Siga o Desprovidos!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Água supera Fogo nos pênaltis e conquista o título do Regional da LTF

Daí.

Como já havia antecipado, fiquei ausente na finalíssima da LARM, conquistada pelo Metropolitano na última semana, pois eu tinha compromisso com o vestibular. Mas consegui encaixar ainda a última decisão do amador no estado, a do conturbado Campeonato Regional da LTF, que já havia sido prestigiado anteriormente aqui no blog. Fui até o município de Tubarão, onde Água Verde e Botafogo, ambos de Pescaria Brava, duelariam no Estádio Domingos Silveira Gonzáles.

E.C. Água Verde, que foi a campo com: Rafael Cocal; Pissirica, Kiko, Amarildo e Wesley; Ivan (Ricardo), Gustavo, Neca (Mário Laguna) e Matheus Laguna; Rodriguinho e Buiú (Fabrício). (Foto: Matheus Pereira)

E.C. Botafogo, que jogou a final assim: Barzan; Daniel (Kiko), Fabrício, Rafael Scotti e Cláudio Henrique (Vetto); Mário, Bruno, Reginaldo (Fabinho) e Dico; Leandro (Mateus) e Flávio. (Foto: Matheus Pereira)
A nova cidade de Pescaria Brava, que emplacou os dois finalistas no Regional da LTF (Foto: Matheus Pereira)
A tardia final do campeonato, realizada depois de todas as outras competições não-profissionais federadas do estado, tem uma explicação: o Barreirinho, também de Pescaria Brava, havia perdido pontos por escalação irregular e após a primeira fase entrou no Supremo, reivindicando o retorno dos pontos. Conseguiu, tirando a vaga do SERI nas semifinais, mas levou um sarrafo do Água Verde e morreu na praia. O adversário, por sua vez, faria o clássico ante o Botafogo na final.

Mais uma vez contei com uma primordial carona do Eduardo Ventura, dessa vez com direito até mesmo a um grande almoço em sua casa. Posteriormente a conversa com os outros integrantes da Rádio Santa Catarina, Jean Cardoso Jr. e Baiano Filho, também rendeu e fez o intervalo passar voando. Enfim, passadas as cerimônias iniciais, era hora de bola rolando entre o clube do bairro Barreiros e o clube do bairro Santiago.

Queda de Dico deu início à jogada de gol do adversário (Foto: Matheus Pereira)
Lance no meio-campo entre Pissirica e Leandro (Foto: Matheus Pereira)
Invicto na competição com sete vitórias e um empate até então, o Água Verde era o franco-favorito a levantar a taça. Contudo, seu adversário, terceiro colocado na fase de pontos corridos do certame e classificado à final com uma surpreendente vitória sobre o Palmeiras de Congonhas na semifinal, estava disposto a engrossar o caldo pra cima do até então atual campeão. Saindo com a posse de bola, o time alvinegro foi para cima, buscando exercer pressão.

Mas, num lance despretensioso, o experiente meia Dico caiu e permaneceu no chão, pedindo falta - não marcada pelo árbitro Valério Ferreira de Paula - e dando um contra-ataque redondo para o Água Verde; Buiú recebeu lançamento, avançou com ela e foi desarmado pelo zagueiro Rafael Scotti. No entanto, o corte do jogador botafoguense serviu como uma verdadeira assistência para Rodriguinho, que só fuzilou e a bola encontrou as redes, abrindo a contagem logo aos 3.

Desde o princípio, já muita reclamação com Valério (Foto: Matheus Pereira)
Num raro momento de sol, Flávio tenta puxar o Bota ao ataque (Foto: Matheus Pereira)
Mas todos nós sabemos que final com clássico reserva sempre cenas lamentáveis. Um gostinho do que viria aconteceu após entrada dura sobre Pissirica na lateral, onde houveram umas discussões aqui e acolá, reclamações com o árbitro e ficou nisso. Mas pouco mais tarde, aos 20 minutos, o tumulto se formaria. Num acontecido fora do lance de jogo, o meia Matheus Laguna, do Água Verde, acertou cotovelada sobre Dico e foi prontamente posto para a rua.

Acontece que o cidadão, ao passar pelo banco de reservas do Botafogo, ouviu uns desaforos e os companheiros do agredido foram tomar as dores. Aí a confusão se instaurou, a torcida desceu das arquibancadas pra pôr lenha na fogueira, vários cartões amarelos foram distribuídos, e depois de muitas reclamações, discussões e ânimos exaltados, o jogo voltou a rolar. Vale ressaltar que Dico sofreu um corte no rosto após o lance.

