domingo, 30 de agosto de 2015

Retrato de um delírio quadricolor: Brusque volta a copar Cambura e ergue a taça da Segundona

Daí!

Tínhamos um compromisso inadiável neste fim-de-semana. Daquele que imprevisto nenhum seria capaz de impedir nossa presença. Oficialmente, nossa primeira decisão de título profissional! Para isso, o Desprovidos, mais O Cancheiro, se deslocou até Brusque, onde, no Estádio Augusto Bauer - novo riscado da listinha -, os locais quadricolores (que estiveram aqui, já, nessa Segundona) receberiam o Camboriú, pela segunda partida da finalíssima do Campeonato Catarinense Série B.

Conglomeração de torcedores em frente à entrada do estádio (Foto: Matheus Pereira)
Torcida Força Independente, a famosa TFI, fez bela festa (Foto: Matheus Pereira)
Chegamos ao Gigantinho da Beira-Rio em cima do laço - eram 14h30 quando adentramos a cancha. Podemos ficar no gramado no pré-jogo, o que propiciou belas fotos, mas, a partida mal havia se iniciado e fomos convidados a nos retirar, devido a ausência de credenciais. Como sempre, quem faz por gosto é quem mais se dá mal; ainda mais, sabendo explicitamente que isso se dava devido a suposta presença do nosso ilustre ditador presidente, Delfim Peixoto Filho, no estádio.

Enfim, a atmosfera era LINDA. Digníssima de jogo de decisão. A apaixonada torcida brusquense saiu de casa num calor absurdo para prestigiar a decisão, e lotou o Augusto Bauer - mais de quatro mil presentes, segundo informação ainda extra-oficial. Divididos entre a arquibancada coberta (povão), a descoberta (torcida organizada e o famoso povão que pega junto) e o alambrado para os mais corajosos, os torcedores certamente foram um fator essencial para a equipe no campeonato inteiro. Do outro lado, veio aproximadamente trinta torcedores de Camboriú para o jogo.

Na primeira partida da decisão, disputada no fim de semana anterior no Robertão, o esquadrão quadricolor saiu vencedor por 1 a 0, e isso motivou ainda mais os habitantes da terra da Fenarreco a se fazerem presentes na final. Diversos balões foram espalhados pelas arquibancadas, e a festa na entrada dos jogadores foi bonita, lembrando até, em alguns momentos, a maravilhosa década de noventa.

Senhoras e senhores, a foto oficial do título do Brusque Futebol Clube - o Camboriú, por sua vez, não quis posar (Foto: Matheus Pereira)
Atletas se cumprimentam antes do início da peleja (Foto: Matheus Pereira)
À frente, as taças; ao fundo, o trio de arbitragem, composto por Edmundo Alves do Nascimento, Diego Leonel Félix e Gianlucca Perrone Vasconcelos, além dos capitães (Foto: Matheus Pereira)
Enquanto ainda estávamos, efetivamente, em campo, vimos poucos lances de efeito, mas sim uma amostra do que eram os ânimos exaltados para essa partida. O atacante Brasão, do Cambura, deixou a sola do pé sobre Flavinho deslealmente, e foi cobrado pelo zagueirão Cleyton, do Brusque, que partiu para cima do ídolo camboriuense, ocasionando a primeira confusão da partida e fazendo os torcedores começarem as provocações ao atleta adversário.

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Passados os instantes iniciais da partida, rumamos à arquibancada descoberta, bem ao lado da TFI. Por lá, em meio a duas ou até três pessoas a cada degrau, torramos no sol, mas, tudo pelo jogo! Brasão seguiu reclamando, discutindo e infernizando a vida dos zagueiros do Brusque - mais com provocações que pela habilidade, é verdade -, até que pouco mais tarde dividiu com o goleiro Wanderson e saiu machucado, tendo de ouvir ainda mais das arquibancadas locais.

