Buenas.
Mais um fim-de-semana chegou, mas este seria especial: seria a finalíssima do Campeonato Municipal de Florianópolis. No entanto, a peleja decisiva foi adiada, pois não seria possível ter policiamento suficiente para fazer, simultaneamente, o confronto entre Avaí e São Paulo e a final. Sem problemas, pois, na região metropolitana a bola segue rolando; nos encaminhamos para o bairro da Praia João Rosa, em Biguaçu, onde o time local do
Biguá receberia o
Pescador, de Governador Celso Ramos, no
Estádio Osni Venceslau Machado. A partida era válida pela 13ª rodada do
Campeonato Regional da LICOB (Liga da Comarca de Biguaçu).
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ACRE Biguá FC, escalado com: Mayckon; Merllin (Boquinha), Jajá, André Flores (Alemão) e Cláudio Paraná (Juninho); Tiaguinho, Wendel (Robinho Laguna) e Bruno Andrade (Nata); Biá, Dael e Dé. (Foto: Matheus Pereira) |
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Pescador CFC, que foi a campo com: Felipe Lopes; Lipe (Guga), Irô, Helder e Danilo (Vaninho); Camarão, Vitor, Thiago, Jaquinho (Gustavo Klausen) e Delson (Jocemar); Fabrício (Fernando). (Foto: Matheus Pereira) |
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Os comandantes do espetáculo eram Oscar Calheiros, Welinton Pereira e Amauri Souza; presentes na foto, ainda, os capitães Delson e Dé. (Foto: Matheus Pereira) |
O Biguá já havia aparecido aqui, ainda lá em abril, em peleja ante o Estrela Azul, válida pela Copa Interligas (
relato aqui). No entanto, o time que entrou em campo neste domingo é, simples e literalmente, 100% diferente daquele escrete que atuou há cinco meses atrás. A equipe da casa e o Pescador, que debutava nas páginas do Desprovidos, travavam um duelo particular pelo quarto lugar da competição, que também é o limiar entre os que se classificam às semifinais.
Lá pelas bandas da Praia João Rosa, encontrei o parceiríssimo
Pauli, que cobre magnificamente os torneios biguaçuenses em
seu blog, e ainda não havia coincidido de estar numa cancha que eu estava. Ele me explicou um bocado sobre o futebol da cidade, e me fez reconhecer dois velhos conhecidos na cancha: Dael e Biá atuavam no futebol amador sul-catarinense, respectivamente em Turvo e Mãe Luzia, já estiveram presentes aqui diversas vezes, e agora vestem a camisa tricolor do Biguá.
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Atleta do Pescador se livrando da marcação (Foto: Matheus Pereira) |
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Fabrício comemora seu gol com o companheiro de equipe (Foto: Matheus Pereira) |
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Dael, do Biguá, e Camarão, do Pescador, na luta pela pelota (Foto: Matheus Pereira) |
E a premissa da partida, era - ou ao menos parecia - de extremo equilíbrio. Foi isso que se viu nos instantes extremamente iniciais da partida, onde as equipes dividiam as ações em campo. Quem finalizou primeiro foram os visitantes, com o volante Camarão, que chutou para o alto de fora da área. Mas a suposta divisão de forças durou somente até meros seis minutos, que foi o tempo de ser aberto o placar do confronto.
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Após cruzamento, a bola ficou QUENTE na área, e no bate-rebate, o centroavante Fabrício, do Pescador, cabeceou para dentro do barbante, abrindo os trabalhos: 1 a 0. Logo depois, ainda foi (bem) anulado um gol do meia Delson, em favor dos visitantes. Vale ressaltar que o gramado do Osni Machado estava um verdadeiro LAMAÇAL, e a essas alturas do jogo, as máquinas de lavar roupas já sabiam que teriam trabalho com os uniformes das equipes.
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Thiago e Tiaguinho, os quase-homônimos, travam batalha pela bola (Foto: Matheus Pereira) |
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Cláudio Paraná, campeão da Série C pelo Avaí em 1998, hoje ocupa a lateral esquerda do Biguá (Foto: Matheus Pereira) |
Depois, começou a aparecer para o jogo o arqueiro biguaçuense, Mayckon. Primeiro, numa defesa de nível mediano, após Delson finalizar consistentemente. Mas as chegadas de ambas as equipes, por vezes, ficavam em segundo plano - as divididas, constantes, tornavam o jogo pegado. E foi por isso que Biá e o zagueiro Irô, do time de Governador Celso Ramos, trocaram farpas cabeludas depois de uma entrada mais dura do meia local. Ambos foram amarelados e repreendidos pelo árbitro Oscar Calheiros.
O tricolor local chegava ao ataque uma vez na vida e outra na morte; numa dessas raras investidas, o lateral Merllin soltou uma porrada do meio da rua e tirou tinta do travessão. No entanto, a superioridade estava do outro lado da linha que divide o gramado. O meia Thiago, ao tentar surpreender o goleiro local, que estava fora do gol, quase marcava um belo tento, mas escorregou na hora de finalizar e pôs a pelota pela linha de fundo.
