Dodô (Foto: Matheus Pereira)
No intervalo, a cena mais marcante do jogo. Bem no meio da arquibancada, estavam os torcedores/parte da diretoria do Serrano, clube que fez o jogo de frente da tarde. Lembram-se que eles saíram muito enfurecidos com o árbitro? Acontece que o sr. Adroaldo era o quarto árbitro dessa partida, e quando se aproximou do delegado para saber o número do substituído, simplesmente levou um BANHO de cerveja dos gaúchos, que nele atiraram um copo. Ficou muito bravo - também pudera.

Depois de passado o momento, o segundo tempo haveria de iniciar. E aí o Caravaggio fez valer o fator casa e saiu já dominando; aos 5, Gelinho deu bom toque de calcanhar para Everton Boff, que bateu de primeira e a bola passou rente à trave. A resposta do Ferroviários veio um minuto mais tarde, com Baião, mas o lance que realmente arrancaria suspiros da torcida viria pouco mais tarde, para comprovar o azar que vivia o Carava.

Maicon perseguindo Lila, do Ferroviários (Foto: Matheus Pereira)
Novamente clube paulista tentando armar ataque (Foto: Matheus Pereira)
Numa jogada esplendorosa de Everton Boff, Gelinho bateu colocado, o goleiro deu rebote justamente nos pés de Boff, que encheu o pé e a pelota encontrou Gutierri, sozinho, dentro da área; ela desviou nele, beijou o travessão e saiu, para desespero dos torcedores presentes na Montanha. Com mais posse de bola, o Caravaggio ainda viu Pedro Paulo salvar lá atrás em mais um chute de Dodô, meia cabeludo do clube paulista.

Foi aí que o jogo praticamente acabou. Sim, no início da etapa final. Mas, com MUITO cai-cai e jogadas facilmente interceptadas pela defesa, a posse de bola do time da casa não foi o suficiente para voltar a assustar, e o jogo se tornou tão morno quanto minha garrafa de água que estava praticamente a tarde inteira na mochila. Não adiantou Gralha - treinador do Caravaggio - alterar quase todos os setores da equipe, que seguiu com pouca criação.

EIS QUE DE REPENTE (Foto: Matheus Pereira)
Atletas encurralam o juizão em reclamação (Foto: Matheus Pereira)
No final, quando já batia o desespero e os chutões eram frequentes, Kanu teve nova chance, aos 42; ele recebeu na frente, e quando adentrava a área bateu cruzado, com a bola passando mais uma vez rente à trave. Mais tarde, na última finalização da partida, o volante Marquinhos bateu por cima. O jogo ia até 50, no entanto ainda sobrou tempo para uma nova polêmica.

O time do Caravaggio era só pressão no campo de ataque, sufocando o Ferroviários, e teve um escanteio a seu favor quando o cronômetro já passava do tempo regulamentado pelo árbitro. Mas o sr. Eires resolveu finalizar a partida ali mesmo, sem deixar o escanteio ser cobrado: Caravaggio 0x0 Ferroviários. Mas preciso dizer que deu confusão? Os jogadores e - principalmente - a comissão técnica do clube partiram para cima do dono do apito, e ele só conseguiu entrar no vestiário e fechá-lo depois de muito esforço, deixando a discórdia para os enfurecidos reclamões do lado de fora.

Muita confusão marcou o fim do jogo (Foto: Matheus Pereira)
Dado o fim do jogo, retornei para Criciúma, pois no domingo (23), teria mais. No entanto, eu podia cobrir apenas uma das duas partidas, pois estas ocorreriam simultaneamente, uma ali mesmo na Montanha e outra no estádio Darci Marini, em Nova Veneza, casa do rival Metropolitano. Amanhã vocês saberão qual a partida escolhida e o desfecho da competição, aqui no Desprovidos.

Até mais ver.

Sul-Brasileiro: Bandeirantes vence Serrano e elimina o time gaúcho de antemão

Daí.