Momento que antecedeu a confusão: a dividida entre Flavinho e Brasão (Foto: Matheus Pereira)
Cleyton tirando satisfações com o camisa nove (Foto: Matheus Pereira)
Edmundo Alves do Nascimento tendo trabalho na partida desde os primeiros minutos (Foto: Matheus Pereira)
Sem seu homem de referência, o Camboriú, que buscava ser mais incisivo que na partida de ida, acabou perdendo grande parte do poderio ofensivo. Mesmo na base da vontade e de um abafa voluntário de seus atacantes, a equipe laranja não conseguiu exercer a pressão que desejava sobre o Brusque, que teve duas boas chances, com Eydison e Eliomar. O forte calor abateu tanto as equipes, que pouco se moviam e pareciam até mesmo se arrastar, quanto a torcida, que esteve mais calada que o esperado durante a etapa inicial.

Pelo outro lado, a única chance de perigo foi uma cobrança de falta levou a bola às redes laterais de Wanderson, com a torcida do Cambura gritando gol equivocadamente. Mas acabou por ser só - bem pouco pra quem estava decidindo um título. Aliás, o melhor momento da etapa inicial foi quando a torcida, atrás do gol defendido por seu guarda-metas, resolveu parafrasear o famoso cântico homofóbico das canchas brasileiras (que era ecoado sem delongas por todo o estádio, lamentabilíssimo) por "ôôôô, mito!" a cada tiro de meta.

Já do alto: dividida pelo ar (Foto: Matheus Pereira)
Aqui, atleta do Camboriú tenta passar por três marcadores (Foto: Matheus Pereira)
No intervalo, desci as arquibancadas descobertas e fui até o bar tomar um refrigerante para enfrentar a força do astro-rei sobre nossos cocurutos, e quando me dei conta a partida já havia recomeçado e precisávamos voltar. Depois de um esforço, conseguimos achar nossos lugares, o aperto havia retornado e o calor também, mas o futebol brusquense, por sua vez (para a felicidade dos companheiros que estavam ao meu redor), havia melhorado.

Contando com as boas investidas do talismã da torcida, João Neto, e as arrancadas do voluntarioso Paulinho, a equipe da casa passou a crescer pelo lado direito das quatro linhas. Ao incomodar um bocado o goleiro do Camboriú, Rodrigo Rocha, o Brusque animou também seus torcedores presentes atrás da trave. E, consequentemente, passou a dar um gás extra - a hora mais bela do futebol haveria de chegar; ah, ela haveria.

Minha visão nas quentes arquibancadas do Bauer (Foto: Matheus Pereira)
Habemus jogo por detrás do alambrado (Foto: Matheus Pereira)
Ela chegou quando eram dezesseis minutos. Eydison recebeu de Tony, dominou bonito e bateu, meio caindo, num estilo pós-moderno de voleio, acertando a gaveta do arqueiro adversário e pondo 1 a 0 no placar, levando à loucura aquela peça de cimento que salvaguarda tantos corações em dia de decisão, chamada, pelos comuns, de arquibancada. Cânticos de "o campeão voltou!" ditaram o ritmo nos minutos subsequentes.

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Nem bem deu para assimilar o placar agregado em dois a zero, o cronômetro correndo, o estádio lotado e a boa atuação, e a torcida teve outro motivo para sorrir. Quem ocasionou? Ele mesmo: Eydison! Recebeu de Flavinho, dez minutos após o debute do placar, e bateu de canhota no cantinho; o goleiro Rodrigo Rocha, enganado pelo montinho artilheiro, nada fez, e o atacante brusquense anotou seu nono tento na competição, ampliando para 2 a 0 na tarde (três, no agregado).

Muitos braços unidos na comemoração LENTRA A do gol de Eydison - que, por sua vez, é aquele louco ATADO ao alambrado (Foto: Matheus Pereira)
Não havia nada mais a ser feito por parte do Camboriú. A torcida local ainda provocou um bocado os poucos guerreiros que viajaram para ver o vice-campeonato, afinal, para os do Bruscão, tudo agora era festa. A equipe ainda quase marcou o terceiro gol posteriormente, mas tratou de administrar o resultado, levando apenas um ou dois sustos em chegadas do adversário. Ao apito final de Edmundo Alves do Nascimento, não deu outra: Brusque 2x0 Camboriú, e o clube levantou pela terceira vez o caneco da Série B Catarinense.

