Daí.
Como já havia antecipado, fiquei ausente na finalíssima da LARM, conquistada pelo Metropolitano na última semana, pois eu tinha compromisso com o vestibular. Mas consegui encaixar ainda a última decisão do amador no estado, a do conturbado
Campeonato Regional da LTF, que já havia sido prestigiado anteriormente aqui no blog. Fui até o município de Tubarão, onde
Água Verde e
Botafogo, ambos de Pescaria Brava, duelariam no
Estádio Domingos Silveira Gonzáles.
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E.C. Água Verde, que foi a campo com: Rafael Cocal; Pissirica, Kiko, Amarildo e Wesley; Ivan (Ricardo), Gustavo, Neca (Mário Laguna) e Matheus Laguna; Rodriguinho e Buiú (Fabrício). (Foto: Matheus Pereira) |
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E.C. Botafogo, que jogou a final assim: Barzan; Daniel (Kiko), Fabrício, Rafael Scotti e Cláudio Henrique (Vetto); Mário, Bruno, Reginaldo (Fabinho) e Dico; Leandro (Mateus) e Flávio. (Foto: Matheus Pereira) |
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A nova cidade de Pescaria Brava, que emplacou os dois finalistas no Regional da LTF (Foto: Matheus Pereira) |
A tardia final do campeonato, realizada depois de todas as outras competições não-profissionais federadas do estado, tem uma explicação: o Barreirinho, também de Pescaria Brava, havia perdido pontos por escalação irregular e após a primeira fase entrou no Supremo, reivindicando o retorno dos pontos. Conseguiu, tirando a vaga do SERI nas semifinais, mas levou um sarrafo do Água Verde e morreu na praia. O adversário, por sua vez, faria o clássico ante o Botafogo na final.
Mais uma vez contei com uma primordial carona do
Eduardo Ventura, dessa vez com direito até mesmo a um grande almoço em sua casa. Posteriormente a conversa com os outros integrantes da Rádio Santa Catarina,
Jean Cardoso Jr. e
Baiano Filho, também rendeu e fez o intervalo passar voando. Enfim, passadas as cerimônias iniciais, era hora de bola rolando entre o clube do bairro Barreiros e o clube do bairro Santiago.
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Queda de Dico deu início à jogada de gol do adversário (Foto: Matheus Pereira) |
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Lance no meio-campo entre Pissirica e Leandro (Foto: Matheus Pereira) |
Invicto na competição com sete vitórias e um empate até então, o Água Verde era o franco-favorito a levantar a taça. Contudo, seu adversário, terceiro colocado na fase de pontos corridos do certame e classificado à final com uma surpreendente vitória sobre o Palmeiras de Congonhas na semifinal, estava disposto a engrossar o caldo pra cima do até então atual campeão. Saindo com a posse de bola, o time alvinegro foi para cima, buscando exercer pressão.
Mas, num lance despretensioso, o experiente meia Dico caiu e permaneceu no chão, pedindo falta - não marcada pelo árbitro Valério Ferreira de Paula - e dando um contra-ataque redondo para o Água Verde; Buiú recebeu lançamento, avançou com ela e foi desarmado pelo zagueiro Rafael Scotti. No entanto, o corte do jogador botafoguense serviu como uma verdadeira assistência para Rodriguinho, que só fuzilou e a bola encontrou as redes, abrindo a contagem logo aos 3.
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Desde o princípio, já muita reclamação com Valério (Foto: Matheus Pereira) |
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Num raro momento de sol, Flávio tenta puxar o Bota ao ataque (Foto: Matheus Pereira) |
Mas todos nós sabemos que final com clássico reserva sempre cenas lamentáveis. Um gostinho do que viria aconteceu após entrada dura sobre Pissirica na lateral, onde houveram umas discussões aqui e acolá, reclamações com o árbitro e ficou nisso. Mas pouco mais tarde, aos 20 minutos, o tumulto se formaria. Num acontecido fora do lance de jogo, o meia Matheus Laguna, do Água Verde, acertou cotovelada sobre Dico e foi prontamente posto para a rua.
Acontece que o cidadão, ao passar pelo banco de reservas do Botafogo, ouviu uns desaforos e os companheiros do agredido foram tomar as dores. Aí a confusão se instaurou, a torcida desceu das arquibancadas pra pôr lenha na fogueira, vários cartões amarelos foram distribuídos, e depois de muitas reclamações, discussões e ânimos exaltados, o jogo voltou a rolar. Vale ressaltar que Dico sofreu um corte no rosto após o lance.
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Cartão vermelho para Matheus Laguna, que está no meio da muvuca (Foto: Matheus Pereira) |
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Dico recebe atendimento, todo ensanguentado (Foto: Matheus Pereira) |
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A torcida não perdoou e aproveitou para também protestar (Foto: Matheus Pereira) |
Depois da treta, os dois se cumprimentaram e vida que segue. A vida seguiu então, com o Água Verde aproveitando a vantagem no placar e a desvantagem numérica para recuar, e o Botafogo cresceu em campo. Mas aí a equipe começou a perder gol a ESMO. Não era algo normal, beirava o absurdo; a equipe, numa aposta cega, deve ter chutado umas dez vezes, todas sem perigo a Rafael. E quando o goleirão resolveu contribuir, largando uma bola dentro da pequena área quando ia repôr, mesmo assim, o time da estrela solitária desperdiçou.
Com tanta chance desperdiçada (fiz questão de exaltar, no meu bloco de anotações, a quantidade absurda de gols), o zero não sairia do placar mesmo. O gol ficou perto de sair pelo lado do Água Verde, quando Rodriguinho roubou a bola no ataque e avançou em direção à meta, mas o goleiro Barzan fechou bem e impediu que o placar se alterasse para o intervalo.