Cartão vermelho para Matheus Laguna, que está no meio da muvuca (Foto: Matheus Pereira)
Dico recebe atendimento, todo ensanguentado (Foto: Matheus Pereira)
A torcida não perdoou e aproveitou para também protestar (Foto: Matheus Pereira)
Depois da treta, os dois se cumprimentaram e vida que segue. A vida seguiu então, com o Água Verde aproveitando a vantagem no placar e a desvantagem numérica para recuar, e o Botafogo cresceu em campo. Mas aí a equipe começou a perder gol a ESMO. Não era algo normal, beirava o absurdo; a equipe, numa aposta cega, deve ter chutado umas dez vezes, todas sem perigo a Rafael. E quando o goleirão resolveu contribuir, largando uma bola dentro da pequena área quando ia repôr, mesmo assim, o time da estrela solitária desperdiçou.

Com tanta chance desperdiçada (fiz questão de exaltar, no meu bloco de anotações, a quantidade absurda de gols), o zero não sairia do placar mesmo. O gol ficou perto de sair pelo lado do Água Verde, quando Rodriguinho roubou a bola no ataque e avançou em direção à meta, mas o goleiro Barzan fechou bem e impediu que o placar se alterasse para o intervalo.

Leandro numa das inúmeras jogadas de ataque do Bota que não se transformaram em gol (Foto: Matheus Pereira)
Petardo de Neca sela as costas do mesmo Leandro (Foto: Matheus Pereira)
A etapa final já começou pegando fogo: com cerca de 5 minutos, Dico, que havia sido alvo da cotovelada, viu pela segunda vez o cartão amarelo e foi também expulso de campo. Na saída, a torcida do Água Verde chiou e provocou o jogador, que respondeu apontando o escudo do Botafogo presente em sua camisa, em semelhante tom de provocação. O momento, pelo que pareceu, acordou o Bota do coma em termos de lances perigosos.

Logo em seguida, o garoto Vetto, que recém havia entrado, bateu bem e obrigou Rafael a fazer grande defesa. Pouco se passou até que o mesmo Vetto recebesse no meio-campo uma bola cortada por Rafael Scotti e desse um lançamento MAGISTRAL para Flávio, que arrancou sozinho, esperou o arqueiro adversário cair e bateu para o gol, igualando a peleja em 1 a 1 e ocasionando a comemoração geral do banco de reservas alvinegro.

Rodriguinho se estica para evitar a saída da bola (Foto: Matheus Pereira)
Dico provoca a torcida adversária na saída do gramado (Foto: Matheus Pereira)
O Água foi rápido em sua resposta, e quase passou à frente do placar quando Rodriguinho bateu na saída do goleiro; a bola tomava o caminho do gol quando o zagueirão Rafael Scotti salvou sobre a linha. Logo logo o time verde e branco se tornou superior em campo, transparecendo que seria apenas questão de tempo para o placar voltar a se alterar. Com mais volume de jogo, acabou que a premissa estava certa.

Após cobrança de escanteio, o volante Ivan VOA para cabecear no fundo das redes, impondo o 2 a 1 no placar. Sem muito poder de reação, o Botafogo parecia incapaz de voltar a incomodar o adversário, em especial balançar as redes. Tanto é que, em cobrança de falta, o atacante Rodriguinho quase fez novamente, após uma paulada. Mas o futebol é uma caixinha de surpresas, e, aos poucos, o Alvinegro foi chegando, chegando... e chegou.

Pegada, partida foi marcada por disputas de bola (Foto: Matheus Pereira)
Outra briga pela posse da pelota (Foto: Matheus Pereira)
Surgindo da cobrança de escanteio de Mateus, o grandalhão Rafael Scotti deu um petardo de cabeça, tornando a igualar a peleja: 2 a 2. Na comemoração, o contraste entre coração para a amada presente na arquibancada e a raiva em bater no peito e dizer "eu tô aqui". Na VIBE do zagueirão, o Botafogo voltou a se mostrar uma pedra no sapato do Água Verde. Depois de jogada linda entre Vetto e Kiko, Mateus bateu bem e exigiu grande defesa de Rafael Cocal, quase virando o jogo.