A taça fica em Brusque! (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
A gloriosa foto pós-titulo (Foto: Lucas Gabriel Cardoso)
Após o apito final, era a hora da premiação, e os seguranças não queriam permitir que entrássemos em campo para fotografar. Depois de uma bela negociação, o Lucas adentrou ao gramado, enquanto eu, que não tenho saco nem minutos de vida pra isso, resolvi aguardar o portão ser aberto por completo. Por isso, as fotos acima são dele, que é meu brother e parceiro de blog, então tudo está em casa.

Sobre a entrega de troféus, aliás, quanta politicagem e demagogia! Um discurso longo do presidente do Brusque, que exaltou... os patrocinadores! Uma notinha agradecendo a torcida e longas falas para cada patrocinador, o que fez parecer uma eternidade o tempo até que os torcedores pudessem ultrapassar a portinhola e chegar a seus ídolos temporais. Quando isso finalmente aconteceu, foi para alguns breves cumprimentos e fotos.

Torcedores aproveitaram para posar ao lado dos atletas da campanha do tri (Foto: Matheus Pereira)
O ícone de raça da equipe, João Neto, feliz da vida sobre o caminhão (Foto: Matheus Pereira)
Lá se foi o caminhão de bombeiro com os atletas... (Foto: Matheus Pereira)
...e a festa foi atrás! (Foto: Matheus Pereira)
Para fechar com chave de ouro a comemoração do título, os jogadores embarcaram num caminhão de bombeiro, ali no estádio mesmo, e rumaram pela cidade comemorando o tricampeonato. A torcida, feliz da vida, foi atrás. Futebol é lindo de se assistir, e com certeza o episódio vivido na tarde deste domingo em Brusque fez aumentar minha paixão por tudo isso. Dale, futebol VERDADEIRO! Marreco e Camboriú se reencontrarão na elite em 2016, e pretendo retornar ao Bauer para uma peleja por lá - talvez não pelo Desprovidos, até porque a primeira divisão é bem provida de fama. Mas, enfim...

Seguiremos nosso segundo semestre, que está cheio de compromissos pela frente - ainda bem! -, e tornamos a reencontrar-nos no fim-de-semana que vem. Por ser feriadão, as chances de rodada dupla são grandes, anseio para voltarmos a nos ver. Grande abraço, boa semana!

domingo, 23 de agosto de 2015

Jogando com o regulamento sob o braço, Triunfo segura raçudo Atlético e está nas semifinais

Opa.

Dando prosseguimento às nossas nababescas coberturas do Campeonato Municipal de Florianópolis, tínhamos um compromisso inadiável neste domingo por uma peleja válida pelas quartas-de-final do torneio. Me dirigi até um dos bairros mais bonitos dessa bela Ilha, o Sambaqui. E, em meio às construções históricas, ao mar calmo e aos restaurantes de frutos do mar, cheguei ao Complexo Esportivo Raulino Ferreira (que, na verdade, é só um campo de futebol e um de society), para presenciar o encontro entre Triunfo e Atlético Catarinense, a reedição da última final da segunda divisão.

