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domingo, 12 de julho de 2015

Sob nuvens e sobre lama, Triunfo massacra Florianópolis fora de casa

Daí!

Seguindo nossos compromissos semanais nas canchas florianopolitanas, o relato de hoje traz um "até breve" - da cidade, não do blog - ocasionado pelas férias deste que vos fala. Porém, isso é papo pra depois. Por ora, foco no confronto válido pelo Campeonato Municipal de Florianópolis presenciado esta tarde de domingo no bairro de Vargem de Bom de Jesus; no Estádio do SEC Florianópolis, o próprio Florianópolis recepcionou o Triunfo em peleja válida pela terceira rodada do segundo turno do certame.

SEC Florianópolis, que entrou em campo com: Carlos Eduardo; João Victor, Luiz Eduardo, Evair e Dudu; Cláudio, Cris, Léo Gazola (Paulo Ricardo) e Gui (Lipe); Toninho e Claudinho (Sapo). (Foto: Matheus Pereira)
ASCD Triunfo, jogando hoje com: Sarrafo; Renato, Bruno, Jeferson e Laion; Gi (Neto), César (Robinho), Willian Araújo (Foca) e Caio (Edson Galvão); Kelvin e Osvaldo (Victor França). (Foto: Matheus Pereira)
Trio de arbitragem do dia, formado por Fernando Henrique de Medeiros Miranda, Paulo Sérgio Valdir Martins e Juan Leandro dos Santos, junto aos capitães Cláudio Chagas e Gi (Foto: Matheus Pereira)
Fincados no meio da tabela do Grupo A, os esquadrões do Florianópolis e do Triunfo seguem na luta para garantir as vagas nas quartas-de-final do Municipal. No primeiro turno, o encontro entre as equipes havia terminado em vitória por 3 a 2 para a equipe de Sambaqui, hoje visitante, atual campeã da Segundona de Floripa. Com uma boa leva de torcedores em favor da equipe - em mesmo número aos locais, praticamente -, o time do Triunfo prometia novamente dar trabalho ao Florianópolis.

Chegando lá, no mais NEBULOSO dos dias, vi que o gramado estava deveras enlameado. Isso se deve às constantes quedas d'água durante a semana na cidade de "Chovianópolis", e ao pisar dentro das quatro linhas do estádio não-nomeado voltou a cair uma chuvinha fina, daquelas que incomoda; ainda assim, não arredei o pé. Vale ressaltar que encontrei, mais uma vez, o Celso, que cobre as equipes do Norte da Ilha.

Laion, que até ano passado atuava no futebol profissional, cobra lateral pelo Triunfo (Foto: Matheus Pereira)
A rede balançou cedo... (Foto: Matheus Pereira)
Desde os primeiros instantes do jogo, tudo esteve bem movimentado. Uma chance de cada lado quando o cronômetro ainda não havia chegado no minuto dois fizeram este que vos escreve se animar para o que tinha de vir. As redes davam indícios de quem iam balançar cedo. Eram 6 minutos de confronto, quando Kelvin foi lançado, recebeu na frente do goleiro e só deu um tapa para abrir a contagem: 1 a 0.

No lance seguinte, o mesmo Kelvin aproveitou saída atabalhoada do goleiro adversário e tocou para Osvaldo fazer, mas o centroavante finalizou na trave. Sem poder de reação, o Florianópolis buscava em lances esparsos oferecer perigo às metas defendidas por Sarrafo. O meia-atacante Gui girou, mas bateu muito alto. Com facilidade, o Triunfo chegou ao segundo gol antes mesmo d'eu chegar ao terceiro páragrafo relativo aos noventa minutos.

Mais uma comemoração ainda no começo da partida (Foto: Matheus Pereira)
Toninho ginga frente a um mar em dois tons de verde (Foto: Matheus Pereira)
O atacante Osvaldo fez o que quer dentro da área adversária, colecionando adversários deixados para trás, tabelou com Kelvin e fez um belo gol, ampliando a contagem. O time da casa, embalado pelos torcedores colados ao alambrado, que tanto reclamavam com o treinador quanto provocavam os jogadores adversários, buscou na raça ter algum diferencial. Chute aqui, chute ali, todos por cima ou sem força de perigo ao goleiro do Triunfo.

