Para dar boas vindas ao inverno, Desprovidos (re)estreia na Segundona Catarinense

Buenas.

Para dar boas vindas ao inverno - embora antes da chegada da estação, eu já tenha aturado os gélidos 5 graus em Criciúma -, o Desprovidos fez sua estreia no Campeonato Catarinense Série B de 2015. No segundo ano em sequência que cobrimos a competição, o debute foi cedo, e fomos até Tubarão, onde, no Estádio Aníbal Costa, o Hercílio Luz, time local, recebia o Concórdia, equipe que representa o oeste do estado. O confronto era válido pela terceira rodada do campeonato, e ambos os times seguiam sem derrotas.

Equipes perfiladas para o hino nacional e o estadual (Foto: Matheus Pereira)

Assim como em 2014, estivemos na casa do Leão do Sul para uma peleja da Segundona. Com a leve diferença de que dessa vez pude entrar em campo para fotografar mais de perto os atletas; deixo aqui meu agradecimento ao assessor de imprensa do time da casa, Luiz Henrique Fogaça. Diferentemente do ano passado, quando minha presença era num jogo de vital importância ao Hercílio na luta contra o rebaixamento, dessa vez o clube alvirrubro venceu uma (Juventus de Jaraguá) e perdeu outra (Camboriú) em duas partidas pelo torneio.

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O Galo, eterno candidato ao acesso (dessa vez comandado pelos experientes Rodrigo Gral, Cléverson e Rafael Morisco), vinha com uma campanha parecida com a do adversário da tarde. Venceu com autoridade na estreia, contra o debilitado Blumenau, mas tropeçou em casa diante da esquadra do Porto e ainda não EMPOLGOU no certame. Vale lembrar que a última vez que o Galo disputou a elite do estadual foi em 2011.

Torcida organizada Comando Vermelho marcando presença (Foto: Matheus Pereira)

Atletas prontos para o pontapé inicial (Foto: Matheus Pereira)

Kauhan, do Hercílio, e Rafael Morisco, do Concórdia, dividem pelo alto (Foto: Matheus Pereira)

O jogo começou e, embalado pelos 258 torcedores presentes na fria pero no mucho tarde de domingo, o Hercílio Luz foi pra cima. Na base da velocidade dos seus baixinhos e jovens atletas, o alvirrubro contava com as falhas de marcação do Galo para chegar com facilidade à meta defendida por Pablo. Tanto que, logo aos cinco minutos, Kauhan recebeu de Da Silva, fez fila com facilidade imensa e bateu no cantinho do arqueiro careca: Hercílio Luz 1 a 0.

Kauhan recebeu, avançou, driblou... (Foto: Matheus Pereira)

...e finalizou no cantinho (Foto: Matheus Pereira)

O Concórdia tentou responder; pouco mais tarde, Dudu Lima bateu bem e Diego, arqueiro do esquadrão local, defendeu. Mas o estreante centroavante do Leão não estava satisfeito apenas com um gol marcado; o jogador, ex-Guarani de Palhoça, quase ampliou aos 10, quando arrancou do campo de defesa e bateu no mesmo canto do um a zero; dessa vez, Pablo encaixou. O goleiro do Galo novamente interviu no minuto seguinte, em chute de Beleu, feito da entrada da área.

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Diante de tamanha pressão local, restava aos visitantes buscar um contra-ataque. E quando o fazia bem, era com Dudu Lima; pouco antes dos vinte minutos, ele bateu cruzado e alto, tirando tinta do travessão. Na saída de bola, o arqueiro Diego, do Hercílio, quase entregou o ouro ao errar o passe; tal falha ainda se repetiu mais duas vezes no jogo. Todavia, eram passados 23 minutos quando novamente o "cosplay de Caça-Rato", Da Silva, lançou Kauhan; o atacante dividiu com Pablo e a bola sobrou limpinha para Guthere pôr para dentro e ampliar a contagem.

Diretamente pras lentes do Desprovidos: Kauhan ainda reclama de pênalti enquanto Guthere chega antes de Pablo para marcar (Foto: Matheus Pereira)

Ederson bate e a bola explode no camisa dez Cléverson (Foto: Matheus Pereira)

 A disparidade no placar poderia ser maior; o goleirão Pablo ainda defendeu duas pauladas, uma de Felipe Félix e outra de Beleu - este, um dos principais jogadores do Leão, se lesionou após o lance -. Pelo lado do Concórdia, brilhou a estrela do belo zagueiro Baggio, que cortou na medida quando Ildemar receberia solito na marca da cal. O árbitro Gabriel dos Anjos Kretzer, que frequentemente aparece por acá, deu como finalizada a primeira etapa assim: 2 a 0 Hercílio Luz, sem muito esforço, para surpresa deste que vos escreve.