ASCD Triunfo, que atuou com: Sarrafo; Renato (Jean), Bruno, Jeferson e Laion (Fábio); Gi, César, Edson Galvão (Marquinhos Nikimba) e Caio (Willian Araújo); Kelvin (Foca) e Osvaldo. (Foto: Matheus Pereira)
CA Catarinense, só com dez jogadores presentes: Jefferson; Salada, Humberto, Sandro e Daniel; Gustavo, Felipe Gardena e Gentil; Nandinho, Marcelinho e Cabelo. (Foto: Matheus Pereira)
Posado para a foto, o trio de arbitragem, composto por Jayson Giorgio Bernardi, Fabiano Coelho da Silva e Eder Miguel Sacco, além dos respectivos capitães Gi e Jefferson. (Foto: Matheus Pereira)
Na partida de ida, disputada semana passada na Trindade (simultaneamente, eu cobria VT Canto e Grêmio Cachoeira, cuja partida de volta foi contada pel'o Cancheiro), o Triunfo saiu vencedor por 4 a 2, mesmo fora de casa. Para essa partida, entrava com o favoritismo pelo resultado que conseguiu, por ter um melhor elenco na teoria e pelo fato do adversário se fazer presente apenas com onze cabeças - o que enraiveceu os jogadores do Atlético, que reclamavam bastante disso no fim do jogo.

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Porém, o ditado diz que o futebol é resolvido dentro das quatro linhas. Por isso, algumas declarações da diretoria do Triunfo, que garantiu já estar classificado antecipadamente, deixaram o Galo da Trindade com a GARRA necessária para se conquistar uma grande reação. Lá pela bonita cancha do Sambaqui, encontrei o parceiro Tiago, que também estava lá para presenciar o belo jogo que se avizinhava.

O esforçado Salada se estica para cortar a bola de Kelvin (Foto: Matheus Pereira)
Gardena e Caio em perseguição à rechonchuda (Foto: Matheus Pereira)
E o script da partida já estava feito: era mais que óbvio que o Atlético Catarinense usaria de tal soberba adversária como motivação para dar o máximo de si na partida. Mesmo assim, ainda que nos instantes iniciais do confronto, o Triunfo era mais consistente, e seu principal atleta Kelvin oferecia um certo perigo a Jefferson. Aliás, a batalha entre o atacante e o goleiro teve dois episódios ainda no comecinho; primeiramente, ele recebeu de César e bateu fraco, nas mãos do arqueiro. Depois, fez jogada individual, limpou de Humberto e finalizou um pouco melhor, no entanto, Jefferson defendeu de novo.

Na quinzena inicial do primeiro tempo, a melhor chance foi mesmo do esquadrão verde. César pegou sobra de cobrança de falta, completamente livre, mas chutou por cima das metas adversárias. Mais raçudo em campo, o Galo da Trindade buscava equiparar as ações, e a vontade do camisa oito Felipe Gardena, motor da equipe em campo, era visível. Num lance curioso, inclusive, ele roubou a bola tão rapidamente de Caio que o meia adversário, com o chute armado, acabou acertando um pezaço em seu OMBRO.

A queda de Gardena após a dividida... (Foto: Matheus Pereira)
...os atletas do Triunfo reclamaram bastante do amarelo para Caio, alegando que ele "não teve intenção" - suspenso, não atua na ida da semifinal (Foto: Matheus Pereira)
Aliás, os dois meio-campistas travaram um duelo à parte (Foto: Matheus Pereira)
Logo na cobrança da falta referida acima, o centroavante Cabelo deu uma bela testada na bola e obrigou boa defesa de Sarrafo. A partir daí, o Atlético começou a crescer em campo, igualando as ações, principalmente com seu camisa oito. Lá atrás, a defesa conseguiu se virar bem, com exceção de um lance; após recuo errado, Jefferson saltou de carrinho numa belíssima roubada de bola sobre o atacante adversário Osvaldo, que já ia dominar para finalizar.

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Mesmo com a apertada e surpreendente vantagem visitante, os locais seguiam vivos em campo. A partida acabou se transformando num lá e cá, até porque os principais personagens do Triunfo tem na velocidade seu ponto forte, e foi investido bastante nos contra-ataques. Num deles, Kelvin quase fez chover na defesa do Atlético e cruzou bem, mas Jefferson interceptou a pelota. Do outro lado, o inteligente esquadrão da Trindade quase marcou também. Cabelo deu uma lascadinha em bola de lateral e Nandinho acabou botando por cima.