A equipe do Sambaqui ainda levou um susto na etapa inicial, com a queda do atacante Kelvin após dividida. Ele, que até então era o melhor do time em campo, não se lesionou e permaneceu no gramado. Dentro das quatro linhas, ainda viu o volante Cris, do Florianópolis, ser expulso por dois lances bizarros; meteu a mão na bola em contra-ataque adversário e viu amarelo. Até aí tudo bem, mas não deu nem trinta SEGUNDOS até que o mesmo camisa cinco da equipe local deu um pontapé no adversário e foi posto para a rua.

Lateral do Florianópolis faz o lançamento sob a marcação de Osvaldo (Foto: Matheus Pereira)
Laion recebe atendimento na parte lateral do gramado (Foto: Matheus Pereira)
A segunda bola na trave da partida veio com o mesmo Kelvin, que completou de cabeça no poste. O Triunfo seguia pressionando; e, acuado, o Florianópolis deixou novamente Osvaldo sozinho. O camisa nove testou com força após cobrança de falta para decretar o 3 a 0 em 37 minutos jogados no confronto. Pondo o coração na ponta da chuteira, o esquadrão aurinegro tentou. Com Léo Gazola, que falhou no domínio na área; com Claudinho, que chutou longe uma sobra de bola dentro da área. Os visitantes ainda puseram os locais na roda antes mesmo do fim da primeira etapa.

Árbitro Fernando Miranda dando um show de malemolência (Foto: Matheus Pereira)
Caio leva o Triunfo ao ataque (Foto: Matheus Pereira)
A etapa final se iniciou, e o Florianópolis parecia mudar o panorama do primeiro tempo. Claudinho, de cabeça, assustou o goleiro Sarrafo ainda no comecinho do jogo. Ele foi substituído no minuto seguinte, e viu do banco de reservas um gol deveras BIZARRO pintar. O arisco Toninho foi lançado pelo time da casa, o goleirão do Triunfo saiu com muita vontade para dar um chutão e deu uma furada incrível, deixando à disposição para o camisa dez dos aurinegros diminuir o placar: 3 a 1.

O gol foi o divisor de águas do segundo tempo, e tudo voltou a ser como no primeiro; Triunfo melhor, sem dar muitas chances de jogo para os locais, e controlando a partida. Kelvin quase marcou ao bater rasteiro quando invadiu a área, obrigando boa espalmada do arqueiro adversário. Mas Osvaldo, que tem FARO de gol, acertou a cabeça na bola após cobrança de escanteio feita por Willian, e alargou de novo a diferença.

Willian pondo a bola para fora enquanto Claudinho se retorce de dor (Foto: Matheus Pereira)
Levantamento na área, Foca sobe para cabecear (Foto: Matheus Pereira)
O hat-trick das finalizações na trave por parte do escrete verde aconteceu com Foca, que, em seu primeiro lance, também cabeceou na cidadã. O Triunfo não precisava sequer fazer esforço para exercer pressão no campo de ataque do time local; quando passava do meio-campo, o Florianópolis conseguia perder a posse da bola logo em seguida. Edson Galvão, atleta conhecido no futebol profissional catarinense, entrou na etapa final pelo time do Sambaqui, quando o futebol praticado já era quase um TIKI-TAKA.

O guerreiro isolado Toninho buscava um refresco no ar da Vargem do Bom Jesus vez ou outra; tentou uma bomba de longe, mas o goleiro defendeu sem grandes problemas. Azar para o camisa dez local, pois no lance seguinte o lateral Laion fez o que quis, invadiu a área e bateu forte de canhota, aplicando 5 a 1 no placar. O mesmo atleta quase marcou o sexto pouco mais tarde, batendo cruzado e tirando tinta da trave.