Do outro lado, o jogo também reservava emoções. Como a trapalhada entre o goleiro Barzan e o zagueiro Fabrício, deixando a bola limpinha para o ataque adversário, que acabou desperdiçando. Lá e cá, as chances ainda apareciam, sem os atletas sucumbirem ao cansaço; aos 40, aquela que foi a maior oportunidade de alterar o placar: Kiko recebeu na risca da pequena área, sozinho, uma bola à meia altura; tentou bater de primeira e jogou longe a chance do três a dois, encerrando o jogo em Água Verde 2x2 Botafogo. Iríamos então às penalidades.

Todos começaram convertendo as cobranças... (Foto: Matheus Pereira)
...Mário então chutou para fora a chance do Bota... (Foto: Matheus Pereira)
...e Rodriguinho fez as cobranças se encerrarem nas redes: 5x3 (Foto: Matheus Pereira)
 Como descrito nas legendas das fotos acima, nas penalidades tudo ficou Água Verde 5x3 Botafogo. Mário Laguna, Fabrício, Wesley, Ricardo e Rodriguinho converteram e decretaram a vitória do time de Barreiros. Pelo lado da Estrela Solitária, Rafael Scotti, Mateus e Bruno marcaram, enquanto Mário desperdiçou. Mais um título somado para o Água Verde, que alcançou o segundo torneio conquistado em sequência, este, de forma invicta.

Jogadores comemoram a conquista do título (Foto: Matheus Pereira)
Mais uma taça levada para casa pelo Água Verde (Foto: Matheus Pereira)
Jogadores posando com dirigentes, torcidas, intrusos, instrumentos musicais e, claro, a taça! (Foto: Matheus Pereira)
O Desprovidos parabeniza ao Esporte Clube Água Verde por mais uma conquista, enquanto se despede oficialmente do ano de 2014. Como um balanço geral, foi uma primeira temporada produtivíssima e que plantou sementes para inúmeros novos anos cobrindo partidas que talvez não tenham a fama que mereçam. Estamos só começando a nossa jornada, que cada vez mais deve reservar novidades para os leitores assíduos deste blog. A vocês, aliás, desde já meu muito obrigado!

O campeão do Regional da LTF 2014 (Foto: Reprodução)
2015 já bate na porta, e o blog segue sem data de reinício confirmada. Em janeiro, tiramos férias, e como a temporada de campeonatos amadores se inicia em Santa Catarina apenas em março, buscaremos algo para relatar por essas bandas para o mês de fevereiro. Só não podemos ficar parados, pois tudo cresce num ritmo absurdo aqui, e devemos manter o ritmo. Boas festas pra todos, muita paz, e nos encontramos de novo no ano que vem. Dessa vez eu assino.

Grande abraço,

Matheus.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

De virada, Metrô vence em campo inimigo e larga na frente na decisão

E aí.

A toada do domingo não poderia ser outra. Enfrentei o fortíssimo calor no sul do estado para me fazer presente na primeira partida da final do Campeonato Regional da LARM, simplesmente o jogo mais importante da temporada para as equipes de cá até então. Em campo, os rivais Caravaggio e Metropolitano se enfrentavam no Estádio da Montanha, casa do primeiro, onde mais de mil cabeças se aglomeraram para não perder um instante da aguardada peleja.

Caravaggio FC, que jogou com: Pedro Paulo; Robinho (Elissandro), Maicon, Tijolo e Renan (Muca); Max, Júnior (Ivan), Tiago Renz e Gelinho; Fusca (Rudinei) e Kanu. (Foto: Matheus Pereira)
GE Metropolitano, cujos protagonistas foram: Passarela; Genison (Giliard), Cleiton (Celito), Willian Barcelos e Ricardinho; Filipe, Renan, Will e Luan (Bruno Frigo); Foguinho (Igor) e Ramon (Rodrigo Zeferino). (Foto: Matheus Pereira)
Heber Roberto Lopes, árbitro FIFA, foi o dono do apito na tarde (Foto: Matheus Pereira)
Tal era a importância da partida que, entre os milhares presentes na Montanha, estavam a minha namorada Pupella e, diretamente de São Leopoldo/RS, o casal 20 Lucas e Amanda, prestigiando a final da competição amadora mais tradicional do estado. Quem apitava a partida era Heber Roberto Lopes, um dos árbitros mais conhecidos em cenário nacional e atualmente pertecendo ao quadro da FIFA. Alto nível.