Cabelo se desvencilha da marcação adversária (Foto: Matheus Pereira)
Torcida não perdoava o árbitro Jayson Giorgio Bernardi (Foto: Matheus Pereira)
O Triunfo ainda buscou, no final da primeira etapa, por algum lance de efeito, sempre nos pés do talentoso Kelvin. Já eram mais de quarenta quando ele recebeu de mano, gingou para cima de Humberto e bateu colocado, mas Jefferson defendeu bem. Para responder, no último lance de perigo do tempo, Nandinho recebeu, limpou do zagueiro e bateu cruzado, tirando tinta do goleiro Sarrafo e deixando os torcedores locais com o coração na boca.

Aliás, durante a etapa inicial, os torcedores não perdoaram o árbitro da tarde, Jayson Giorgio Bernardi. Acharam uma semelhança improvável entre o dono do apito e o famoso padre Marcelo Rossi, e passaram a chamar o árbitro de "Padre Marcelo" durante o jogo todo. Criticavam quando acertava, quando errava, quando obedecia à sinalização do bandeirinha, quando não... o futebol resiste com os tiozinhos do alambrado no Sambaqui!

Ex-jogador profissional, o volante Edson Galvão - com a bola - teve atuação discretíssima (Foto: Matheus Pereira)
Cabelo e Gi dividem pelo alto (Foto: Matheus Pereira)
Com os esforços limitados para a etapa final, o Atlético acabou cedendo um pouco de espaço ao Triunfo, que passou a mandar no jogo. O arisco Kelvin voltou a mandar e desmandar nas quatro linhas: logo no comecinho do segundo tempo, ganhou de Daniel e encheu o pé, para mais uma belíssima defesa de Jefferson - o melhor em campo. César também buscou o barbante, mas bateu fraco e rasteiro da entrada da área, e a bola saiu pela linha de fundo.

Uma hora teria de chegar, porém, a hora que começaria a pesar o fato de estar somente com onze em campo. Marcelinho foi o primeiro a sentir um desconforto, mas como não tinha banco, o atleta apenas deixou de contribuir com a defesa quando necessário, trocando de posição com o centroavante Cabelo. Depois, foi a vez do zagueiro Humberto, que sentiu mais forte que o companheiro de equipe e simplesmente passou a ser centroavante, mesmo não conseguindo dar um pique de cinco metros, pois o que lhe incomodava era a coxa.

Jean tenta jogada individual para cima de Sandro (Foto: Matheus Pereira)
Marcelinho, depois de um tempo,  nem se aguentava mais em pé (Foto: Matheus Pereira)
As entradas de Willian Araújo e Marquinhos Nikimba no Triunfo deixaram a equipe com mais eficácia ofensiva, especialmente na movimentação. O segundo, forte nos chutes de longe, buscou o gol algumas vezes com esse artifício - poucas levaram perigo realmente; uma delas, foi uma belíssima cobrança de falta que obrigou o arqueiro Jefferson a fazer uma ponte, no lance mais plástico da etapa final.

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Sandro, zagueiro do Atlético, e Sarrafo, goleiro adversário, ainda dividiram feio depois de uma bola levantada na área, mas não sobrou notícia ruim para nenhum dos dois, e ambos permaneceram sem problemas em campo. Na base da raça, na finaleira, o Galo BICOU o time da casa em alguns momentos. No principal deles, o centroavante Cabelo atravessou o campo correndo e tirou tinta da trave num chutaço - pena, porque ia ser uma verdadeira pintura no Sambaqui.

Daniel cobra lateral pelo Atlético (Foto: Matheus Pereira)
Foca tenta passar por entre três adversários (Foto: Matheus Pereira)
O Atlético ainda teve um gol anulado, marcado por Gentil, que estava mais que claramente em posição de impedimento e pouco reclamou. No gás final, o Triunfo investia na velocidade para conseguir um golzinho e decidir a semifinal diante do Campinas em casa, devido a melhores resultados nas quartas. Eis que surgiu A BOLA do jogo: Osvaldo recebeu de Nikimba, limpou do último zagueiro, e, sozinho num raio de aproximadamente trinta quilômetros, jogou a bola longe - não duvidaria que ela tivesse descido os morros do Sambaqui rumo ao mar.

