segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

De virada, Metrô vence em campo inimigo e larga na frente na decisão

E aí.

A toada do domingo não poderia ser outra. Enfrentei o fortíssimo calor no sul do estado para me fazer presente na primeira partida da final do Campeonato Regional da LARM, simplesmente o jogo mais importante da temporada para as equipes de cá até então. Em campo, os rivais Caravaggio e Metropolitano se enfrentavam no Estádio da Montanha, casa do primeiro, onde mais de mil cabeças se aglomeraram para não perder um instante da aguardada peleja.

Caravaggio FC, que jogou com: Pedro Paulo; Robinho (Elissandro), Maicon, Tijolo e Renan (Muca); Max, Júnior (Ivan), Tiago Renz e Gelinho; Fusca (Rudinei) e Kanu. (Foto: Matheus Pereira)
GE Metropolitano, cujos protagonistas foram: Passarela; Genison (Giliard), Cleiton (Celito), Willian Barcelos e Ricardinho; Filipe, Renan, Will e Luan (Bruno Frigo); Foguinho (Igor) e Ramon (Rodrigo Zeferino). (Foto: Matheus Pereira)
Heber Roberto Lopes, árbitro FIFA, foi o dono do apito na tarde (Foto: Matheus Pereira)
Tal era a importância da partida que, entre os milhares presentes na Montanha, estavam a minha namorada Pupella e, diretamente de São Leopoldo/RS, o casal 20 Lucas e Amanda, prestigiando a final da competição amadora mais tradicional do estado. Quem apitava a partida era Heber Roberto Lopes, um dos árbitros mais conhecidos em cenário nacional e atualmente pertecendo ao quadro da FIFA. Alto nível.

Não haviam favoritos para a decisão; o Metrô teve melhor campanha e se classificou à final com duas vitórias sobre o Mãe Luzia, ganhando também o direito de decidir em casa. Já o Caravaggio precisou de prorrogação para desbancar a Carbonífera Criciúma, Mesmo assim, na HISTÓRIA do clássico o time distrital possui mais vitórias sobre a equipe alvirrubra, e, convenhamos, em clássico não existe favoritismo.

Luan se lança ao ataque (Foto: Matheus Pereira)
Zagueiro Cleiton leva a melhor sobre Fusca em cabeçada (Foto: Matheus Pereira)
Quanto à bola rolando, o começo do jogo já demonstrou que sim, estávamos num final. Com cinco minutos, duas finalizações já haviam ocorrido - uma para cada lado -, embora ambas de fora da área e sem perigo. E a primeira grande chance veio também na casa dos cinco, quando Ramon recebeu cara a cara com Pedro Paulo e praticamente recuou para o arqueiro adversário, perdendo grande chance a favor do Metrô.

Uma nova oportunidade para os vermelhos veio aos 10 minutos, com chute forte de Luan que Pedro Paulo salvou. Mas, como diria o ditado, "quem não faz leva". E três minutos mais tarde, o mesmo Luan errou, Gelinho roubou a bola e deu passe AÇUCARADO para o artilheiro Kanu, centroavante nato, que pôs a pelota no fundo das redes e ocasionou a comemoração geral nas arquibancadas da Montanha: Carava 1 a 0.

Tiago Renz e Kanu comemoram a abertura do placar (Foto: Matheus Pereira)
Dividida lateral entre Genison (M) e Renan (C) (Foto: Matheus Pereira)
Após estar atrás do placar, o Metropolitano voltou a crescer em campo. E numa das jogadas individuais do sempre constante meio-campista Will, o empate poderia nascer. Foi aos 23, quando ele deu linda arrancada e tocou para Foguinho, que ao driblar o goleiro Pedro Paulo foi derrubado: pênalti. Quem converteu foi o meia e cobrador oficial Luan, igualando a contagem em 1 a 1 no Clássico da Polenta.

Heber aplica amarelo ao arqueiro, para reclamação dos atletas (Foto: Matheus Pereira)
Bola para um lado, Pedro Paulo para o outro e 1 a 1 (Foto: Pupella Cardoso)
Logo em seguida, antes que alguém pudesse retomar as rédeas da partida, tivemos a parada técnica para os jogadores se reidratarem no calor de 35 graus que estava difícil até para este que vos escreve - imagina então para os protagonistas do confronto. Depois, o que era aspecto de final pela qualidade técnica se transformou em cara de decisão por seu caráter emocional, ou seja, os famosos ânimos exaltados.

Pouco mais tarde, após bola alçada na área, Tijolo, do time da casa, e Passarela, do Metropolitano, se chocaram e ficaram caídos. Os atletas do Caravaggio pediam para a bola ser jogada para fora, mas os do clube visitante se alçaram ao ataque, sendo parados apenas com falta, e isso ocasionou o descontentamento dos mandantes. Ocorreu então muita discussão entre os volantes adversários Filipe e Max, principalmente, mas no final tudo ficou tranquilo.