Não haviam favoritos para a decisão; o Metrô teve melhor campanha e se classificou à final com duas vitórias sobre o Mãe Luzia, ganhando também o direito de decidir em casa. Já o Caravaggio precisou de prorrogação para desbancar a Carbonífera Criciúma, Mesmo assim, na HISTÓRIA do clássico o time distrital possui mais vitórias sobre a equipe alvirrubra, e, convenhamos, em clássico não existe favoritismo.

Luan se lança ao ataque (Foto: Matheus Pereira)
Zagueiro Cleiton leva a melhor sobre Fusca em cabeçada (Foto: Matheus Pereira)
Quanto à bola rolando, o começo do jogo já demonstrou que sim, estávamos num final. Com cinco minutos, duas finalizações já haviam ocorrido - uma para cada lado -, embora ambas de fora da área e sem perigo. E a primeira grande chance veio também na casa dos cinco, quando Ramon recebeu cara a cara com Pedro Paulo e praticamente recuou para o arqueiro adversário, perdendo grande chance a favor do Metrô.

Uma nova oportunidade para os vermelhos veio aos 10 minutos, com chute forte de Luan que Pedro Paulo salvou. Mas, como diria o ditado, "quem não faz leva". E três minutos mais tarde, o mesmo Luan errou, Gelinho roubou a bola e deu passe AÇUCARADO para o artilheiro Kanu, centroavante nato, que pôs a pelota no fundo das redes e ocasionou a comemoração geral nas arquibancadas da Montanha: Carava 1 a 0.

Tiago Renz e Kanu comemoram a abertura do placar (Foto: Matheus Pereira)
Dividida lateral entre Genison (M) e Renan (C) (Foto: Matheus Pereira)
Após estar atrás do placar, o Metropolitano voltou a crescer em campo. E numa das jogadas individuais do sempre constante meio-campista Will, o empate poderia nascer. Foi aos 23, quando ele deu linda arrancada e tocou para Foguinho, que ao driblar o goleiro Pedro Paulo foi derrubado: pênalti. Quem converteu foi o meia e cobrador oficial Luan, igualando a contagem em 1 a 1 no Clássico da Polenta.

Heber aplica amarelo ao arqueiro, para reclamação dos atletas (Foto: Matheus Pereira)
Bola para um lado, Pedro Paulo para o outro e 1 a 1 (Foto: Pupella Cardoso)
Logo em seguida, antes que alguém pudesse retomar as rédeas da partida, tivemos a parada técnica para os jogadores se reidratarem no calor de 35 graus que estava difícil até para este que vos escreve - imagina então para os protagonistas do confronto. Depois, o que era aspecto de final pela qualidade técnica se transformou em cara de decisão por seu caráter emocional, ou seja, os famosos ânimos exaltados.

Pouco mais tarde, após bola alçada na área, Tijolo, do time da casa, e Passarela, do Metropolitano, se chocaram e ficaram caídos. Os atletas do Caravaggio pediam para a bola ser jogada para fora, mas os do clube visitante se alçaram ao ataque, sendo parados apenas com falta, e isso ocasionou o descontentamento dos mandantes. Ocorreu então muita discussão entre os volantes adversários Filipe e Max, principalmente, mas no final tudo ficou tranquilo.

Passarela pede a parada do jogo enquanto caído (Foto: Pupella Cardoso)
Enquanto Filipe e Max, os camisas 5, discutem (Foto: Matheus Pereira)
Os ânimos exaltados também protagonizaram uma discussão acalorada entre Giliard, lateral que até então estava no banco do Metropolitano, e o mesário da partida, após o atleta reclamar de uma suposta agressão de atleta do Caravaggio. Em campo, porém, o futebol apresentado pelas equipes foi decaindo de nível. Um lance esparso aqui e ali, e os arqueiros ex-Criciúma Pedro Paulo e Passarela pouco trabalharam na reta final da primeira etapa.

Com o forte calor e o cansaço apertando, até as cenas de discussão foram desaparecendo e tornou-se questão de tempo para o árbitro Heber Roberto Lopes soar o apito aos 49, dando como finalizada a primeira das quatro partes da decisão da Taça Hélio Gava, dada ao campeão do Regional da LARM de 2014.