Cláudio dá bote sobre Caio (Foto: Matheus Pereira)
No final, ainda duas grandes chances arrancaram suspiros dos torcedores. Edson Galvão tentou de cobertura pelo Triunfo, quase marcando golaço; a bola passou perto. Pelo Florianópolis, Lipe deu um chute do meio da rua e o goleirão Sarrafo se redimiu da falha bizarra no gol e desceu até o andar de baixo para fazer a defesa. No fim de tudo, o jogo terminou nisso: Florianópolis 1x5 Triunfo.

A simpática casinha que dá lugar aos vestiários do estádio (Foto: Matheus Pereira)
Dado o fim da partida, o time vencedor vai a dez pontos, abrindo cinco de vantagem em relação ao primeiro dos que estão fora da zona de classificação, ainda com nove a serem disputados. Se o Triunfo está bem encaminhado para alcançar uma vaga nas quartas-de-final, o Florianópolis segue uma incógnita; rodada após rodada, sendo goleado ou vencendo com autoridade, a equipe segue na quarta posição.

O Desprovidos se despede por ora de Florianópolis, esperando chegar a tempo de presenciar as finais do Campeonato. Ficaremos um tempinho no sul por agora, de onde deve vir também um relato fresquinho, e depois rumamos a uma viagem louca nessas férias, que será explicada mais pra frente.

Até.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Campinas segura VT Canto no Sul da Ilha e mantém invencibilidade

Opa.

Dando prosseguimento à nossa cobertura do Campeonato Municipal de Florianópolis, no domingo ocorreu a segunda parte da rodada dupla do Desprovidos pelo torneio. Mais uma vez nos dirigimos ao sul da ilha, onde, no bairro do Campeche, os locais do Campinas receberiam o VT Canto, em peleja válida pela segunda rodada do segundo turno. O palco do espetáculo seria o Estádio Bartolomeu Manoel Daniel, que já esteve aqui no blog.

SER Campinas, que atuou com: Jeferson; Pita (Samuel), Barra, Binho e Maranhão; Ernesto (Jean), Gregory, Nathan Rosa (Marrom) e Mael (João Eduardo); Max e André (Salgueiro). (Foto: José Tiago de Albuquerque)
FV VT Canto da Lagoa, que levou a campo: Ricardo; Thiago, João Paulo, Idaki e Lon; Gerson (Maurício), Marquinho, Fralda (Luiz Henrique) e Tchê (Guilherme Teston); Lipe e Titã (Jonas Braz). (Foto: Matheus Pereira)
Na foto, o árbitro Vayran da Silva Rosa e seus auxiliares, Fabiano Coelho da Silva (árbitro no relato de ontem) e Adenilson Teófilo Cardoso, além dos capitães João Paulo e Ernesto. (Foto: Matheus Pereira)
Quando cheguei aos gramados do estádio, a foto oficial do Campinas já havia sido tirada pelo grande amigo Tiago, fotógrafo da LIFF, que gentilmente cedeu-a para esse post e foi companheiro de bons papos durante a peleja. O clube local, aliás, liderava com 100% de aproveitamento o grupo B do campeonato citadino, enquanto o VT Canto ocupava a terceira colocação, dentro da zona de classificação às quartas-de-final.

Aliás, no decorrer da primeira etapa surgiu-me uma grande dúvida quanto aos uniformes dos auriverdes. Dos quatro jogos em que já estiveram aqui prestigiados - contando com esse -, foram utilizadas três vestimentas diferentes, deixando este que vos escreve sem saber qual o "oficial". Bom, seja lá qual for, esse de hoje é o pior deles, com esse detalhe que parece um babador no peito. No entanto, todos sabemos que o que ganha jogo não é o uniforme.

Cobrança de lateral pelo Campinas no começo do jogo (Foto: Matheus Pereira)
Jogada no meio da cancha (Foto: Matheus Pereira)
O sol de inverno de Florianópolis conseguiu me enganar mais uma vez, e, como sempre, sumiu antes mesmo dos quinze minutos jogados da partida. Enquanto o frio começava a bater (mas, nem de longe da mesma intensidade do que vivi no Ribeirão da Ilha), o Campinas viu no VT Canto um adversário à altura de sua liderança. O início do confronto se concentrou na meiuca, sem grandes chances, com o jogo se tornando até mesmo meio trancado por muitas vezes.