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Leandro numa das inúmeras jogadas de ataque do Bota que não se transformaram em gol (Foto: Matheus Pereira) |
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Petardo de Neca sela as costas do mesmo Leandro (Foto: Matheus Pereira) |
A etapa final já começou pegando fogo: com cerca de 5 minutos, Dico, que havia sido alvo da cotovelada, viu pela segunda vez o cartão amarelo e foi também expulso de campo. Na saída, a torcida do Água Verde chiou e provocou o jogador, que respondeu apontando o escudo do Botafogo presente em sua camisa, em semelhante tom de provocação. O momento, pelo que pareceu, acordou o Bota do coma em termos de lances perigosos.
Logo em seguida, o garoto Vetto, que recém havia entrado, bateu bem e obrigou Rafael a fazer grande defesa. Pouco se passou até que o mesmo Vetto recebesse no meio-campo uma bola cortada por Rafael Scotti e desse um lançamento MAGISTRAL para Flávio, que arrancou sozinho, esperou o arqueiro adversário cair e bateu para o gol, igualando a peleja em 1 a 1 e ocasionando a comemoração geral do banco de reservas alvinegro.
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Rodriguinho se estica para evitar a saída da bola (Foto: Matheus Pereira) |
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Dico provoca a torcida adversária na saída do gramado (Foto: Matheus Pereira) |
O Água foi rápido em sua resposta, e quase passou à frente do placar quando Rodriguinho bateu na saída do goleiro; a bola tomava o caminho do gol quando o zagueirão Rafael Scotti salvou sobre a linha. Logo logo o time verde e branco se tornou superior em campo, transparecendo que seria apenas questão de tempo para o placar voltar a se alterar. Com mais volume de jogo, acabou que a premissa estava certa.
Após cobrança de escanteio, o volante Ivan VOA para cabecear no fundo das redes, impondo o 2 a 1 no placar. Sem muito poder de reação, o Botafogo parecia incapaz de voltar a incomodar o adversário, em especial balançar as redes. Tanto é que, em cobrança de falta, o atacante Rodriguinho quase fez novamente, após uma paulada. Mas o futebol é uma caixinha de surpresas, e, aos poucos, o Alvinegro foi chegando, chegando... e chegou.
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Pegada, partida foi marcada por disputas de bola (Foto: Matheus Pereira) |
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Outra briga pela posse da pelota (Foto: Matheus Pereira) |
Surgindo da cobrança de escanteio de Mateus, o grandalhão Rafael Scotti deu um petardo de cabeça, tornando a igualar a peleja: 2 a 2. Na comemoração, o contraste entre coração para a amada presente na arquibancada e a raiva em bater no peito e dizer "eu tô aqui". Na VIBE do zagueirão, o Botafogo voltou a se mostrar uma pedra no sapato do Água Verde. Depois de jogada linda entre Vetto e Kiko, Mateus bateu bem e exigiu grande defesa de Rafael Cocal, quase virando o jogo.
Do outro lado, o jogo também reservava emoções. Como a trapalhada entre o goleiro Barzan e o zagueiro Fabrício, deixando a bola limpinha para o ataque adversário, que acabou desperdiçando. Lá e cá, as chances ainda apareciam, sem os atletas sucumbirem ao cansaço; aos 40, aquela que foi a maior oportunidade de alterar o placar: Kiko recebeu na risca da pequena área, sozinho, uma bola à meia altura; tentou bater de primeira e jogou longe a chance do três a dois, encerrando o jogo em
Água Verde 2x2 Botafogo. Iríamos então às penalidades.
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Todos começaram convertendo as cobranças... (Foto: Matheus Pereira) |
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...Mário então chutou para fora a chance do Bota... (Foto: Matheus Pereira) |
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...e Rodriguinho fez as cobranças se encerrarem nas redes: 5x3 (Foto: Matheus Pereira) |
Como descrito nas legendas das fotos acima, nas penalidades tudo ficou
Água Verde 5x3 Botafogo.
Mário Laguna, Fabrício, Wesley, Ricardo e Rodriguinho converteram e decretaram a vitória do time de Barreiros. Pelo lado da Estrela Solitária,
Rafael Scotti,
Mateus e
Bruno marcaram, enquanto Mário desperdiçou. Mais um título somado para o Água Verde, que alcançou o segundo torneio conquistado em sequência, este, de forma invicta.
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Jogadores comemoram a conquista do título (Foto: Matheus Pereira) |
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Mais uma taça levada para casa pelo Água Verde (Foto: Matheus Pereira) |
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Jogadores posando com dirigentes, torcidas, intrusos, instrumentos musicais e, claro, a taça! (Foto: Matheus Pereira) |
O
Desprovidos parabeniza ao Esporte Clube Água Verde por mais uma conquista, enquanto se despede oficialmente do ano de 2014. Como um balanço geral, foi uma primeira temporada produtivíssima e que plantou sementes para inúmeros novos anos cobrindo partidas que talvez não tenham a fama que mereçam. Estamos só começando a nossa jornada, que cada vez mais deve reservar novidades para os leitores assíduos deste blog. A vocês, aliás, desde já meu muito obrigado!
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O campeão do Regional da LTF 2014 (Foto: Reprodução) |
2015 já bate na porta, e o blog segue sem data de reinício confirmada. Em janeiro, tiramos férias, e como a temporada de campeonatos amadores se inicia em Santa Catarina apenas em março, buscaremos algo para relatar por essas bandas para o mês de fevereiro. Só não podemos ficar parados, pois tudo cresce num ritmo absurdo aqui, e devemos manter o ritmo. Boas festas pra todos, muita paz, e nos encontramos de novo no ano que vem. Dessa vez eu assino.
Grande abraço,
Matheus.