segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Água supera Fogo nos pênaltis e conquista o título do Regional da LTF

Daí.

Como já havia antecipado, fiquei ausente na finalíssima da LARM, conquistada pelo Metropolitano na última semana, pois eu tinha compromisso com o vestibular. Mas consegui encaixar ainda a última decisão do amador no estado, a do conturbado Campeonato Regional da LTF, que já havia sido prestigiado anteriormente aqui no blog. Fui até o município de Tubarão, onde Água Verde e Botafogo, ambos de Pescaria Brava, duelariam no Estádio Domingos Silveira Gonzáles.

E.C. Água Verde, que foi a campo com: Rafael Cocal; Pissirica, Kiko, Amarildo e Wesley; Ivan (Ricardo), Gustavo, Neca (Mário Laguna) e Matheus Laguna; Rodriguinho e Buiú (Fabrício). (Foto: Matheus Pereira)

E.C. Botafogo, que jogou a final assim: Barzan; Daniel (Kiko), Fabrício, Rafael Scotti e Cláudio Henrique (Vetto); Mário, Bruno, Reginaldo (Fabinho) e Dico; Leandro (Mateus) e Flávio. (Foto: Matheus Pereira)
A nova cidade de Pescaria Brava, que emplacou os dois finalistas no Regional da LTF (Foto: Matheus Pereira)
A tardia final do campeonato, realizada depois de todas as outras competições não-profissionais federadas do estado, tem uma explicação: o Barreirinho, também de Pescaria Brava, havia perdido pontos por escalação irregular e após a primeira fase entrou no Supremo, reivindicando o retorno dos pontos. Conseguiu, tirando a vaga do SERI nas semifinais, mas levou um sarrafo do Água Verde e morreu na praia. O adversário, por sua vez, faria o clássico ante o Botafogo na final.

Mais uma vez contei com uma primordial carona do Eduardo Ventura, dessa vez com direito até mesmo a um grande almoço em sua casa. Posteriormente a conversa com os outros integrantes da Rádio Santa Catarina, Jean Cardoso Jr. e Baiano Filho, também rendeu e fez o intervalo passar voando. Enfim, passadas as cerimônias iniciais, era hora de bola rolando entre o clube do bairro Barreiros e o clube do bairro Santiago.

Queda de Dico deu início à jogada de gol do adversário (Foto: Matheus Pereira)
Lance no meio-campo entre Pissirica e Leandro (Foto: Matheus Pereira)
Invicto na competição com sete vitórias e um empate até então, o Água Verde era o franco-favorito a levantar a taça. Contudo, seu adversário, terceiro colocado na fase de pontos corridos do certame e classificado à final com uma surpreendente vitória sobre o Palmeiras de Congonhas na semifinal, estava disposto a engrossar o caldo pra cima do até então atual campeão. Saindo com a posse de bola, o time alvinegro foi para cima, buscando exercer pressão.

Mas, num lance despretensioso, o experiente meia Dico caiu e permaneceu no chão, pedindo falta - não marcada pelo árbitro Valério Ferreira de Paula - e dando um contra-ataque redondo para o Água Verde; Buiú recebeu lançamento, avançou com ela e foi desarmado pelo zagueiro Rafael Scotti. No entanto, o corte do jogador botafoguense serviu como uma verdadeira assistência para Rodriguinho, que só fuzilou e a bola encontrou as redes, abrindo a contagem logo aos 3.

Desde o princípio, já muita reclamação com Valério (Foto: Matheus Pereira)
Num raro momento de sol, Flávio tenta puxar o Bota ao ataque (Foto: Matheus Pereira)
Mas todos nós sabemos que final com clássico reserva sempre cenas lamentáveis. Um gostinho do que viria aconteceu após entrada dura sobre Pissirica na lateral, onde houveram umas discussões aqui e acolá, reclamações com o árbitro e ficou nisso. Mas pouco mais tarde, aos 20 minutos, o tumulto se formaria. Num acontecido fora do lance de jogo, o meia Matheus Laguna, do Água Verde, acertou cotovelada sobre Dico e foi prontamente posto para a rua.

Acontece que o cidadão, ao passar pelo banco de reservas do Botafogo, ouviu uns desaforos e os companheiros do agredido foram tomar as dores. Aí a confusão se instaurou, a torcida desceu das arquibancadas pra pôr lenha na fogueira, vários cartões amarelos foram distribuídos, e depois de muitas reclamações, discussões e ânimos exaltados, o jogo voltou a rolar. Vale ressaltar que Dico sofreu um corte no rosto após o lance.

Cartão vermelho para Matheus Laguna, que está no meio da muvuca (Foto: Matheus Pereira)
Dico recebe atendimento, todo ensanguentado (Foto: Matheus Pereira)
A torcida não perdoou e aproveitou para também protestar (Foto: Matheus Pereira)
Depois da treta, os dois se cumprimentaram e vida que segue. A vida seguiu então, com o Água Verde aproveitando a vantagem no placar e a desvantagem numérica para recuar, e o Botafogo cresceu em campo. Mas aí a equipe começou a perder gol a ESMO. Não era algo normal, beirava o absurdo; a equipe, numa aposta cega, deve ter chutado umas dez vezes, todas sem perigo a Rafael. E quando o goleirão resolveu contribuir, largando uma bola dentro da pequena área quando ia repôr, mesmo assim, o time da estrela solitária desperdiçou.

Com tanta chance desperdiçada (fiz questão de exaltar, no meu bloco de anotações, a quantidade absurda de gols), o zero não sairia do placar mesmo. O gol ficou perto de sair pelo lado do Água Verde, quando Rodriguinho roubou a bola no ataque e avançou em direção à meta, mas o goleiro Barzan fechou bem e impediu que o placar se alterasse para o intervalo.