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A luta, por vezes, era no chão (Foto: Matheus Pereira) |
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Agora ocupando as canchas da região da capital, Biá segue reclamão (Foto: Matheus Pereira) |
Ainda antes do término da primeira etapa, o Biguá voltou a chegar perto, com o meia Bruno Andrade; ele aproveitou sobra de bola e encheu o pé, mas o goleiro Felipe Lopes fez grande defesa, no andar de baixo, para salvar o Pescador. O intervalo chegou ainda depois do árbitro Oscar Calheiros e seu auxiliar Amauri Souza protagonizarem cena estranha, onde o bandeirinha deu impedimento, o árbitro confirmou e depois voltou atrás, dando bola ao chão em favor da equipe que atacava. Óbvio que sobraram reclamações.
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Jaquinho leva a equipe visitante à frente (Foto: Matheus Pereira) |
Bastante insatisfeito com sua equipe, o treinador local Dagmar Marques não poupou cartas na manga e voltou para a etapa final com nada menos que TRÊS substituições. Pena para ele que, desde o princípio, não surtiu efeito: se na etapa inicial o equilíbrio ainda contrastou, no segundo tempo deu SÓ Pescador, que era movido pela velocidade dos garotos, que são a base da equipe. Aí surgiu a estrela do arqueiro Mayckon, que nos primeiros minutos já fez boa defesa em chute cruzado de Fabrício.
Pouco depois, foi a vez de fazer uma sequência de defesas SENSACIONAIS. Primeiro, em chegada de Jaquinho, que bateu forte frente a frente; o goleiro deu rebote e ela sobrou para Fabrício, que finalizou no ângulo, mas Mayckon voou e espalmou para o lado, arrancando interjeições de espanto para nós, que estávamos na linha lateral. Depois, em cobrança de falta, foi Danilo quem passou perto de aumentar a contagem para o Pescador.
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Equipe de Governador Celso Ramos foi bastante superior (Foto: Matheus Pereira) |
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Camarão, com seu uniforme "limpinho", carrega a bola (Foto: Matheus Pereira) |
O segundo tempo, porém, foi infinitas vezes melhor que o primeiro em termos de qualidade. Naquela que foi a única chegada significante do Biguá nos quarenta e cinco finais, Dael recebeu de Thiaguinho na pequena área, bateu cruzado e desperdiçou. A resposta dos visitantes, na sequência, foi um pouco mais convincente: Delson soltou um lindo foguete de fora da área que carimbou o travessão e, no rebote, Jaquinho mandou para fora. A pressão vindo do lado alvirrubro era grande!
Entretanto, não achem que o goleiro Mayckon ganharia uma citação no título caso sua atuação não tivesse sido
realmente espetacular. Segurou magistralmente as investidas adversárias - pegou uma paulada à queima-roupa de Fabrício e desviou para escanteio dois belos lances, protagonizados por Vaninho e Lipe. Ainda defendeu uma pedrada mais uma vez proferida por Vaninho. Tudo isso, nos cinco minutos que sucederam a troca de oportunidades do parágrafo acima. Seriam, ao longo da partida inteira, no mínimo, cinco
dd's (defesas difíceis) no Cartola FC.
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Thiago e Juninho (costas, 13) se estranharam e viram la tarjeta amarilla (Foto: Matheus Pereira) |
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Dé e Vaninho na briga (Foto: Matheus Pereira) |
O tempo final ainda resguardava, além da melhora nas atuações, uma dose a mais de impropérios trocados pelos times. Biá, que já estava amarelado, pegou Camarão sem bola e proporcionou doses CAVALARES de reclamação por parte do time adversário. Pouco mais tarde, Thiago e Juninho também trocaram carinhos e foram advertidos (foto acima). Movidos pela vitalidade do belo meio-campista Vitor, os atletas visitantes guardavam muito mais energia que os locais. Jaquinho ainda meteu uma bola na trave, diretamente de escanteio.
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Nos encaminhamos para o sexto parágrafo de um tempo só, mas ainda há coisas para se contar, nesse louco segundo tempo! O auxiliar Amauri Souza ainda foi acertado com algum objeto aleatório pelos que ficam no alambrado e o jogo ficou parado por uns minutinhos - o capitão Dé, no alto de sua experiência, conseguiu acalmar os torcedores locais. No finzinho da peleja, Mayckon ainda apareceu mais DUAS vezes contra Fernando: fechou o ângulo em finalização do atacante, completamente livre, e depois pegou investida um vs um do camisa 16 visitante.
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Biá toma a frente no castigado gramado (Foto: Matheus Pereira) |
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Guga (18) cabeceia e obriga (nova) boa defesa do goleirão do Biguá (Foto: Matheus Pereira) |
Depois daquela que foi uma das melhores, ou A melhor, atuação de um goleiro aqui no Desprovidos, o árbitro deu a peleja como finalizada ao fim de quarenta e nove: no duelo dos que buscam o peixe, deu
Biguá 0x1 Pescador. A equipe visitante sobe significativamente na tabela e agora ocupa a segunda posição do Regional da LICOB, que, por sinal, foi o 12º torneio a aparecer por acá. Esperamos que, até findado o ano, sejam quinze os campeonatos prestigiados pelo blog.
Ganhei nova carona com o
Michael, do Hora, dessa vez até São José, e de lá peguei o bus rumando à minha casa. Voltaremos na semana que vem, espero que com cada vez mais partidas sendo prestigiadas pelo
Desprovidos. Oramos para que o cosmos contribua e semana que vem ocorra realmente a finalíssima da capital, partida bastante esperada por mim. De qualquer forma,
hasta luego!
Abraços.