Atleta do Leão se esforça para passar entre Basílio e Afonso (Foto: Matheus Pereira)

Guthere, autor do segundo gol, carrega a bola perto da lateral e é observado por Dudu Lima (Foto: Matheus Pereira)

Eis que, no intervalo, o treinador Valcir Rebelatto, dos visitantes, sacou da cartola o garoto João de Deus, 20 anos, oriundo das categorias de base, e o jogo mudou completamente; se o primeiro tempo foi do Hercílio, o dono da etapa final foi o Concórdia. Logo aos cinco, ele recebeu na área e, ao goleiro Diego chegar perto, se atirou; o árbitro Gabriel Kretzer viu e aplicou amarelo ao atacante. No entanto, um minuto mais tarde, num lance praticamente idêntico, o arqueiro do Leão foi às pernas do adversário e a penalidade foi assinalada.

Na bola, o experientíssimo Rodrigo Gral. E, no alto de seus 38 anos, o atacante não titubeou e converteu a cobrança, diminuindo a contagem da peleja para 2 a 1. Não parou por aí; o volume de jogo apresentado pela equipe visitante mostrava que o gol de empate seria apenas questão de tempo. Poderia ter vindo novamente com Gral, mas, após bate-rebate, seu tento foi certamente anulado pela auxiliar Aline Renata Rentz Fernandes.

João de Deus invade a área, segundos antes de ser atingido por Diego (Foto: Matheus Pereira)

Guilherme Oliveira levando o Galo ao ataque (Foto: Matheus Pereira)

Cada vez mais crescia em campo a equipe do Oeste do estado. E, lutando contra as constantes reclamações de ambos os lados, Gabriel Kretzer lidava bem com os princípios de polêmicas que surgiam. Aos 28, mais uma; após cobrança de escanteio, Rafael Morisco conclui para o gol, mas Diego corta num lance que ninguém soube se a bola ultrapassou a linha por completo ou não. E, assim como no lance da simulação e do consequente pênalti, no lance seguinte, o tento saiu.

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Sim, era questão de tempo. Cobrança de escanteio foi feita por Afonso, e depois da bola ficar quentíssima dentro da área, o garoto João de Deus encheu o pé, no cantinho, igualando a partida em 2 a 2 e comemorando muito com seus companheiros de equipe. No lance seguinte, o garoto quase virou tudo: Afonso fuzilou em uma paulada cruzada e João cabeceou por cima das metas. A pressão era MASSIVA.

João de Deus comemora bastante o gol de empate (Foto: Matheus Pereira)

Cléverson em dois momentos: primeiro, avançando sobre Felipe Félix... (Foto: Matheus Pereira)

...depois, fazendo fila em meio a um mar vermelho (Foto: Matheus Pereira)

Quando o jogo começou a se encaminhar para a finaleira, começaram a surgir espaços e tudo ficou cada vez mais equilibrado. De biquinho, Gral quase marcou, e logo na sequência a resposta do Leão veio com o lateral direito Félix, que soltou um PETARDO de longe, a bola quicou e Pablo fez defesa monumental. Porém, o cansaço foi batendo e o time da casa começou a tocar a bola atrás, o que chateou profundamente seus torcedores, que chiavam nas bancadas do Aníbal Costa.

Ainda restou tempo para um "quase gol" dos dois lados. Primeiramente, Rafael Morisco, de cabeça, livre, aos 45; Diego defendeu. E já eram 48 minutos quando a bola sobrou limpinha para Kauhan, atacante hercilista, na entrada da área, mas ele finalizou pela linha de fundo. Ainda restou tempo para o destaque do segundo tempo, João de Deus, reclamar demais, ver o segundo amarelo e ser expulso de campo pelo árbitro. Enfim, corrida a etapa final, hein? Só sabemos que tudo se encerrou em Hercílio Luz 2x2 Concórdia.