Enfim, chegamos ao Campeonato Sul-Brasileiro de Futebol Amador. Ele começou na sexta-feira (21), com duas partidas, mas só me fiz presente neste sábado, para cobrir uma jornada dupla no Estádio da Montanha, no Caravaggio, Nova Veneza. Em campo, os gaúchos do Serrano, de Canela, enfrentavam o Bandeirantes, de Colombo, representante paranaense na competição. Na primeira rodada, o Serrano havia perdido de 4 a 0 para o Ferroviários (SP), enquanto os paranaenses ficaram no zero com o Caravaggio.

EC Serrano, de Canela, que foi a campo com: Zaqueu; Jefferson (Andinho), Rogério (João Pedro), Marcinho e Tinga; Douglas, Pelé (Jorter), Baixinho, Diego e Paulo César (Murilo); Vinícius (Clebinho). (Foto: Matheus Pereira)
Bandeirantes FC, de Colombo, escalado com: Clodoaldo; Carlos Henrique, Sanderson, Carlinhos e Farofa; Bruno (Douglas Menegassi), Rubão, Kairo e Everton (Willian); Marcelinho (João Magno) e Cristiano (Wallyson). (Foto: Matheus Pereira)

Campeão da Taça Paraná, o Bandeirantes entrava como favorito à vitória pelo que foi apresentado na rodada de estreia. enquanto o campeão do Campeonato Gaúcho de Futebol Amador, o Serrano - que não conquistava o certame pampeiro desde 1998 - buscava a recuperação após a derrota pesada para os paulistas do Ferroviários. O público nas arquibancadas ainda era modesto, mas aumentava gradualmente com o passar do tempo.

Já nos céus sul-catarinenses, o sol reinava estonteante. Sorte a nossa que isso durou "apenas" até a metade do primeiro tempo da partida inicial, quando as nuvens o encobriram e o calor ficou um pouco mais tolerável. Enfim, quando o relógio marcava ainda 14h57 (jogo estava marcado para as 15h), o árbitro Adroaldo Pacheco de Souza deu início ao segundo dia de Sul-Brasileiro e à minha jornada dupla.

Bandeirantes carrega a bola pelo meio (Foto: Matheus Pereira)
Jogada no meio de campo (Foto: Matheus Pereira)
A partida começou equilibrada. As duas equipes mediam forças no meio-campo, sem muito se lançar ao ataque. Porém, quando uma delas foi, acabou balançando as redes, logo no início. Eram seis minutos quando o experiente meia Paulo César aproveitou bola rolada para o meio de Diego e bateu no fundo do barbante, fazendo 1 a 0 para o Serrano. Mesmo depois do tento, o jogo voltou a ser o que era: muito equilíbrio e pouca finalização.

E foi aí que começou a reclamação exacerbada do banco de reservas dos gaúchos com o árbitro, que se perdeu um pouco no controle do jogo. Mas os suplentes estavam insaciáveis em seus protestos, gerando um clima complicado até mesmo com o quarto árbitro, que chegava até eles apenas para pedir calma. Aos poucos, a equipe do Serrano foi deixando o adversário crescer, até demais.

Cartão amarelo para Jefferson; arbitragem foi contestada pelo Serrano (Foto: Matheus Pereira)
Rubão comemora com os companheiros o gol de empate (Foto: Matheus Pereira)
Numa crescente, o clube do Paraná obrigou o goleiro adversário a fazer boa defesa quando eram 23 minutos, em finalização de Marcelinho. Três mais tarde, o camisa 9, Cristiano, recebeu cara a cara com o arqueiro Zaqueu e pegou fraco, jogando a bola nas luvas do cidadão. Mas, uma hora a bola haveria de entrar, tamanho era o volume de jogo do Bandeirantes de Colombo, que trancafiava o Serrano em seu campo de defesa.

Esse momento veio quando já eram 38; uma bonita jogada, de pé em pé, terminou nos pés de RUBÃO, pitbull da volância paranaense, que encheu o pé de fora da área e empatou a contagem na Montanha, 1 a 1. Aos 42, por pouco o serelepe Marcelinho não voltou a balançar as redes em favor do seu time, quando limpou a jogada e bateu por cima. O gol continuava maduro, e o Bandeirantes tinha pleno domínio da posse.