Força-tarefa para segurar o exaltado Giliard (Foto: Pupella Cardoso)
Já no segundo tempo, Bruno Frigo carrega a bola enquanto Tiago Renz olha para o nada (Foto: Matheus Pereira)
Buscando passar a frente do placar, o Metropolitano começou a etapa final voando. Logo aos 25 segundos(!) Foguinho entrou cara a cara com Pedro Paulo, e obrigou linda defesa do guarda-metas do Caravaggio. Tentando fazer valer o mando, o clube azul e branco tentou se lançar ao ataque, deixando a defesa desguarnecida. Numa dessas jogadas, Tijolo se enrolou todo com a bola e Ramon roubou, entrando livre, leve e solto na frente do goleiro e bisonhamente desperdiçando sua segunda grande chance no jogo.

Mas, já dizia Shakespeare, "em certos momentos os homens são donos dos próprios destinos". No lance SEGUINTE, quando o cronômetro não tinha passado sequer para o próximo minuto, Ramon teve nova chance ao receber livre mais uma vez, driblou Pedro Paulo, caminhou com a bola e apenas deixou a pelota rolar sobre a linha e ir ao encontro das redes, virando o jogo e ocasionando a comemoração geral do banco de reservas do Metrô. As gozações da torcida do Caravaggio instantaneamente cessaram.

Extasiados, os atletas correm para abraçar Ramon (Foto: Matheus Pereira)
Robinho se livra do grandalhão Celito (Foto: Matheus Pereira)
A partir daí, amigos, simplesmente só deu Caravaggio. No minuto seguinte, Tiago Renz soltou a pedrada e obrigou Passarela a fazer defesa genial, a melhor do jogo. Com mais volume, o time da casa não deixava o adversário passar do meio-campo, e quando o Metrô conseguia fazer, esbarrava no cansaço de seus atacantes e na boa marcação exercida pelo time da casa após a derrota parcial. O maestro Gelinho, do Caravaggio, ainda passou perto de marcar em chute de primeira.

Valter Ghislandi, treinador dos visitantes, então, mexeu na equipe. Sacou Foguinho para pôr Igor, povoando a defesa, e deixou Rodrigo Zeferino sozinho na frente. O velocista bem que tentou, mas pouco fez. Do outro lado, novas chances perdidas; seja com Robinho, que recebeu na área e chutou na lua, ou com Rudinei, que bateu cruzado e a bola ia entrando no gol quando foi cortada por Willian Barcelos na hora H. A estrela de Passarela também brilhou, com o goleiro se transformando num paredão sob as traves.

Jogadores reunidos após falta marcada (Foto: Matheus Pereira)
Cobrança dessa mesma falta parando na barreira (Foto: Pupella Cardoso)
Caravaggio puxando ataque, já no fim do jogo (Foto: Matheus Pereira)
 Nos dez minutos finais, o time local aceitou o resultado e não voltou a dar trabalho ao goleiro Passarela, deixando a partida ser finalizada aos 47 com o placar de Caravaggio 1x2 Metropolitano. O time do centro de Nova Veneza agora, abraçado com tamanha vantagem, buscam levantar a taça no Darci Marini no próximo sábado (13) e pela terceira vez na história conquistar o Regional da LARM. Já o Caravaggio, se conseguir reverter, será campeão pela sexta vez. Caso contrário, ficará com seu sétimo vice.

Desde já fica minhas lamentações, pois no próximo fim-de-semana estarei completamente envolvido pelo vestibular da UFSC e não poderei cobrir a finalíssima do campeonato, simplesmente a partida mais importante do ano. Fico realmente chateado, mas c'est la vie, e ano que vem lá estaremos na decisão, buscando relatar tudo sobre o campeão.

Exaustos, jogadores se atiram no gramado sob o sol ainda irradiante (Foto: Matheus Pereira)
Mas o ano não acaba por aqui, embora os campeonatos estejam entrando em sua reta final. Ainda resta mais um fim-de-semana de jogos para o Desprovidos, e no dia 21 de dezembro teremos nossa despedida oficial de 2014, já mirando o ano que vem. A história do blog está só começando. Vamos todos.

Até lá.

domingo, 30 de novembro de 2014

Metrô apresenta ótimo futebol, bate Mãe Luzia e enfrenta o maior rival na final

Opa.