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Para fugir desse equilíbrio, o onze auriverde buscava sair pelas laterais, e por ali conseguiu se tornar perigoso; Pita, pela direita, e o arisco Maranhão, pela esquerda, eram as principais armas do time da casa para chegar ao ataque. Mas as primeiras chances efetivas de gol saíram de chutes de fora da área, um para cada lado; Lipe bateu falta perigosa em favor dos visitantes, enquanto Nathan Rosa foi quem arriscou de longe e bateu por cima pelo time do Campinas.

Dividida perto da linha lateral (Foto: Matheus Pereira)
Maranhão sobe mais que o adversário para cortar de cabeça (Foto: Matheus Pereira)
Entretanto, o primeiro tempo em si esteve bastante distante de ser um primor técnico. Os torcedores localizados atrás de mim, no gramadão que serve de arquibancada, papeavam sobre a confusão que ocorreu no fim do jogo do Avaí, sobre o trânsito no Rio Tavares e até sobre alguns obscuros conhecidos, de tão interessante que a partida estava. Só deu uma elevada nos ânimos quando o sempre polêmico meia Tchê sofreu falta, reclamou pra lá de acintosamente com Vayran e viu amarelo, que quase ficou barato.

Aos poucos, enquanto os torcedores se distraiam, o VT Canto foi igualando as ações e começando a ditar o ritmo no jogo. Mas os locais ainda eram perigosos no contra-ataque; foi assim após paulada do lateral Lon que Jeferson pegou e repôs rapidamente, pondo o Campinas em velocidade, mas o goleiro do outro lado, Ricardo, foi mais veloz que André para interceptar. O AMARGO primeiro tempo ficou praticamente nisso, restando digno de nota apenas mais uma bomba de Gregory, que obrigou defesa em dois tempos do arqueiro do Canto da Lagoa.

O reclamão Tchê deu trabalho ao árbitro (Foto: Matheus Pereira)

Será que puxaram a camisa do Lipe? (Foto: Matheus Pereira)
Para o segundo tempo, o campo continuou o mesmo, as equipes também, agora o futebol... QUANTA diferença! Não eram nem cinco jogados quando o excelente Lipe levou pela esquerda, fez boa jogada e cruzou na medida para o volantão Fralda concluir para as redes, abrindo a contagem em favor da equipe do Canto da Lagoa. Premiado o time que apresentava melhor futebol desde a segunda metade da etapa inicial. 

Pouco mais tarde, o time local ainda perdeu o lateral Pita, que sofreu estiramento na coxa ao tentar alcançar bola perto da linha de lado. Mesmo assim, após algumas alterações do treinador, o Campinas passou a corresponder em campo. Ainda que na base da correria, é verdade, mas conseguia chegar com relativa eficiência às metas defendidas por Ricardo. André chegou a perder uma cabeçada dentro da pequena área naquela que poderia ser a bola do empate.

Fralda comemora com os companheiros o gol de abertura da contagem (Foto: Matheus Pereira)
Marrom, do Campinas, e Marquinho, do VT, dividem bola e levantam poeira (Foto: Matheus Pereira)
Todavia, apesar de todo o esforço, o poder de fogo do Campinas foi se limitando. Mesmo depois de todas as cinco alterações feitas, parecia que faltava algo para a equipe engrenar - ainda que longe da apatia apresentada no primeiro tempo. Jogando a favor do placar, o VT Canto quase ampliou a contagem num lance isolado, do sempre batalhador centroavante Titã, que finalizou bem, a bola foi desviada e tirou tinta da trave de Jeferson.

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O sempre ofensivo lateral do time da casa, Maranhão, ainda deu mostras de sobrevida à equipe; num belíssimo cruzamento, deixou Max no feitio mas o atacante cabeceou por cima. Oras, se não dava com os pés, era digno usar a cabeça. O garoto João Eduardo não ouviu a indicação, e tentou acertar voleio após contra-ataque, acabando caindo bisonhamente após furar a finalização. No entanto, alguém teria de conseguir cumprir as normas à risca.

