domingo, 23 de agosto de 2015

Jogando com o regulamento sob o braço, Triunfo segura raçudo Atlético e está nas semifinais

Opa.

Dando prosseguimento às nossas nababescas coberturas do Campeonato Municipal de Florianópolis, tínhamos um compromisso inadiável neste domingo por uma peleja válida pelas quartas-de-final do torneio. Me dirigi até um dos bairros mais bonitos dessa bela Ilha, o Sambaqui. E, em meio às construções históricas, ao mar calmo e aos restaurantes de frutos do mar, cheguei ao Complexo Esportivo Raulino Ferreira (que, na verdade, é só um campo de futebol e um de society), para presenciar o encontro entre Triunfo e Atlético Catarinense, a reedição da última final da segunda divisão.

ASCD Triunfo, que atuou com: Sarrafo; Renato (Jean), Bruno, Jeferson e Laion (Fábio); Gi, César, Edson Galvão (Marquinhos Nikimba) e Caio (Willian Araújo); Kelvin (Foca) e Osvaldo. (Foto: Matheus Pereira)
CA Catarinense, só com dez jogadores presentes: Jefferson; Salada, Humberto, Sandro e Daniel; Gustavo, Felipe Gardena e Gentil; Nandinho, Marcelinho e Cabelo. (Foto: Matheus Pereira)
Posado para a foto, o trio de arbitragem, composto por Jayson Giorgio Bernardi, Fabiano Coelho da Silva e Eder Miguel Sacco, além dos respectivos capitães Gi e Jefferson. (Foto: Matheus Pereira)
Na partida de ida, disputada semana passada na Trindade (simultaneamente, eu cobria VT Canto e Grêmio Cachoeira, cuja partida de volta foi contada pel'o Cancheiro), o Triunfo saiu vencedor por 4 a 2, mesmo fora de casa. Para essa partida, entrava com o favoritismo pelo resultado que conseguiu, por ter um melhor elenco na teoria e pelo fato do adversário se fazer presente apenas com onze cabeças - o que enraiveceu os jogadores do Atlético, que reclamavam bastante disso no fim do jogo.

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Porém, o ditado diz que o futebol é resolvido dentro das quatro linhas. Por isso, algumas declarações da diretoria do Triunfo, que garantiu já estar classificado antecipadamente, deixaram o Galo da Trindade com a GARRA necessária para se conquistar uma grande reação. Lá pela bonita cancha do Sambaqui, encontrei o parceiro Tiago, que também estava lá para presenciar o belo jogo que se avizinhava.

O esforçado Salada se estica para cortar a bola de Kelvin (Foto: Matheus Pereira)
Gardena e Caio em perseguição à rechonchuda (Foto: Matheus Pereira)
E o script da partida já estava feito: era mais que óbvio que o Atlético Catarinense usaria de tal soberba adversária como motivação para dar o máximo de si na partida. Mesmo assim, ainda que nos instantes iniciais do confronto, o Triunfo era mais consistente, e seu principal atleta Kelvin oferecia um certo perigo a Jefferson. Aliás, a batalha entre o atacante e o goleiro teve dois episódios ainda no comecinho; primeiramente, ele recebeu de César e bateu fraco, nas mãos do arqueiro. Depois, fez jogada individual, limpou de Humberto e finalizou um pouco melhor, no entanto, Jefferson defendeu de novo.

Na quinzena inicial do primeiro tempo, a melhor chance foi mesmo do esquadrão verde. César pegou sobra de cobrança de falta, completamente livre, mas chutou por cima das metas adversárias. Mais raçudo em campo, o Galo da Trindade buscava equiparar as ações, e a vontade do camisa oito Felipe Gardena, motor da equipe em campo, era visível. Num lance curioso, inclusive, ele roubou a bola tão rapidamente de Caio que o meia adversário, com o chute armado, acabou acertando um pezaço em seu OMBRO.

A queda de Gardena após a dividida... (Foto: Matheus Pereira)
...os atletas do Triunfo reclamaram bastante do amarelo para Caio, alegando que ele "não teve intenção" - suspenso, não atua na ida da semifinal (Foto: Matheus Pereira)
Aliás, os dois meio-campistas travaram um duelo à parte (Foto: Matheus Pereira)
Logo na cobrança da falta referida acima, o centroavante Cabelo deu uma bela testada na bola e obrigou boa defesa de Sarrafo. A partir daí, o Atlético começou a crescer em campo, igualando as ações, principalmente com seu camisa oito. Lá atrás, a defesa conseguiu se virar bem, com exceção de um lance; após recuo errado, Jefferson saltou de carrinho numa belíssima roubada de bola sobre o atacante adversário Osvaldo, que já ia dominar para finalizar.

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Mesmo com a apertada e surpreendente vantagem visitante, os locais seguiam vivos em campo. A partida acabou se transformando num lá e cá, até porque os principais personagens do Triunfo tem na velocidade seu ponto forte, e foi investido bastante nos contra-ataques. Num deles, Kelvin quase fez chover na defesa do Atlético e cruzou bem, mas Jefferson interceptou a pelota. Do outro lado, o inteligente esquadrão da Trindade quase marcou também. Cabelo deu uma lascadinha em bola de lateral e Nandinho acabou botando por cima.

