domingo, 27 de setembro de 2015

Num domingo garoento, blog estreia na Terceirona com duelo entre Curitibanos e Jaraguá

Opa.

Mais um fim-de-semana se avizinhando, e, como sempre, as chuvas constantes impediram que acontecessem rodadas de futebol amador por quase todo o estado, em especial aqui na região de Chovianópolis Floripa. Naquele desespero básico de quem quer cobrir jogo e não pode, acabei recapitulando a parceria com O Cancheiro e nos deslocamos até Paulo Lopes. Por lá, Curitibanos e Jaraguá duelariam pela sétima (e última, do turno) rodada do Campeonato Catarinense Série C. Nos encaminhamos, numa BR-101 chuvosa, até o Estádio Antônio Amadeu Moisés. Mas nem sempre tudo sai como planejado...

As nuvens se fizeram presentes na tarde de domingo (Foto: Matheus Pereira)
Primeiro tempo visto diretamente das tribunas com alguns jogadores do Jaraguá (Foto: Matheus Pereira)
A estrada nos atrasou um pouco na ida, e adentramos a cancha somente quando o relógio já batia nas 15h25, quando era pra partida começar as 15h. Durante o caminho, existia a esperança de que a ambulância atrasasse ou que ocorresse outro imprevisto - egoísta, eu sei, mas ninguém é de ferro - que fizesse o pontapé inicial ser adiado por uns minutos que fossem. De nada adiantou; quando chegamos, eram 23 minutos de jogo já, e o Jaraguá vencia por um a zero, gol do atacante Ramon.

Bom, mas para quem não conhece a nossa gloriosa terceira divisão (ou Série C) do Catarinense, ela é mais notada em âmbito nacional por ser um verdadeiro antro de bizarrices. Desde WO de um time em sua própria casa onde o juiz foi impedido de entrar no estádio à goleadas astronômicas, a história dessa competição está recheada de CAUSOS. Em 2015, apenas uma desistência (Caçador) e a sequência de derrotas estapafúrdias do próprio Curitibanos chamaram a atenção.

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O time do meio-oeste - que manda seus jogos no litoral -, aliás, está sempre envolvido em algumas polêmicas. Na deste ano, corre por voz escusa que os atletas vivem apenas de arroz e salsicha, sem muito apoio da equipe no alojamento, e que estariam jogando sem vontade justamente por isso, o que é completamente compreensível. Bom, em campo, os resultados davam parecer ao álibi - na rodada anterior, inclusive, um sonoro revés por 8 a 0 contra o líder Barra.



Alguns lances observados lá de cima (Foto: Matheus Pereira)
Chegamos e conversamos com o quarto árbitro Gabriel dos Santos Laurentino, que foi gente boa e liberou nossa passagem às tribunas até que chegasse o intervalo. Lá de cima, junto a alguns atletas do Jaraguá, vimos a equipe do norte do estado muito melhor em campo, embora não com uma vantagem larga a ponto de a porteira abrir para sete ou oito gols. O time "da casa" ainda enrolava bem na marcação, vacilando apenas com a bola nos pés - se passou do meio-campo cinco vezes no jogo, foi muito.

Num dado momento, um ENTREVEIRO na pequena área do Curitibanos deixou os visitantes no quase por três ou quatro vezes, causando suspiros nos jaraguaenses que estavam ao meu lado. Eram seis na bola, e depois dela parar na poça em primeira finalização, beijou o travessão e saiu em cabeçada sequente. Depois, o meia Paulo Henrique (inclusive, ele já apareceu aqui pelo amador, vestindo a camisa do Biguá) bateu falta, meio sem ângulo, e tirou tinta da trave defendida por Daniel.

Campo cheio de lama e água devido às incessantes chuvas (Foto: Matheus Pereira)
Pouco pegada a peleja? (Foto: Matheus Pereira)
Já na finaleira da etapa inicial, quando batiam quarenta e dois no meu relógio, o Jaraguá chegou pela direita; depois de cruzamento, o arqueiro do time local espalmou para o meio da área e ela sobrou para Maiquinho, que dominou e pôs para dentro do barbante, ampliando a contagem para 2 a 0. Logo depois, mal bateram os quarenta e cinco e o árbitro Fernando Henrique de Medeiros Miranda finalizou a primeira etapa.