É, aí não dá de lutar para jogar a partida de volta em casa. Triunfo 0x0 Atlético Catarinense, porém, decretou a classificação do time da casa, recém-ascendido à primeira divisão, para as semifinais da competição. O atual campeão da segundona luta, agora, para chegar à sua primeira final da elite, e, depois, pelo título. Ao Galo da Trindade, restou o sentimento de dever cumprido, por ter ENCARDIDO bem uma partida onde o adversário era, teoricamente, superior, com apenas onze cabeças em campo. O que se ouvia do vestiário do Atlético era de que o sentimento era de vitória pela peleja.
E aí, parece o Padre Marcelo Rossi? (Foto: Matheus Pereira)
Finalizado o confronto, tomei uma carona providencial com o já referido Tiago, e completei o 9º compromisso do blog no Campeonato Municipal de Florianópolis. Dias que seguem, assim como as programações do futebol amador. Desprovidos tá sempre atento!

Abraços!

domingo, 16 de agosto de 2015

VT Canto vence, quebra a invencibilidade do Grêmio Cachoeira e larga na frente nas quartas

Olá!

Retornamos ao futebol amador já nesse sábado, recheado de boas atrações para quem gosta, aqui na região. Uma delas era a disputa das partidas de ida das quartas-de-final do Campeonato Municipal de Florianópolis. Obviamente, o Desprovidos se faria presente numa das pelejas, e a escolhida foi realizada no Estádio Padre Bertoldo Braum, que pertence ao Cruz de Malta, mas estava recepcionando o VT Canto no seu embate diante do até então invencível Grêmio Cachoeira.

FV VT Canto da Lagoa, que se alinhou com: Jaílson; Thiago (Luiz Henrique), João Paulo, Fabinho e Lon; Idaki, Fralda, Tchê (Jonas Santos) e Lipe (Léo); Jonas Braz (Mael) e Titã. (Foto: Matheus Pereira)
GE Cachoeira, escalado para o duelo com: André Nicolodi; Guilherme (Rafa), Marquinhos, Vitor Cruz e Wagner (Carlinhos); Luca Toni (Felipe Rosino), David, Itauê e Leandrinho; Ziel (Neném) e André Luiz (Fábio). (Foto: Matheus Pereira)
Para a partida, o trio de arbitragem foi composto por Fernando Divo da Silva, Marco Antônio Martins Lopes e Juan Leandro dos Santos; na foto, ainda, os capitães Itauê e João Paulo. (Foto: Matheus Pereira)
Me encaminhei cedo ao sudeste da Ilha, graças a uma grande carona do já parceiro Ziel, atacante do Grêmio. Por lá, encontrei novamente o Tiago cobrindo a partida, e foi fácil matar o tempo com boas histórias. Quem também marcou presença antes do começo do confronto foi a torcida organizada do VT Canto, a Fúria do Canto, que esticou uma faixa no alambrado e permaneceu sobre o morro que fica na lateral do gramado, entoando cânticos de torcidas do Brasil adaptadas ao clube, além de algumas provocações aos adversários e a este que vos escreve.

A peleja era válida pela ida das quartas-de-final; o time do Norte da Ilha, assim como no Municipal de 2014, estava invencível. Com oito vitórias e um empate após as nove rodadas iniciais, a equipe tinha passado a patrola nos adversários do Grupo A, numa situação diferente do VT Canto. Pelo Grupo B, o time acabou conquistando "apenas" um quarto lugar, com quatro vitórias, um empate e quatro derrotas, deixando o Cruz de Malta para trás no saldo de gols.