Jogador do Serrano cobrando lateral para as lentes do Desprovidos (Foto: Matheus Pereira)
Atletas comemoram o segundo gol da equipe (Foto: Matheus Pereira)
O Bandeirantes, porém, não deixou que o gol apodrecesse e aproveitou seu período de maturação. Aos 44, o mesmo Marcelinho - melhor jogador em campo - invadiu a área, driblou a defesa e bateu cruzado, virando a partida em favor dos paranaenses, 2 a 1. Ao fim de 48 minutos, o sr. Adroaldo deu como finalizada a primeira etapa, que iria eliminando o Serrano, caso o placar se mantivesse.

No intervalo, os atletas aproveitaram para se refrescar, pois a temperatura continuava alta, mesmo sem tanto sol quanto antes. Enquanto as arquibancadas enchiam e os jogadores de Caravaggio e Ferroviário (jogo de fundo) chegavam para aquecer, a partida recomeçou. E, mesmo em vantagem no placar, o escrete paranaense continuava melhor; logo aos 2, Farofa bateu cruzado e a bola passou rente à trave.

João Pedro carrega a bola pela lateral, marcado de perto pelo atento Rubão (Foto: Matheus Pereira)
Clebinho tenta levar o Serrano ao ataque (Foto: Matheus Pereira)
Sem forças para reagir, o Serrano observava o domínio do Bandeirantes, que, com a vantagem no placar, não tinha o mesmo ímpeto do fim da etapa inicial. Aos 12, Everton chutou rasteiro e Zaqueu, o bom goleiro gaúcho, pegou em dois tempos. Oito minutos mais tarde, a equipe paranaense reclamou de pênalti não marcado pelo árbitro, num lance bastante duvidoso. Ao Serrano, restou arriscar: aos 21, de longe, Pelé arrancou suspiros dos torcedores gaúchos na arquibancada, em um número razoável.

Quem era melhor em campo era mesmo o Bandeirantes, que por pouco não fez o terceiro, mais uma vez com Marcelinho, que escolheu o canto, cara a cara com o goleiro, e desperdiçou. O tempo foi passando e as coisas não foram mudando; em seu primeiro lance em campo, o meia João Magno ainda acertou o travessão a favor do clube do Paraná, que deixava claro que estava com as duas mãos nos três pontos.

Cara feia: árbitro Adroaldo Pacheco de Souza foi alvo de reclamações (Foto: Matheus Pereira)
Jogada rente à lateral, já no fim da partida (Foto: Matheus Pereira)
No fim do jogo, na base da raça, o clube de Canela resolveu fazer uma blitz, e duas grandes oportunidades acabaram nos pés do volante Douglas. Aos 41, após jogada da equipe na área adversária, ele chutou nas mãos do goleiro. E aos 49, no último lance, ele cabeceou para fora quando Andinho roubou a bola no ataque e cruzou. Antes disso, o arqueiro Zaqueu ainda havia feito defesa maravilhosa após Wallyson finalizar um contra-ataque do Bandeirantes.

Apesar de tudo isso, o placar permaneceu inalterado: Serrano 1x2 Bandeirantes. O time do Paraná foi a quatro pontos e se manteve na briga pelo título, enquanto os gaúchos deram adeus e iriam apenas cumprir tabela contra o Caravaggio. Foi pouco o tempo de intervalo até o jogo de fundo, protagonizado pelo clube local e com grande torcida nas arquibancadas. Mas isso é assunto para logo mais.

A bandeira do Caravaggio, novíssima integrante do Estádio da Montanha (Foto: Matheus Pereira)
Daqui a pouco, vem post quentinho do jogo de fundo do dia, além de posterior postagem também sobre o domingo no Sul-Brasileiro. Futebol correndo solto nas veias de Nova Veneza e no Desprovidos.

Até logo.