Rodrigo Gral, o astro do Galo, correndo pela bola atrás de LUA - sim, Lua - Clayton, zagueiro hercilista (Foto: Matheus Pereira)

O imponente Leão presente no Aníbal Costa (Foto: Matheus Pereira)

E assim foi o primeiro compromisso do Desprovidos na Série B Catarinense de 2015. O estádio Aníbal Costa já está assinalado na nossa listinha de canchas visitadas pelo território barriga-verde desde o ano passado, mas a peleja serviu para estrear o meu desafio pessoal de assistir in loco todas as equipes da competição deste ano. Hercílio Luz e Concórdia seguem na luta, no meio da tabela, para conseguir o tão sonhado acesso à primeira divisão estadual de 2016.

Nosso calendário continua reservado para as próximas semanas; o blog não pára. Voltaremos às pelejas válidas pela Segundona antes mesmo que vocês esperam, então continua ligado aí nos próximos dias. Tamo junto.

Abrazos!

Disputado em gramado sintético, Clássico do Norte da Ilha reúne chuva e muitos gols

Daê.

O Desprovidos voltou à capital catarinense já enfrentando uma empreitada pelo Campeonato Municipal de Florianópolis. Num fim-de-semana de chuva incessante, somente duas partidas ocorreriam pelo certame; ambas, no gramado artificial do Estádio Henrique de Arruda Ramos, pertencente ao Avante, em Santo Antônio de Lisboa. E uma dessas pelejas se daria na tarde desse domingão: Ponta das Canas e Grêmio Cachoeira duelariam pelo Clássico do Norte da Ilha.

AA Ponta das Canas, que atuou com: Betão; Juninho (Maykon), Jackson Pezão, Ademir e Natan (Sérgio); Arthur, Pi (Renato Escudero), Luquinha e Dyogo; Bruno e Théo. (Foto: Matheus Pereira)

GE Cachoeira, nesse domingo escalado com: André Nicolodi; Perea (Itauê), Vitor Cruz, Roger e Wagner (Marquinhos); Keko (Felipe Rosino), Luca Toni e David; Leandrinho, Ziel (Rafa) e André Luiz (Durval). (Foto: Matheus Pereira)

Trio de arbitragem da tarde, composto por Fernando Henrique de Medeiros Miranda, Adenilson Cardoso e Alexandre Bittencourt; na foto, também os capitães Keko e Théo. (Foto: Matheus Pereira)

A grama sintética do campo do Avante é um recurso bastante utilizado pela LIFF em dias de chuva torrencial. Longe de ser castigado pelo clima como as gramas naturais, o tapete do Henrique de Arruda Ramos tem tal vantagem, embora seja quase um consenso de que é mais complicado se bater uma bola nele que no verde in natura. Mas foi a única saída encontrada pela Liga para esse fim-de-semana, e as outras partidas serão disputadas posteriormente.

No campo, aliás, existem essas demarcações cor de laranja que irão certamente estranhar a vocês, leitores, assim como me estranhou como estreante na cancha. Cacei a informação com o Celso Martins, do Daqui na Rede, que isso é porque o estádio também serve como cancha de futebol-sete, dividindo-o em quatro, delimitados pelas riscas alaranjadas. É um treco bem poucas vezes visto, certamente, mas não deixa de ser interessante.

O gigante Jackson Pezão defende a bola das investidas do pequenino Ziel (Foto: Matheus Pereira)

Lance da partida na chuvosa tarde de domingo (Foto: Matheus Pereira)

Com uma vitória e uma derrota na competição, o mandante da partida, Ponta das Canas, começou cozinhando o adversário em banho-maria. Duas finalizações para o alto foi o saldo apresentado pelo time "da casa" no princípio do confronto; o Grêmio, por sua vez, jogava com calma e armava suas jogadas pelas laterais com Perea e Wagner (este sempre recebendo o auxílio do polivalente Vitor Cruz), esperando a hora certa de investir.

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A primeira chance de gol da partida veio perto dos quinze minutos; o atacante Ziel pegou sobra de escanteio e bateu bem, mas a pelota passou raspando à meta de Betão. Minutos mais tarde, Vitor cruzou na medida para David, mas o goleirão do Ponta das Canas interviu e salvou a equipe, que via o adversário crescer na peleja até se tornar UN POQUITO melhor. Nesse momento, o aguaceiro que estava em constante cessão desde o início do jogo parou, deixando o restante do primeiro tempo deveras agradável.