Jogo teve muitas quedas de atletas desde o início (Foto: Matheus Pereira)
Luca Toni carrega a bola, observado por Titã (Foto: Matheus Pereira)
No alto do favoritismo, o Grêmio buscou o ataque no começo da partida, mas sem grande ímpeto. André Luiz foi o primeiro a conquistar uma oportunidade, ao receber, girar e finalizar para fora. Depois, David também tentou, de um pouco mais longe, numa bola rasteira, que também tomou o rumo da linha de fundo. No entanto, não era, nem de longe, o futebol até então praticado pela equipe da Cachoeira no restante da competição.

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Tardou pouquíssimo até que a bola sobrasse para Tchê depois de uma finalização anterior ter explodido em Marquinhos. O gaúcho encheu o pé no cantinho, sem chances para André Nicolodi, abrindo a contagem em favor do VT Canto. Não deu tempo nem de comemorar direito, e as redes já foram novamente balançadas pelo time da casa. Lipe recebeu na área e chutou, fraco, mas contou com desvio no lateral adversário Wagner para ampliar o placar. Chegou, fez: 2 a 0.

Atletas comemoram muito o segundo tento da equipe (Foto: Matheus Pereira)
Dividida perto da lateral do campo (Foto: Matheus Pereira)
Depois da vantagem já construída, aumentaram-se as quedas dos jogadores locais em campo, assim como o número de divididas e discussões. Mesmo assim, no alto de seu JÚBILO, o VT Canto seguiu em cima, e quase marcou o terceiro gol pouco mais tarde, quando Fralda ganhou de Luca Toni e armou com Jonas Braz; o atacante bateu bem, e a pelota passou perto. Aos visitantes da tarde, restavam algumas chances esporádicas: Leandrinho tentou de voleio depois de cobrança de escanteio, e ficou no quase.

O primeiro tempo foi se encaminhando para o fim, com todos já querendo logo o intervalo. O Grêmio, para arrumar a casa e ver o que tornou o futebol da equipe tão fraco, enquanto o VT, para segurar a vantagem muito bem adquirida. Ainda restou tempo para mais um quase mandante: o talentoso meia Lipe viu André adiantado e tentou de cobertura diretamente do meio-campo, tirando tinta da trave direita do arqueiro. E a etapa inicial se encerrou dessa maneira.

Titã passa por David na risca de meio-campo (Foto: Matheus Pereira)
Mais uma vez o centroavante do VT é clicado pelo Desprovidos numa disputa de bola (Foto: Matheus Pereira)
Para o segundo tempo, o esquadrão gremista veio com duas substituições um tanto ousadas: a entrada do meia Rafa e do atacante Carlinhos no lugar dos dois laterais. Enquanto isso, no morro, a Fúria do Canto festejava a atuação do goleiro Jaílson com o seguinte cântico: "Puta que terror, é o melhor goleiro do amador: Jaílson!". E as intervenções do arqueiro local foram realmente essenciais, visto que quem mandou na etapa final foram os visitantes.

De início, o Tricolor já assustou com Carlinhos, que recém havia entrado; o camisa 18 fez boa jogada individual, mas não cruzou nem chutou ao invadir a área, jogando a bola diretamente para fora. Com o andar do cronômetro, quem começou a se alterar também foram os jogadores, que cada vez mais entravam em discussões. A principal delas, entre o polêmico Tchê, do VT, e Leandrinho, do Grêmio, que ficaram de mútuas provocações o segundo tempo inteiro.

Jonas Braz carrega a bola, sob olhares atentos de Rafa (Foto: Matheus Pereira)
VT Canto perdeu meia Lipe, seu melhor jogador em campo, que torceu o joelho (Foto: Matheus Pereira)
Lipe sendo carregado nos ombros de Juninho, atleta do VT, e Djone, treinador do Grêmio (Foto: Matheus Pereira)
Mas, em meio à pressão do Grêmio Cachoeira e das confusões entre os jogadores - muito em parte por causa de Fernando Divo da Silva, que deixava o pau comer solto e pouco punia os jogadores -, o time da casa teve uma baixa importante. O meia Lipe, que até então era o melhor em campo pela equipe, e um dos principais talentos do VT no campeonato, torceu o joelho e precisou ser substituído. Na foto acima, onde ele está sendo carregado, dá de notar seu joelho esquerdo extremamente inchado.