Time da casa buscando o ataque na fase final da partida (Foto: Matheus Pereira)
Atletas na luta pela bola (Foto: Matheus Pereira)
Foi já quando a peleja se encaminhava para a finaleira. Em cobrança de falta pela esquerda, um levantamento bem feito na área foi o suficiente para Marrom subir e cabecear no cantinho, empatando o marcador em 1 a 1. Os jogadores do VT Canto, porém, ficaram furiosos, reclamando de uma possível falta do atacante, que teria se apoiado no zagueiro. Em meio às reclamações, apenas mais um chute forte de Lon restou aos visitantes, mas Jeferson defendeu e garantiu o resultado em Campinas 1x1 VT Canto.

Comemoração dos atletas pelo gol de igualdade (Foto: Matheus Pereira)
Ainda que não mais com 100% de aproveitamento, o Campinas mantém sua liderança e a invencibilidade. O clube do Canto da Lagoa, com o empate, permanece na terceira colocação, e nesse momento enfrentaria o Florianópolis no cruzamento de chaves para as quartas-de-final. Muito embora, ainda há muita água para passar por debaixo dessas pontes, restando três jogos para algumas equipes e quatro para outras - e ainda, caso o julgamento do possível W.O. coletivo (entenda) determine que a rodada seja jogada novamente, cinco rodadas para outros.

Cada corvo pousado nos refletores do estádio representou um gol nessa tarde de domingo (Foto: Matheus Pereira)
Para rumar novamente aos meus aposentos, ganhei uma genial carona do já citado Tiago, onde fomos papeando um bocado sobre o futebol amador florianopolitano e suas adversidades. Com as férias da universidade chegando, o Desprovidos só deve estar presente mais uma semana no Municipal, então aguardem com carinho pela chegada do próximo relato. Depois, o que virá vira uma incógnita. Mas sei que caminharemos juntos.

Abraços.

domingo, 5 de julho de 2015

A América é aqui: em dia de decisão da Copa, Bandeirante e Barrense empatam pelo Municipal

Olá!

Voltamos às canchas florianopolitanas depois de três absurdas semanas - após um fim-de-semana de recesso e outro cobrindo a Segundona. No entanto, fomos, mais O Cancheiro, assistir uma peleja válida pela segunda rodada do segundo turno do Campeonato Municipal de Florianópolis. Fomos ao rumo sul, especificamente, ao Ribeirão da Ilha; lá, o escrete local do Bandeirante recebia o Barrense. O palco do espetáculo era o Estádio Fermínio Vieira, estreante por acá.

Bandeirante RFC, que foi a campo com: João Vitor; Rodriguinho, Gabriel (Diego), Du e Ygor; Matheus Santos, Juninho (Messias), Digo (Wagner) e Bruno Dutra; Leandrinho e Wallace (Lipe). (Foto: Matheus Pereira)
Barrense FC, escalado com: Felipe Barrão; Guto, Gui, Andrey e Filipe Botelho (Ademar); Nino (Dudu), Dunga, Coruja (Giovani) e Joel (Walber); Naércio e Flávio (Gustavo). (Foto: Matheus Pereira)
Trio de arbitragem, composto por Fabiano Coelho da Silva, Paulo Sérgio Valdir Martins e Alexandre Bittencourt, além dos capitães Gui e Du. (Foto: Matheus Pereira)
A tarde que o Chile COPOU a América, em Floripa, era deveras fria. Apesar do sol, o vento sul que batia no Ribeirão da Ilha - conhecido por ser o lar dos ventos na Capital - era desumano, e conforme o decorrer do jogo, ao segurar a câmera no tripé cheguei ao ponto de simplesmente não sentir meus dedos. Para chegar lá, ganhei providencial carona do Lucas, do já previamente citado blog parceiro do Desprovidos.