Perea, com a bola, deu dor de cabeça a Natan, seu marcador (Foto: Matheus Pereira)

Dyogo e David dividem em velocidade (Foto: Matheus Pereira)

Pelo lado da equipe azul, as ocasionais chegadas levavam perigo ao corajoso goleiro André Nicolodi, que volta e meia saía driblando os atacantes. Um petardo do lateral Juninho, de primeira, quase balançou as redes em favor do Ponta das Canas. Pouco mais tarde, a pelota sobrou para Bruno, que, totalmente sozinho, desperdiçou a oportunidade. As ações em campo, como posse de bola e ocupação de espaços, ainda eram de soberania do Grêmio, mas as finalizações não correspondiam, dando ligeira vantagem ao time da casa.

Tanto que, quando eram 31, o Ponta das Canas conseguiu um belíssimo contra-ataque, e o centroavante Théo aproveitou vacilo do capitão Keko, do Grêmio, e avançou à frente até chegar cara a cara com André, precisando somente deslocar o arqueiro para abrir a contagem no estádio do Avante. Mas mal deu pra comemorar: na saída de bola, literalmente, a defesa da AAPC sofreu apagão e Luca Toni bateu no cantinho, igualando a contagem com rapidez.

Comemoração de ambos os lados: primeiro Théo festeja com companheiros... (Foto: Matheus Pereira)

...depois, o RAIVOSO Luca Toni celebra o empate (Foto: Matheus Pereira)

Mas o jogo se abriu, para reclamação do comunicativo Vitor Cruz, que insistia para que o Grêmio "tratasse o jogo como se estivesse perdendo". Théo recebeu mais uma vez sozinho, mas dessa vez teve um certo atraso ao arrancar e acabou chegando depois do goleiro André Nicolodi, que cortou o perigo. Os visitantes, por sua vez, respondiam com audácia, e já eram 44 quando tiveram grande oportunidade: Pezão chega atrasado ao dar bicuda na bola e acerta o pontapé sobre o atacante Ziel, na área, penal.

Leandrinho na bola: era a chance do camisa 10 virar de vez a partida ainda antes do fim da primeira etapa. Mas a figura de Betão, ao que parece, cresceu na sua frente, e o dublê de Marcelinho Paraíba isolou a pelota, fazendo com que o primeiro tempo se finalizasse realmente no empate de um gol para cada lado. Poderia ser o fim do 100% de aproveitamento do Grêmio Cachoeira (apenas uma das duas equipe que possuíam tal índice ao fim da segunda rodada).

Leandrinho vai para cima de Pezão (Foto: Matheus Pereira)

Em meio às faixas cor de laranja, jogadores brigam pela posse da bola (Foto: Matheus Pereira)

A etapa final começou num verdadeiro FURACÃO: apenas um minuto era decorrido quando Ziel pegou sobra na grande área e meteu um balaço na gaveta, belíssimo tento em favor do Grêmio, virando a partida. A comemoração, assim como no primeiro tempo, durou pouco: aos 5, Pi lançou Dyogo, que fez festa na área adversária, tirou os zagueiros para dançar e finalizou no barbante, tornando a igualar a contagem do confronto.

Dyogo, como de praxe no duelo, tenta levar o Ponta das Canas ao ataque (Foto: Matheus Pereira)

Ziel comemora mais um gol seu no confronto (Foto: Matheus Pereira)

"Nossa Matheus, mas isso foi todo o ~furacããããooo~?". Não, caro leitor, teve mais. O cronômetro mal tinha passado dos dez minutos quando novamente Ziel recebe na área, gira pra cima da marcação e bate baixinho; inexplicavelmente, o goleiro Betão, que estava totalmente na bola, ficou só olhando, e o placar saltou para 3 a 2. Mal dava tempo de anotar os gols e os olhos tinham de imediatamente voltar à peleja.

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A partir daí, a chuva apertou, e esteve que vos escreve sofreu. Permaneci no meu local de origem, sem condições de me armar com um guarda-chuva, feliz da vida mesmo tomando água, afinal é disso que a vida é feita. Enquanto isso, o jogo rolava; o Grêmio quase marcou o quarto após boa triangulação entre Ziel, Itauê e André Luiz, que finalizou de dentro da pequena área e desperdiçou. Do outro lado, Ademir aproveitou cobrança de falta feita por Dyogo e, de cabeça, quase balançou.