Aliás, chegado o intervalo, o mediador da partida foi bastante gentil conosco e pudemos adentrar ao gramado para fazer as fotos no segundo tempo. No comecinho da etapa final, aliás, o Curitibanos bem que tentou; com dois minutos, uma boa troca de passes da equipe terminou num chute de Lincon, que o goleiro Otávio - um dos mais conhecidos do escrete jaraguaense - defendeu sem grandes problemas.

Nei Charles se desculpa com Ramon após entrada dura (Foto: Matheus Pereira)
Enquanto isso, seguia a famosa chuva chata (fina, gelada e transversal) em Paulo Lopes. Em campo, a equipe verde e vermelha seguia sem conseguir ultrapassar a meia-cancha e via o domínio campal dos jaraguaenses, muito embora os ataques não levassem tanto perigo à meta de Daniel. Ao contrário do que corriam-se os comentários, porém, a equipe do Curitibanos não demonstrou tanta indiferença à partida. Dado momento, quando o Jaraguá seguiu uma jogada que tinha um atleta adversário caído e quase marcou o terceiro, foram muitas as reclamações dos jogadores da equipe vermelha.

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Pouco após, Maranhão, centroavante visitante, recebeu cruzamento e bateu certeiro, mas no caminho entre a finalização e as metas estava seu companheiro de equipe, Paulo Henrique, que cortou sem querer o gol amigo. Mas, se outras oportunidades ficaram no quase, uma hora ela entraria. Eram decorridos 32 minutos, quando ele mesmo, Paulo Henrique, recebeu e bateu mascado, contando com desvio no zagueiro adversário Nei Charles e encobrindo perfeitamente o arqueiro Daniel, pondo 3 a 0 no placar e decretando, quase que certamente, a vitória visitante.

O Jaraguá fez as três mudanças possíveis simultaneamente, algo que eu nunca tinha visto in loco (Foto: Matheus Pereira)
Segue a luta contra o gramado encharcado (Foto: Matheus Pereira)
Três minutos mais tarde, foi a vez de sair o quarto gol. Após boa troca de passes entre Nego, Paulo Henrique e Ramon, o terceiro completou para as redes, deixando tudo em 4 a 0. Era interessante ver como os atletas não comemoravam os gols - a mais efusiva da partida foi a de Ramon, nesse quarto gol, que apenas celebrou com seus companheiros que aqueciam e cumprimentou o banco de reservas -, comprovando o que eu já pensava: a terceira divisão catarinense é totalmente "sem alma", caso comparada ao amador.

Atacante comemorou timidamente o quarto gol da partida (Foto: Matheus Pereira)
Depois, ainda restou pouco tempo para algo mudar na partida. Cezinha, um dos poucos atletas do Curitibanos que se destacou, tentou em duas cobranças de faltas, mas ambas subiram demais devido à força excessiva da finalização. O Jaraguá, confortável com o resultado, apenas administrou até que chegassem os quarenta e cinco minutos e Fernando Miranda soprasse o apito com o placar em Curitibanos 0x4 Jaraguá.

Nego puxando jogada em favor do Jaraguá (Foto: Matheus Pereira)
Atletas em lance do jogo (Foto: Matheus Pereira)
Com o resultado, a equipe do Curitibanos segue sua saga rumo à lanterna do nível mais baixo do futebol profissional catarinense. Atualmente, o time já ocupa tal colocação, com quatro pontos (todos, conquistados nas duas primeiras rodadas) e a pior defesa, com 28 gols sofridos. Já o Leão de Jaraguá do Sul assumiu a vice-liderança - ao menos, até esta segunda-feira, quando a rodada será finalizada - com 14 pontos ganhos. O primeiro turno foi do Barra, de Balneário Camboriú, que SOBROU com seis vitórias e um empate nos sete duelos que teve.

Desprovidos segue na labuta, esperando que o Municipal de Florianópolis tenha sua decisão logo, depois de três (!) adiamentos. No entanto, é compreendido por este que vos escreve, pois neste fim-de-semana último, os torós estavam impossíveis, e que São Pedro ajude. Até mais ver!

Abraços.

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