Finalmente o blog está de volta ao Campeonato Regional da LARM. E para manter o nível alto, voltamos já cobrindo o jogo de volta das semifinais do certame, ou seja, partida cheia de emoção e ânimos à flor da pele. Dessa vez, em campo reuniam-se os escretes de Metropolitano e Mãe Luzia, na casa do primeiro, o Estádio Darci Marini, no bairro Bortolotto, em Nova Veneza. E, no sábado (29), o primeiro ingrediente especial já havia sido jogado para essa partida. Explico.

GE Metropolitano, escalado com: Cleiton, Genison, Ramon, Will, Willian Barcelos e Passarela (em pé); Ricardinho, Luan, Filipe, Renan e Foguinho (agachados). (Foto: Matheus Pereira)
EC Mãe Luzia, em campo com: Pipoca, Gabriel, Cleomar, Genilson, Marcelo Cunha e Júlio César (em pé); Romennig, Biá, Flavinho, Dido e Everton Boff (agachados). (Foto: Matheus Pereira)
Para combater o calor fortíssimo que faz por essas bandas, só com muita água (Foto: Matheus Pereira)
No sábado, o Caravaggio, maior rival do Metrô, bateu a Carbonífera Criciúma na prorrogação e garantiu a primeira vaga para a finalíssima do Regional. O clube de Nova Veneza, por sua vez, precisava apenas de um empate para se garantir também e, pela segunda vez na história, propiciar o famoso "Clássico da Polenta" na decisão. Para isso, a presença nas arquibancadas do estádio que mais visitei neste blog esteve entre média e boa, numa tarde ensolarada de domingo.

Devido ao atraso da equipe do Mãe Luzia em subir a campo, o jogo começou vinte minutos depois do previsto. O lado bom é que nesse momento o forte vento nordeste que fazia já havia cessado. Porém, quando já eram 16h20, a bola rolou para que o clube criciumense buscasse reverter o resultado de 1x2 que havia se instaurado na partida de ida, no Olavo de Assis Sartori. Já o Metrô queria garantir a vaga para enfrentar o rival na final e buscar o tri-campeonato.

Everton Boff ajeita a bola para cobrança de falta (Foto: Matheus Pereira)
Genison marcado de perto pelo mesmo Boff (Foto: Matheus Pereira)
E o jogo já começou a todo vapor. A serelepe dupla Luan/Foguinho já deu mostras do que viria logo aos 3 minutos, quando o ruivo balançou as redes, embora em posição de impedimento, e o tento foi anulado. Mesmo assim, a equipe da casa continuou pressionando, sem deixar transparecer a vantagem que tinha no placar. Jogando a favor do pouco vento que ainda restava, muitas vezes suas jogadas ofensivas, puxadas pelos dois já supracitados, parava nas luvas de Júlio César.

O Mãe Luzia ainda buscava responder, e conseguia encaixar alguns ataques; aos 7, Biá soltou a bomba em cobrança de falta e tirou tinta da trave. Pouco mais tarde, encontraram o centroavante Romennig na área e ele cabeceou para cima, isolando. Na base da velocidade, o time da casa engrenava e entusiasmava a torcida, que comemorava nas jogadas rápidas que o Metrô fazia.

Foguinho, encoberto pelo adversário, iniciando uma jogada (Foto: Matheus Pereira)
E sendo abraçado pelos companheiros após abrir o placar (Foto: Matheus Pereira)
As jogadas pelo lado direito do ataque da equipe, organizadas por Genison e Luan, não paravam, e de tanto tentar uma hora a bola teria de balançar a rede. Esse momento veio somente aos 33 minutos, quando o meia Luan fez linda jogada e deixou à feição para Foguinho, que bateu rasteiro e decretou a abertura do placar no Darci Marini. O garoto-xodó da torcida causou ovação das bancadas, que nem imaginavam o que estava por vir.

Apático, o Mãe Luzia não ofereceu resistência e falhou na linha do impedimento sete minutos depois, quando novamente o serelepe ruivo recebeu em profundidade e encheu o pé no alto, ampliando a contagem para 2 a 0 e colocando as duas mãos na vaga à final. O futebol do Mãe Luzia, que parecia ter desaparecido na parada técnica, não era páreo para mudar o paradigma da partida, e somente um desastre tiraria a vaga dos locais.