Pi usa da habilidade para dominar na linha lateral (Foto: Matheus Pereira)

Vitor Cruz não tira os olhos da bola, sob a batuta de Maykon (Foto: Matheus Pereira)

Quando eram decorridos 33 minutos, no entanto, a rede voltou a balançar. Numa jogada de velocidade puxada por dois atletas saídos do banco do Grêmio Cachoeira, Itauê lançou Rafa, que levou e finalizou, Betão defendeu, mas o atacante do escrete visitante pegou o rebote, botou para dentro e correu para o abraço. Se já tava ruim para o Ponta das Canas, ficou pior no minuto seguinte, quando o zagueiro Jackson Pezão fez falta no meio do campo, viu o segundo cartão amarelo e foi expulso.

Na FINALEIRA da partida, o time mandante ainda teve duas oportunidades de, pelo menos, diminuir a contagem. Primeiro com o lutador Théo, que recebeu à frente, driblou o goleiro André Nicolodi e finalizou, mas o zagueiro Marquinhos, ex-Ponta das Canas, salvou o Grêmio sobre a linha da meta, jogando para escanteio. Aí na sequência do tiro de canto, foi a vez do goleirão da equipe visitante se redimir, fazendo uma literal defesa digna de placa após uma paulada. O jogo, então, acabou ficando nisso: Ponta das Canas 2x4 Grêmio Cachoeira.

O bizarro gramado do Estádio Henrique de Arruda Ramos (Foto: Matheus Pereira)

Finalizada a peleja, o Grêmio disparou na ponta do Grupo A, com três vitórias em três rodadas, enquanto o Ponta das Canas segue na batalha para angariar uma vaga nas quartas-de-final. Quanto aos jogos que foram deixados para depois por causa das chuvas, tudo segue indefinido, e as novas datas logo devem surgir; a única certeza que se tem é que o Desprovidos estará lá para prestigiar o buenísimo futebol amador.

Peguei ônibus na sempre conturbada SC-401 para a volta, enfrentei a chuva e quando cheguei em casa ainda vi a suada vitória da Seleção Brasileira contra o Peru. Tudo nos conformes, semana que se inicia, e no próximo encontro nosso devemos ter novidades (nem tão novas assim) por aqui. Aguardem e confiram.

Abraços.

Metropolitano é derrotado pelo Turvo em casa e perde 100%, mas ainda levanta a taça da Copa Sul

Daí!

O domingo chegou, e como diversos habitantes do sul de Santa Catarina afim de fazer um pequeno turismo, rumamos à Nova Veneza. Mas o motivo de estarmos lá era outro; no Estádio Darci Marini, o que mais vezes o Desprovidos visitou, o Metropolitano recebia o Turvo para a partida que era a grande decisão da Copa Sul dos Campeões. Na quinta-feira, no extremo sul do estado, em Turvo, o Metrô havia goleado por 3 a 0 e somente um desaire tiraria o título da equipe.

GE Metropolitano, jogando com: Passarela; Genison, Cleiton, Willian Barcelos e Ricardinho (Igor); Filipe, Will, Dudu e Luan (Bruno Frigo); Foguinho e Jean Filipe (Borrachinha). (Foto: Matheus Pereira)

Turvo AC, que foi a campo com: Evandro; Rodrigo, Wagner, Binho Moreno e Dedé; Diegão, Ricardo Carlessi (Dael) e Roger; Juninho, Nenê e Mano (Zezé). (Foto: Matheus Pereira)

Arbitragem composta esse domingo por Tadeu César Henrique Rodrigues, Jhonatan Carvalho Garcia e Antônio Bastos Scotti; na foto, também os capitães Wagner e Cleiton. (Foto: Matheus Pereira)

Me dirigi até o estádio que mais vezes apareceu aqui nas páginas do blog no calor abismal da região Carbonífera, em pleno junho. Nem o sol radiante - que logo sumiu - espantou a torcida do Metropolitano, que chegou um tantinho em cima da hora, mas chegou, e fez bastante festa nas arquibancadas durante a partida. Com direito a vários bandeirões, e um deles, o maior ("Somos Metrô") esticado NUM CAMINHÃO, a torcida da equipe alvirrubra sabia que tinha uma enorme vantagem adquirida na ida e estava perto do título.

Mesmo assim, o Turvo não iria desistir tão facilmente. Para o jogo de volta, o treinador Marquinhos Monteiro fez várias alterações na equipe para buscar o segundo caneco da Copa Sul dos Campeões (o primeiro foi conquistado em 2009). O Metrô, mesmo sendo muito forte no Regional da LARM, nunca antes levantara o troféu da maior competição da região. Em meio aos vários repórteres fotográficos e de rádio, consegui um espaço para prestigiar o confronto à beira das quatro linhas e tudo se iniciou.