O time visitante ainda fez o restante das substituições nos primeiros 25 minutos, e parecia ter dado resultado quando, perto dos trinta, a rede foi balançada. Vitor Cruz, que tinha acertado poucos lançamentos e bolas paradas no dia, resolveu o fazer, e conseguiu uma FENOMENAL: lançou, da risca do meio-campo, a bola na coxa de Carlinhos, lá dentro da área. O atacante dominou e bateu no canto, diminuindo a contagem do placar para 2 a 1 e tornando tudo ainda mais ataque contra defesa.

Para o espanto de Lon, Fernando aplica cartão amarelo por falta fora do lance (Foto: Matheus Pereira)
Momento em que Carlinhos (18) finaliza para as redes (Foto: Matheus Pereira)
Depois de levantamento, lance PLÁSTICO entre Marquinhos, do Grêmio, e Jaílson, goleiro do VT (Foto: Matheus Pereira)
Na base da pressão, o Grêmio continuou em cima, e pouco mais tarde conseguiu marcar novamente: depois de bate-rebate, a bola sobrou para Neném, em posição de impedimento, empurrar para as redes. Acertadamente, o auxiliar Juan Leandro dos Santos assinalou a irregularidade e o resultado permaneceu o mesmo. Mesmo assim, parecia que somente a equipe da Cachoeira do Bom Jesus havia voltado dos vestiários.

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Neném recebeu lançamento e teve nova chance, pegou bonito num sem-pulo, e a bola acabou saindo pela linha de fundo, por pouco. Depois, foi a vez do outro atacante, Fábio, ter sua oportunidade, mas ele, depois de receber de Carlinhos, adiantou demais e dividiu com o arqueiro adversário; pediu penal, mas nada foi marcado - na minha opinião, o árbitro acertou dessa vez. Quem continuou presente, porém, foram as reclamações, o cai-cai e as discussões; tanto que Fernando Divo da Silva teve de dar SETE minutos de acréscimos, e ainda foi pouco.

Fabinho mete a cabeça na bola após finalização de Rafa (Foto: Matheus Pereira)
Tchê, com a bola, busca armar ataque para o VT em meio ao cansaço final (Foto: Matheus Pereira)
Quando a partida se encaminhava para o final, o cansaço bateu e a única oportunidade restante veio de bola parada. O zagueiro Fabinho, do time local, arriscou uma finalização do meio da cancha, e tirou tinta da trave com um PETARDO. Apesar dos 52 minutos jogados, no entanto, o placar não se alterou novamente: VT Canto 2x1 Grêmio Cachoeira. Foi somente a sexta derrota do Grêmio nos últimos OITENTA E CINCO jogos, realizados nos últimos dois anos - foi a segunda prestigiada pelo Desprovidos (estivemos também na ida da final da Interligas).

Se o time do Norte da Ilha quiser o terceiro título consecutivo do Florianopolitano, terá de reverter a desvantagem na semana que vem, quando jogará em casa. Já ao VT Canto, para concretizar o passeio da zebra, precisa, pelo menos, segurar um empate na Cachoeira do Bom Jesus. Nas outras quartas, vitória do Campinas sobre o Avante, fora de casa; empate em QUATRO gols para Florianópolis e Bandeirante; por fim, vitória triunfal do Triunfo (hehe), fora de casa, contra o Atlético, por 4 a 2.

Primeira torcida organizada que vejo no futebol amador (Foto: Matheus Pereira)
O jogo que o Desprovidos se faria presente nesse domingo, pelo Campeonato Palhocense, acabou que não saiu do papel pois euzinho precisava de um tempo para descansar (e escrever) após a correria que está sendo a vida. Mas, tudo nos conformes, não faltarão oportunidades. Campeonatos que seguem.

Até logo.