O artilheiro da noite é abraçado por Jucemar após o segundo gol (Foto: Matheus Pereira)
Luan faz pose na marcação de Dido (Foto: Matheus Pereira)
No restante da etapa inicial, que foi até os CINQUENTA UM minutos inexplicavelmente, o Mãe Luzia, mortíssimo, não apresentou resistência alguma ao escrete momentaneamente vitorioso. No intervalo, nós, da imprensa, recebemos saborosas bolachas e pão-de-mel, atitude aprovadíssima por este que vos escreve. Aí foi fácil de aguardar o recomeço do jogo e o tempo de intervalo passou bem rápido.

Para a segunda etapa, a equipe visitante veio com a entrada do atacante Macaco - que, inclusive, ao passar pelas bolachas também tratou de catar algumas - e logo melhorou na partida. Passou a combater o domínio do Metropolitano com mais vontade, procurando reagir e buscar uma improvável virada - que teria de vir aliada a uma vitória também na prorrogação -, e o jogo se tornou equilibrado.

André Gaúcho corta e deixa Will voando (Foto: Matheus Pereira)
Árbitro Cleomar Abegg teve trabalho (Foto: Matheus Pereira)
Pouco mais tarde, quase tivemos ocorrência de CENAS LAMENTÁVEIS no Darci Marini. Quando o meia Everton Boff foi derrubado na área do Metrô e o árbitro nada marcou, alguém que pertence à comissão técnica do Mãe Luzia reclamou veementemente e, quando foi expulso, partiu para cima do dono do apito, Cleomar Abegg, e teve de ser contido pelos jogadores. Tudo só se apaziguou quando o atacante Biá retirou o cidadão do gramado.

A coisa ficou preta realmente para o Mãe Luzia quando, aos 23 minutos, o zagueirão Genilson derrubou Foguinho numa clara e manifesta chance de gol e viu o cartão vermelho ser aplicado pelo juiz. Depois de muito tempo de reclamação, o atleta saiu de campo e foi muito hostilizado pela torcida local, aplaudindo ironicamente em direção às arquibancadas e recebendo algumas palavras de carinho em resposta.

Cleomar chama Genilson enquanto puxa o cartão vermelho (Foto: Matheus Pereira)
Will com a bola pelo meio (Foto: Matheus Pereira)
Quando o jogo já se tornava sistemático, sem muitas emoções e com várias alterações, o lateral Marcelo Cunha, do clube visitante, reacendeu os corações presentes no Marinão com uma PEDRADA de fora da área, obrigando linda defesa de Passarela. No lance seguinte, o veloz Rodrigo Zeferino, que havia entrado no decorrer da segunda etapa, foi à linha de fundo e cruzou rasteiro, mas Fogo furou o que seria seu hat-trick.

No lance seguinte, porém, Zeferino correu muito (mesmo) e invadiu a área, pronto para balançar as redes, até ser derrubado por Marcelo Cunha. O lance era pra vermelho, mas apenas o amarelo foi aplicado para o lateral visitante; no entanto, isso não gerou reclamação alguma, visto que o jogo já estava parcialmente decidido. O caixão foi considerado "fechado" quando Luan converteu a penalidade e fez o gol que estava merecendo desde o início, 3 a 0.

Num dos últimos lances da partida, Édipo faz lançamento (Foto: Matheus Pereira)
Ainda restou tempo para uma confusão nas arquibancadas e, aí sim, o aparecimento de cenas lamentáveis entre adeptos dos dois clubes, mas foi prontamente encerrada com muita gente saindo de campo, embora restassem vestígios e garrafas quebradas quando deixei as dependências. Rodrigo Zeferino ficou no quase pelo Metrô quando tocou na saída do goleiro, enquanto Macaco jogou a última chance do Mãe Luzia nas mãos de Passarela.

No último lance da partida, Zeferino ainda teve um gol anulado, e ficou lamentando-se muito pois queria o dele. Mas o rumo do confronto não se alterou: Metropolitano 3x0 Mãe Luzia foi o placar final, e enquanto parte da torcida gritava "freguês" para o adversário, outra comemorava a final contra o Caravaggio, seu maior rival, repetindo o Clássico da Polenta na decisão, como em 2007 (na ocasião, o Metrô levantou a taça).

Foguinho sendo agraciado com o prêmio de melhor jogador (Foto: Matheus Pereira)
Depois de sair do estádio, ainda dei uma passada numa genial gelateria no centro da cidade, e fica aí a dica gastronômica do Desprovidos. Nossos compromissos estão diminuindo, e a primeira partida da final já é semana que vem. O sul do estado vai FERVER. Estaremos lá acompanhando.

Abraços.