Foguinho lutando pela bola com o grandão Ricardo Carlessi (Foto: Matheus Pereira)

Será que foi falta de Diegão sobre Luan nesse lance? (Foto: Matheus Pereira)

Quem começou bastante atento foi a equipe turvense. Para a surpresa geral ou não, os jogadores visitantes demonstravam bastante raça e muita luta para reverter o resultado adverso. No comecinho, Mano aproveitou vacilo do zagueirão Willian Barcelos e cruzou buscando seu companheiro de ataque Juninho, mas Cleiton consertou pelo Metrô. Era dado início à temporada de pressão do Turvo; em cobrança de falta, Roger, o craque do time que não atuou na ida, quase balançou.

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A resposta do Metrô veio por meio de um contra-ataque. Numa jogada veloz que resultou no gol de Jean Filipe, que recebeu, driblou o goleiro e marcou. No entanto, o tento foi anulado pela arbitragem, para a CHIADEIRA dos torcedores presentes. Todavia, quem mandava e desmandava no jogo era mesmo o time visitante. O maestro Roger mais uma vez deu o tom da orquestra amarela e marrom; pouco depois ele invadiu a área pelas costas de Ricardinho e bateu bem, mas Passarela pegou.

Foguinho e Diegão em perseguição à bola na meiuca (Foto: Matheus Pereira)

Atletas comemoram o gol de abertura do placar (Foto: Matheus Pereira)

Roger prepara passe, marcado de perto por Filipe (Foto: Matheus Pereira)

Entretanto, uma hora, de tanto tentar, a bola teria de furar a barreira vermelha. E esse momento chegou após uma jogadaça do lateral-direito Rodrigo, que carregou até a linha de fundo e cruzou na medida para Juninho, que conseguiu dominar e bater bem, na gaveta, abrindo a contagem em favor do Turvo. A preocupação começou a tomar conta das arquibancadas, que antes viviam um verdadeiro clima de festa.

Porém, embalado por uns mais fanáticos, os torcedores passaram a entoar cânticos de apoio ao Metropolitano, fazendo muito mais barulho que diversos times profissionais. Talvez no ritmo dos presentes, o time alvirrubro chegou bem e desperdiçou grande chance de empatar já nas proximidades do fim da primeira etapa. Genison atravessou o campo correndo, num fôlego invejável, e cruzou na área; Jean furou e Foguinho, cara a cara, isolou.

Will levita após finalização (Foto: Matheus Pereira)

O perigoso Roger vai para cima de Willian Barcelos (Foto: Matheus Pereira)

O time da casa ainda foi perigoso em mais um lance; dessa vez, o goleirão Evandro precisou fazer intervenção após finalização de longe desferida por Jean Filipe. O apito final de Tadeu César Rodrigues aconteceu nesse cenário; o Turvo vencia por um a zero e precisava marcar mais duas vezes para levar a decisão pelo menos aos pênaltis. O Metrô, apesar de estar perdendo, ainda estava tranquilo no agregado.

Com a faixa de fundo, Filipe e Igor na jogada "são Metrô" (Foto: Matheus Pereira)

Atletas preparados para cobrança de falta (Foto: Matheus Pereira)

Filipe na marcação de Dedé (Foto: Matheus Pereira)

O segundo tempo chegou, e quem continuou melhor foi a equipe amarela e marrom. Logo aos cinco, Roger novamente arrancou suspiros em cobrança de falta; dessa vez, ela foi às redes laterais do arqueiro Passarela. Logo na sequência, o volantão Ricardo Carlessi limpou da marcação e arriscou de fora da área, mas a bola se perdeu pela linha de fundo. Estavam deixando o Turvo sonhar em reverter o resultado.

As respostas do Metropolitano, no entanto, também levavam algum perigo. Após escanteio pela esquerda, o zagueiro-capitão Cleiton cabeceou com força e Binho Moreno salvou os visitantes sobre a linha. O jogo ficou cada vez mais pegado, os jogadores não tiravam o pé, e isso custou ao Turvo; o capitão Wagner, que já tinha cartão amarelo, viu o segundo e foi para a rua após entrada duríssima sobre Luan. Com um a mais em campo, o Metrô passou então a se impôr.