Passarela pede a parada do jogo enquanto caído (Foto: Pupella Cardoso)
Enquanto Filipe e Max, os camisas 5, discutem (Foto: Matheus Pereira)
Os ânimos exaltados também protagonizaram uma discussão acalorada entre Giliard, lateral que até então estava no banco do Metropolitano, e o mesário da partida, após o atleta reclamar de uma suposta agressão de atleta do Caravaggio. Em campo, porém, o futebol apresentado pelas equipes foi decaindo de nível. Um lance esparso aqui e ali, e os arqueiros ex-Criciúma Pedro Paulo e Passarela pouco trabalharam na reta final da primeira etapa.

Com o forte calor e o cansaço apertando, até as cenas de discussão foram desaparecendo e tornou-se questão de tempo para o árbitro Heber Roberto Lopes soar o apito aos 49, dando como finalizada a primeira das quatro partes da decisão da Taça Hélio Gava, dada ao campeão do Regional da LARM de 2014.

Força-tarefa para segurar o exaltado Giliard (Foto: Pupella Cardoso)
Já no segundo tempo, Bruno Frigo carrega a bola enquanto Tiago Renz olha para o nada (Foto: Matheus Pereira)
Buscando passar a frente do placar, o Metropolitano começou a etapa final voando. Logo aos 25 segundos(!) Foguinho entrou cara a cara com Pedro Paulo, e obrigou linda defesa do guarda-metas do Caravaggio. Tentando fazer valer o mando, o clube azul e branco tentou se lançar ao ataque, deixando a defesa desguarnecida. Numa dessas jogadas, Tijolo se enrolou todo com a bola e Ramon roubou, entrando livre, leve e solto na frente do goleiro e bisonhamente desperdiçando sua segunda grande chance no jogo.

Mas, já dizia Shakespeare, "em certos momentos os homens são donos dos próprios destinos". No lance SEGUINTE, quando o cronômetro não tinha passado sequer para o próximo minuto, Ramon teve nova chance ao receber livre mais uma vez, driblou Pedro Paulo, caminhou com a bola e apenas deixou a pelota rolar sobre a linha e ir ao encontro das redes, virando o jogo e ocasionando a comemoração geral do banco de reservas do Metrô. As gozações da torcida do Caravaggio instantaneamente cessaram.

Extasiados, os atletas correm para abraçar Ramon (Foto: Matheus Pereira)
Robinho se livra do grandalhão Celito (Foto: Matheus Pereira)
A partir daí, amigos, simplesmente só deu Caravaggio. No minuto seguinte, Tiago Renz soltou a pedrada e obrigou Passarela a fazer defesa genial, a melhor do jogo. Com mais volume, o time da casa não deixava o adversário passar do meio-campo, e quando o Metrô conseguia fazer, esbarrava no cansaço de seus atacantes e na boa marcação exercida pelo time da casa após a derrota parcial. O maestro Gelinho, do Caravaggio, ainda passou perto de marcar em chute de primeira.

Valter Ghislandi, treinador dos visitantes, então, mexeu na equipe. Sacou Foguinho para pôr Igor, povoando a defesa, e deixou Rodrigo Zeferino sozinho na frente. O velocista bem que tentou, mas pouco fez. Do outro lado, novas chances perdidas; seja com Robinho, que recebeu na área e chutou na lua, ou com Rudinei, que bateu cruzado e a bola ia entrando no gol quando foi cortada por Willian Barcelos na hora H. A estrela de Passarela também brilhou, com o goleiro se transformando num paredão sob as traves.

Jogadores reunidos após falta marcada (Foto: Matheus Pereira)
Cobrança dessa mesma falta parando na barreira (Foto: Pupella Cardoso)
Caravaggio puxando ataque, já no fim do jogo (Foto: Matheus Pereira)
 Nos dez minutos finais, o time local aceitou o resultado e não voltou a dar trabalho ao goleiro Passarela, deixando a partida ser finalizada aos 47 com o placar de Caravaggio 1x2 Metropolitano. O time do centro de Nova Veneza agora, abraçado com tamanha vantagem, buscam levantar a taça no Darci Marini no próximo sábado (13) e pela terceira vez na história conquistar o Regional da LARM. Já o Caravaggio, se conseguir reverter, será campeão pela sexta vez. Caso contrário, ficará com seu sétimo vice.

Desde já fica minhas lamentações, pois no próximo fim-de-semana estarei completamente envolvido pelo vestibular da UFSC e não poderei cobrir a finalíssima do campeonato, simplesmente a partida mais importante do ano. Fico realmente chateado, mas c'est la vie, e ano que vem lá estaremos na decisão, buscando relatar tudo sobre o campeão.

Exaustos, jogadores se atiram no gramado sob o sol ainda irradiante (Foto: Matheus Pereira)
Mas o ano não acaba por aqui, embora os campeonatos estejam entrando em sua reta final. Ainda resta mais um fim-de-semana de jogos para o Desprovidos, e no dia 21 de dezembro teremos nossa despedida oficial de 2014, já mirando o ano que vem. A história do blog está só começando. Vamos todos.

Até lá.

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