Apesar de ser segundo turno, era a primeira vez que as equipes se enfrentavam no certame; é que a segunda rodada do primeiro, marcada para um meio de semana, não aconteceu. Os clubes, que haviam se recusado a atuar no meio de semana antes mesmo do começo do torneio, bateram de frente com a liga numa atitude louvável e não compareceram às partidas. A LIFF não quis remarcar a rodada, e todos os jogos ficaram num bizarro WO x WO; os clubes ainda correm risco de sofrer punição. Ou seja, como se já não fosse naturalmente difícil fazer futebol amador, ainda existe esse empecilho, que mais parece uma birrinha de quinta série.

Atleta do Barrense carrega a bola, sob a sombra do adversário Wallace (Foto: Matheus Pereira)
Ygor salta nas costas de Naércio, e Flávio reclama (Foto: Matheus Pereira)
Agora, quanto ao jogo: os muros baixos do Fermínio Vieira viram logo aos 30 segundos um chutão ir parar fora do estádio. Lanterna com apenas um ponto, o Barrense fez frente ao time verde e amarelo desde o começo, fazendo o início da peleja ser um tanto corrida. O perigoso Naércio quase fez de cabeça por cima do goleiro num lance genial, mas a bola tirou tinta da trave. O Bandeirante respondeu com um chutão de Leandrinho, que igualmente passou perto.

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Todavia, nervoso, o confronto foi deixando de ser bem jogado para se tornar confuso, cadenciado e pegado. Tanto com atletas adversários quanto entre os da própria equipe; Dunga e Coruja, do Barrense, discutiram feio no meio-campo após erro do primeiro, tendo inclusive que serem apartados pelo capitão Gui. E conforme o frio aumentava, os jogadores esqueciam de jogar e passavam a se tornar máquinas de reclamação; o geralmente bandeirinha Fabiano Coelho, árbitro hoje, ficou de orelhas quentes.

Retrato do jogo nervoso (Foto: Matheus Pereira)
Juninho, do Bandeirante, sai na frente do adversário (Foto: Matheus Pereira)
As poucas oportunidades de gol eram bem divididas entre os dois lados. Bruno, camisa dez dos locais, quase balançou o barbante após chute colocado. Pouco mais tarde, começou a temporada de reclamações de penalidade por parte do Barrense. A primeira foi depois de uma dividida em que o árbitro assinalou falta de ataque, para desespero do banco de reservas da equipe, que estava crente da infração maior.

Talvez animado pela POLÊMICA, o escrete alviazul cresceu. E após bonita jogada de ataque, a bola ia sobrando limpinha para o camisa onze Naércio, mas Joel se meteu na frente do companheiro tentando finalizar e simplesmente tirou o gol de abertura do placar dos pés do garoto. Melhor em campo, o time da Barra da Lagoa teve mais motivos pra reclamar logo na sequência do lance, onde pediu pênalti sobre Joel e o árbitro mais uma vez nada apitou.

Coruja e Ygor brigam pela posse da bola (Foto: Matheus Pereira)
Fabiano Coelho da Silva foi alvo de reclamações por parte do Barrense (Foto: Matheus Pereira)
Ainda no finzinho do primeiro tempo, aconteceu a finalização que mais perto passou de balançar as redes. Bruno Dutra cobrou falta em diagonal e obrigou linda defesa do arqueiro Felipe Barrão, que foi no terceiro andar e arrancou elogios do maqueiro presente. O goleirão do Barrense é, aliás, oriundo dum tradicional torneio de futebol de areia que acontece na Barra da Lagoa no verão, segundo a resenha entre o delegado da partida e o já referido maqueiro.

O belo monte, pertencente à geografia da Serra do Tabuleiro, nos fundos do estádio (Foto: Matheus Pereira)
Diferentemente da etapa inicial, o segundo tempo começou movimentado. Nem bem tinha saído do descanso e o gol debutante já saiu: depois de um longo bate-rebate dentro da área, o camisa nove do escrete verde e amarelo, Wallace, pôs para dentro e abriu a contagem no Fermínio Vieira. O resultado dava a possibilidade do time do Ribeirão da Ilha terminar a rodada na liderança e afundava ainda mais o Barrense no último lugar.