Árbitro mostra cartão para Genison; foram muitos na etapa final (Foto: Matheus Pereira)

Atletas brigam pela bola (Foto: Matheus Pereira)

Muita reclamação com o árbitro da Liga Imbitubense (Foto: Matheus Pereira)

A partir daí, o treinador Walter Ghislandi, do time local, ficou com a ORELHA QUENTE. Isso porque a torcida não parava de pegar em seu pé pedindo mudanças nos onze que atuavam. Ele atendeu aos pedidos, pondo em campo o meia Bruno Frigo e o atacante Borrachinha, nomes mais recorrentes. O centroavante, num de seus primeiros lances, foi perigoso; bateu cruzado, a bola desviou na defesa e sobrou para o lateral Genison, perto da pequena área, concluir. No entanto, o GIGANTE Evandro defendeu mesmo sentado.

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Do outro lado, as chances foram ficando cada vez mais remotas. O volante Diegão arriscou de longe e tirou tinta da trave de Passarela, num lance isolado. Porém, o jogo, que já tinha ares de decisão, descambou para as famosas CENAS LAMENTÁVEIS. Isso porque, quando já eram 42 minutos, Borrachinha, em posição de completo impedimento, foi lançado. O auxiliar ignorou, e o atacante foi fortemente derrubado pelo goleiro Evandro na área, num pênalti incontestável.

Cenas da confusão (Foto: Matheus Pereira)

Exaltadíssimo, o goleiro Evandro bradou impropérios para o bandeirinha (Foto: Matheus Pereira)

Lógico que a equipe turvense não ia deixar barato. Logo foram todos para cima do auxiliar Jhonatan Carvalho Garcia, e o policiamento precisou separar as duas partes. O exaltadíssimo Diegão tentou agredir o árbitro e foi expulso, deixando o Turvo com dois a menos. Enquanto tudo isso acontecia, a torcida do Metrô era só festa, pois ainda havia uma penalidade a ser cobrada. Porém, Bruno Frigo bateu fraco, nas mãos do goleiro Evandro, e os torcedores logo sofreram a consequência do balde de água fria.

O treinador Marquinhos Monteiro esteve exaltadíssimo, e trocou ofensas com os torcedores do time local que estavam logo acima de seu banco de reservas. Mas o jogo continuou rolando, e o time da casa ainda tratou de perder duas boas chances. Primeiro Genison, que invadiu a área e bateu muito alto. Quando já eram 49, o Metrô ainda pegou o Turvo com as calças na mão num excelente contra-ataque, porém o chute de Will parou na linha, onde Dedé salvou. Quando eram 50, enfim acabou: Metropolitano 0x1 Turvo, e o time alvirrubro se sagrava campeão.

Genison atira sua camisa para a torcedora (Foto: Matheus Pereira)

Atletas do Turvo recebem medalha de vice-campeão (Foto: Matheus Pereira)

Foguinho premiado pela artilharia do torneio (Foto: Matheus Pereira)

O Metropolitano conquistou sua primeira Copa Sul. Havia batido na trave em três ocasiões (2008, 2010 e 2014), e agora levantou o troféu da principal competição não-profissional do sul do estado. O Turvo, recém-ascendido à primeirona da LARM, ficou com seu primeiro vice-campeonato, não conseguindo repetir o feito de 2009, quando copou sobre o Caravaggio.

Na cerimônia de premiação, os atletas visitantes receberam suas medalhas e o troféu de prata, além do atacante do Metrô, Foguinho, ter recebido a chuteira de ouro pelos sete gols marcados na competição. O momento mais esperado veio depois; coube a Cleiton a missão de levantar a taça de campeão do Metropolitano, e então a LOUCURA tomou conta; muita festa dos atletas, que representarão o sul no Estadual de Amadores, no fim do ano.

Capitão Cleiton recebe a taça das mãos do presidente da LIF (Foto: Matheus Pereira)

Atletas na foto oficial pós-título (Foto: Matheus Pereira)

Grêmio Esportivo Metropolitano, campeão da 15ª Copa Sul dos Campeões (Foto: Reprodução)

O Desprovidos parabeniza as equipes finalistas do torneio, em especial o campeão Metropolitano. Agora, enquanto as equipes dão uma descansada para voltar à ativa em agosto pelo Regional da LARM, o blog não para; voltamos para Floripa, pois as competições na Ilha de Santa Catarina estão a todo vapor, e a Segunda Divisão Catarinense está prestes a começar. Simbora!

Abraço.