Cabelo se desvencilha da marcação adversária (Foto: Matheus Pereira)
Torcida não perdoava o árbitro Jayson Giorgio Bernardi (Foto: Matheus Pereira)
O Triunfo ainda buscou, no final da primeira etapa, por algum lance de efeito, sempre nos pés do talentoso Kelvin. Já eram mais de quarenta quando ele recebeu de mano, gingou para cima de Humberto e bateu colocado, mas Jefferson defendeu bem. Para responder, no último lance de perigo do tempo, Nandinho recebeu, limpou do zagueiro e bateu cruzado, tirando tinta do goleiro Sarrafo e deixando os torcedores locais com o coração na boca.

Aliás, durante a etapa inicial, os torcedores não perdoaram o árbitro da tarde, Jayson Giorgio Bernardi. Acharam uma semelhança improvável entre o dono do apito e o famoso padre Marcelo Rossi, e passaram a chamar o árbitro de "Padre Marcelo" durante o jogo todo. Criticavam quando acertava, quando errava, quando obedecia à sinalização do bandeirinha, quando não... o futebol resiste com os tiozinhos do alambrado no Sambaqui!

Ex-jogador profissional, o volante Edson Galvão - com a bola - teve atuação discretíssima (Foto: Matheus Pereira)
Cabelo e Gi dividem pelo alto (Foto: Matheus Pereira)
Com os esforços limitados para a etapa final, o Atlético acabou cedendo um pouco de espaço ao Triunfo, que passou a mandar no jogo. O arisco Kelvin voltou a mandar e desmandar nas quatro linhas: logo no comecinho do segundo tempo, ganhou de Daniel e encheu o pé, para mais uma belíssima defesa de Jefferson - o melhor em campo. César também buscou o barbante, mas bateu fraco e rasteiro da entrada da área, e a bola saiu pela linha de fundo.

Uma hora teria de chegar, porém, a hora que começaria a pesar o fato de estar somente com onze em campo. Marcelinho foi o primeiro a sentir um desconforto, mas como não tinha banco, o atleta apenas deixou de contribuir com a defesa quando necessário, trocando de posição com o centroavante Cabelo. Depois, foi a vez do zagueiro Humberto, que sentiu mais forte que o companheiro de equipe e simplesmente passou a ser centroavante, mesmo não conseguindo dar um pique de cinco metros, pois o que lhe incomodava era a coxa.

Jean tenta jogada individual para cima de Sandro (Foto: Matheus Pereira)
Marcelinho, depois de um tempo,  nem se aguentava mais em pé (Foto: Matheus Pereira)
As entradas de Willian Araújo e Marquinhos Nikimba no Triunfo deixaram a equipe com mais eficácia ofensiva, especialmente na movimentação. O segundo, forte nos chutes de longe, buscou o gol algumas vezes com esse artifício - poucas levaram perigo realmente; uma delas, foi uma belíssima cobrança de falta que obrigou o arqueiro Jefferson a fazer uma ponte, no lance mais plástico da etapa final.

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Sandro, zagueiro do Atlético, e Sarrafo, goleiro adversário, ainda dividiram feio depois de uma bola levantada na área, mas não sobrou notícia ruim para nenhum dos dois, e ambos permaneceram sem problemas em campo. Na base da raça, na finaleira, o Galo BICOU o time da casa em alguns momentos. No principal deles, o centroavante Cabelo atravessou o campo correndo e tirou tinta da trave num chutaço - pena, porque ia ser uma verdadeira pintura no Sambaqui.

Daniel cobra lateral pelo Atlético (Foto: Matheus Pereira)
Foca tenta passar por entre três adversários (Foto: Matheus Pereira)
O Atlético ainda teve um gol anulado, marcado por Gentil, que estava mais que claramente em posição de impedimento e pouco reclamou. No gás final, o Triunfo investia na velocidade para conseguir um golzinho e decidir a semifinal diante do Campinas em casa, devido a melhores resultados nas quartas. Eis que surgiu A BOLA do jogo: Osvaldo recebeu de Nikimba, limpou do último zagueiro, e, sozinho num raio de aproximadamente trinta quilômetros, jogou a bola longe - não duvidaria que ela tivesse descido os morros do Sambaqui rumo ao mar.

É, aí não dá de lutar para jogar a partida de volta em casa. Triunfo 0x0 Atlético Catarinense, porém, decretou a classificação do time da casa, recém-ascendido à primeira divisão, para as semifinais da competição. O atual campeão da segundona luta, agora, para chegar à sua primeira final da elite, e, depois, pelo título. Ao Galo da Trindade, restou o sentimento de dever cumprido, por ter ENCARDIDO bem uma partida onde o adversário era, teoricamente, superior, com apenas onze cabeças em campo. O que se ouvia do vestiário do Atlético era de que o sentimento era de vitória pela peleja.
E aí, parece o Padre Marcelo Rossi? (Foto: Matheus Pereira)
Finalizado o confronto, tomei uma carona providencial com o já referido Tiago, e completei o 9º compromisso do blog no Campeonato Municipal de Florianópolis. Dias que seguem, assim como as programações do futebol amador. Desprovidos tá sempre atento!

Abraços!

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