Leandro numa das inúmeras jogadas de ataque do Bota que não se transformaram em gol (Foto: Matheus Pereira)
Petardo de Neca sela as costas do mesmo Leandro (Foto: Matheus Pereira)
A etapa final já começou pegando fogo: com cerca de 5 minutos, Dico, que havia sido alvo da cotovelada, viu pela segunda vez o cartão amarelo e foi também expulso de campo. Na saída, a torcida do Água Verde chiou e provocou o jogador, que respondeu apontando o escudo do Botafogo presente em sua camisa, em semelhante tom de provocação. O momento, pelo que pareceu, acordou o Bota do coma em termos de lances perigosos.

Logo em seguida, o garoto Vetto, que recém havia entrado, bateu bem e obrigou Rafael a fazer grande defesa. Pouco se passou até que o mesmo Vetto recebesse no meio-campo uma bola cortada por Rafael Scotti e desse um lançamento MAGISTRAL para Flávio, que arrancou sozinho, esperou o arqueiro adversário cair e bateu para o gol, igualando a peleja em 1 a 1 e ocasionando a comemoração geral do banco de reservas alvinegro.

Rodriguinho se estica para evitar a saída da bola (Foto: Matheus Pereira)
Dico provoca a torcida adversária na saída do gramado (Foto: Matheus Pereira)
O Água foi rápido em sua resposta, e quase passou à frente do placar quando Rodriguinho bateu na saída do goleiro; a bola tomava o caminho do gol quando o zagueirão Rafael Scotti salvou sobre a linha. Logo logo o time verde e branco se tornou superior em campo, transparecendo que seria apenas questão de tempo para o placar voltar a se alterar. Com mais volume de jogo, acabou que a premissa estava certa.

Após cobrança de escanteio, o volante Ivan VOA para cabecear no fundo das redes, impondo o 2 a 1 no placar. Sem muito poder de reação, o Botafogo parecia incapaz de voltar a incomodar o adversário, em especial balançar as redes. Tanto é que, em cobrança de falta, o atacante Rodriguinho quase fez novamente, após uma paulada. Mas o futebol é uma caixinha de surpresas, e, aos poucos, o Alvinegro foi chegando, chegando... e chegou.

Pegada, partida foi marcada por disputas de bola (Foto: Matheus Pereira)
Outra briga pela posse da pelota (Foto: Matheus Pereira)
Surgindo da cobrança de escanteio de Mateus, o grandalhão Rafael Scotti deu um petardo de cabeça, tornando a igualar a peleja: 2 a 2. Na comemoração, o contraste entre coração para a amada presente na arquibancada e a raiva em bater no peito e dizer "eu tô aqui". Na VIBE do zagueirão, o Botafogo voltou a se mostrar uma pedra no sapato do Água Verde. Depois de jogada linda entre Vetto e Kiko, Mateus bateu bem e exigiu grande defesa de Rafael Cocal, quase virando o jogo.

Do outro lado, o jogo também reservava emoções. Como a trapalhada entre o goleiro Barzan e o zagueiro Fabrício, deixando a bola limpinha para o ataque adversário, que acabou desperdiçando. Lá e cá, as chances ainda apareciam, sem os atletas sucumbirem ao cansaço; aos 40, aquela que foi a maior oportunidade de alterar o placar: Kiko recebeu na risca da pequena área, sozinho, uma bola à meia altura; tentou bater de primeira e jogou longe a chance do três a dois, encerrando o jogo em Água Verde 2x2 Botafogo. Iríamos então às penalidades.

Todos começaram convertendo as cobranças... (Foto: Matheus Pereira)
...Mário então chutou para fora a chance do Bota... (Foto: Matheus Pereira)
...e Rodriguinho fez as cobranças se encerrarem nas redes: 5x3 (Foto: Matheus Pereira)
 Como descrito nas legendas das fotos acima, nas penalidades tudo ficou Água Verde 5x3 Botafogo. Mário Laguna, Fabrício, Wesley, Ricardo e Rodriguinho converteram e decretaram a vitória do time de Barreiros. Pelo lado da Estrela Solitária, Rafael Scotti, Mateus e Bruno marcaram, enquanto Mário desperdiçou. Mais um título somado para o Água Verde, que alcançou o segundo torneio conquistado em sequência, este, de forma invicta.

Jogadores comemoram a conquista do título (Foto: Matheus Pereira)
Mais uma taça levada para casa pelo Água Verde (Foto: Matheus Pereira)
Jogadores posando com dirigentes, torcidas, intrusos, instrumentos musicais e, claro, a taça! (Foto: Matheus Pereira)
O Desprovidos parabeniza ao Esporte Clube Água Verde por mais uma conquista, enquanto se despede oficialmente do ano de 2014. Como um balanço geral, foi uma primeira temporada produtivíssima e que plantou sementes para inúmeros novos anos cobrindo partidas que talvez não tenham a fama que mereçam. Estamos só começando a nossa jornada, que cada vez mais deve reservar novidades para os leitores assíduos deste blog. A vocês, aliás, desde já meu muito obrigado!

O campeão do Regional da LTF 2014 (Foto: Reprodução)
2015 já bate na porta, e o blog segue sem data de reinício confirmada. Em janeiro, tiramos férias, e como a temporada de campeonatos amadores se inicia em Santa Catarina apenas em março, buscaremos algo para relatar por essas bandas para o mês de fevereiro. Só não podemos ficar parados, pois tudo cresce num ritmo absurdo aqui, e devemos manter o ritmo. Boas festas pra todos, muita paz, e nos encontramos de novo no ano que vem. Dessa vez eu assino.

Grande abraço,

Matheus.

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