Sabendo disso, a equipe da Barra da Lagoa reagiu e passou a exercer pressão logo em seguida, controlando o jogo e equiparando as ações. O zagueiro Andrey, de cabeça, quase igualou a contagem nesses minutos sequentes. Quanto ao CENÁRIO, o vento aumentou, e o frio que já congelava meus dedos, passou a estar perto de se tornar irritante. Por vezes, a bola sequer fazia seu percurso correto devido às fortes rajadas de vento sul.

Jogadores comemoram o tento de abertura, enquanto o atleta do Barrense lamenta (Foto: Matheus Pereira)
Dividida perto da lateral (Foto: Matheus Pereira)
Como se a dor de cabeça para o árbitro já não estivesse grande o suficiente, num devido momento o atacante Leandrinho, do Bandeirante, subiu para dominar com o braço levantado e supostamente acertou o zagueiro Andrey, do Barrense. O atleta da equipe visitante ficou bastante nervoso, e uma discussão generalizada se instaurou; no fim de tudo, o camisa 7 do escrete local levou cartão amarelo, mas foi só.

Leandrinho (7) foi o pivô da discussão (Foto: Matheus Pereira)
Aos poucos, no entanto, o time visitante foi dando mostras de que toda a força apresentada era fogo de palha. O Bandeirante igualou as ações e quase marcou o segundo quando o mesmo Leandrinho cabeceou forte após cruzamento, e o goleiro encaixou. Assim como na etapa inicial, o jogo foi se tornando pegado, parando toda hora, seja devido às várias faltas, seja com as frequentes quedas de jogadores de ambas as equipes.

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Era tanta reclamação e troca de insultos entre os lados que ficou óbvio que a partida terminaria com menos de vinte e dois jogadores. Lipe, do Bandeirante, e Guto, do Barrense, trocaram ofensas demais e foram postos para a rua, com direito ao juiz mandando eles "continuarem a briga lá fora". O lateral do clube da Barra da Lagoa até chamou o adversário para um papo do lado de fora do campo, mas o mesmo deu de ombros.

Uma das inúmeras vezes de jogo parado para atendimento (Foto: Matheus Pereira)
Ademar (E) e Rodriguinho (D) na disputa (Foto: Matheus Pereira)
O meia-atacante Leandrinho não se dava satisfeito com o um a zero - num dado momento, ganhou a bola do zagueiro Andrey e tentou de cobertura, mas a defesa salvou sobre a linha aquele que seria A PINTURA da tarde. Mas o destino é atroz e mói os sonhos mais belos sem dó alguma. O cronômetro batia nos quarenta, quando uma finalização fulminante veio de longe pelo Barrense; o goleiro João Vitor rebateu, a zaga paralisou observando e Dudu entrou totalmente sozinho na área para marcar no rebote.

Os minutos finais ainda serviram para aquele que foi o momento que mais se repetiu na partida acontecer mais uma vez: o Barrense pedir penalidade máxima. Dessa vez, argumentaram uma possível mão do zagueiro Bandeirante, mas sem grande veemência; ao fim dos noventa minutos, o resultado assinalava Bandeirante 1x1 Barrense. As duas equipes permanecem nas suas posições; o time alviazul, mais afundado ainda na lanterna após o Cruz de Malta vencer seu jogo.

Gol de Dudu deu números finais ao confronto (Foto: Matheus Pereira)
Jogadores travam batalha pela bola no meio-campo (Foto: Matheus Pereira)
Na volta, enfrentamos o FAMOSO congestionamento do Rio Tavares. Foi mais de uma hora num trajeto normalmente feito em quinze ou vinte minutos, mas conseguimos sobreviver a esse caos e chegar sãos e salvos nas suas devidas casas. E no domingo, o Desprovidos já esteve presente em mais uma peleja pelo Municipal, mas isso é papo para daqui a um pouco mais. Por agora, me despeço por aqui.

Abraços.