sábado, 23 de maio de 2015

Grêmio vence Estrela Azul nos pênaltis e fatura o bicampeonato da Copa Interligas

Fala aí.

A pedida nesse sábado não podia ser diferente. Fiz questão de deixar a tarde livre de qualquer compromisso, pois todos caminhos levavam ao Estádio José Etelvino de Paula, em Cachoeira do Bom Jesus, onde eu presenciaria a minha primeira finalíssima in loco de 2015. Em campo, o Grêmio Cachoeira, defensor do título, enfrentaria o Estrela Azul, debutante em finais, que tinha a vantagem do jogo de ida em 2 a 1, pela decisão da Copa Interligas.

GE Cachoeira, que jogou com: André Nicolodi; Romário, Marquinhos, Roger e Vitor Cruz; Keko (Gardena), David (Felipe Rosino) e Itauê; Leandrinho (Dado), Osvaldo (Guilherme) e Ziel (Théo). (Foto: Matheus Pereira)
Estrela Azul FC, em campo com: Diego; Tiago, William, Luiz Henrique e Piava; Marquinhos, Pará (Quesinha), Fábio, Anderson (Silvinho) e Cheirinho; Alemão (Neném). (Foto: Matheus Pereira)
Posado, o quarteto de arbitragem, composto por Gabriel dos Anjos Kretzer, seus auxiliares Renê Gilberto Franzen Filho e Wagner Mérida Bonfim e o quarto árbitro Felipe de Souza, além dos capitães (Foto: Matheus Pereira)
Atletas se cumprimentam após o hino nacional (Foto: Matheus Pereira)
Colados ao alambrado, os torcedores de ambas as equipes faziam muito barulho. Diretamente de Santo Amaro da Imperatriz, veio um caminhão repleto de adeptos do Estrela, muitos deles carregando bandeira(s) do clube. Pelo Grêmio, era presente um bandeirão, alguns instrumentos e vários torcedores; entre eles, MC Floripa, funkeiro aqui da capital. Depois de muita festa na entrada dos jogadores, foi executado o hino nacional, pela primeira vez na competição.

O time da casa havia perdido a invencibilidade justamente na peleja de Santo Amaro da Imperatriz, válida pela partida de ida da decisão. O Estrela também acumulava apenas uma derrota, e em partidas cobertas pelo Desprovidos, estava 100%. Nunca é demais repetir que o clube tricolor era o atual campeão do torneio, além de ter conquistado de forma invicta o Campeonato Florianopolitano; os visitantes da tarde representavam, pela primeira vez na história, seu município numa decisão de Interligas.

Alemão com a bola, cercado de perto por Leandrinho e seu novo cabelo, além de Itauê (Foto: Matheus Pereira)
Vitor Cruz atento na posse da bola (Foto: Matheus Pereira)
A bola começou a rolar, e os aspectos eram de jogo decisivo. Partida corrida, lá e cá, com as equipes se dedicando bastante na ENLAMEADA cancha. O Estrela tentou logo no princípio; Fábio fez boa jogada e cruzou, mas Roger cortou na hora certeira pelo time da casa. A resposta do Grêmio veio pouco mais tarde, quando o bom lateral Vitor Cruz cruzou e Osvaldo cabeceou para fora. Em leve crescente na partida, a equipe tricolor passou a assustar o goleiro Diego com certa frequência.

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Ilson, o massagista do Grêmio, cantava toda hora a pedra: "agora é gol do Grêmio!". Literalmente, toda hora. Alguma vez ele teria de acertar, mas o que nem ele nem eu imaginávamos era que viria tão cedo. Após cobrança de escanteio, a bola sobrou pro volante David, de costas para a meta defendida por Diego. Ele nem se virou direito e soltou o petardo, no ângulo do arqueiro, que nem pôde se mexer: 1 a 0.

David (#8) comemora seu gol com os companheiros de equipe (Foto: Matheus Pereira)
Tiago puxa o Estrela Azul ao ataque (Foto: Matheus Pereira)
Para muita comemoração de Ilson, do banco do Grêmio e de seus torcedores, o time estava na frente, mas o resultado levava a decisão para os pênaltis, pois não existe gol fora de casa como critério de desempate (ainda bem!). Embalado pela vantagem parcial, o time não deixou de atacar, e logo na sequência do gol perdeu boa chance de ampliar; Itauê fez elegante jogada individual e cruzou, mas não havia ninguém para completar.

Uma vez ou outra, os visitantes apertavam o cerco. Aos 27, Pará soltou um tirambaço do meio da vizinhança e a bola acabou tomando o rumo da linha de fundo. No entanto, mesmo sendo final, a pugna não escapou do triste momento de marasmo que sempre toma conta da parte média da etapa inicial nas partidas "comuns". Foi uma bela sequência de nada acontecendo, apenas um pequeno corre-corre pra lá e pra cá.

Fábio carregando dois marcadores consigo (Foto: Matheus Pereira)
Atuação de Gabriel Kretzer foi um tanto contestada pelas equipes (Foto: Matheus Pereira)
Jogo parado e atletas falando no pé do ouvido do juiz (Foto: Matheus Pereira)
Quando o futebol voltou a ser protagonista, o Grêmio Cachoeira perdeu uma chance inacreditável de aumentar a contagem. Itauê roubou bola no campo de ataque, pertinho da área, e serviu Osvaldo. O atacante estava cara a cara com o arqueiro, Diego, e tinha Ziel igualmente livre para rolar a bola. Preferiu o chute, e a pelota se perdeu pelo alto. A resposta veio com o centroavante Alemão, do Estrela, que bateu cruzado, mas fraquinho e nas mãos de André.

O último lance da etapa inicial saiu dos pés de Cheirinho, cobrando falta, tirando tinta do travessão adversário. Mas chegou o intervalo, e se armou uma quizumba. O treinador do Estrela Azul, Nádio Rachadel, invadiu o gramado reclamando muito da arbitragem, e discutiu fortemente com o goleiro adversário, André Nicolodi. Nádio foi expulso, mas se negou a sair de campo antes de sua palestra com a equipe no intervalo. Depois de chegar reforço policial, ele acabou sendo retirado.

Nádio Rachadel (listrado) precisou ser contido (Foto: Matheus Pereira)
Mas a confusão não parou por aí. O treinador do Grêmio, Djone Kammers, foi quem mais reclamou do comandante adversário e pediu sua saída, por vezes até mesmo provocando Nádio. Tudo muito bem, as equipes retornaram a campo e Djone à sua área técnica. Porém, o árbitro Gabriel dos Anjos Kretzer decretou também a expulsão do técnico do time tricolor, que reclamou um bocado, mas saiu de forma mais fácil.

Djone questionou bastante sua saída (Foto: Matheus Pereira)
A bola volta a rolar; Pará, com ela, atento à chegada de Ziel (Foto: Matheus Pereira)
Talvez motivado pela treta do intervalo, o Estrela Azul voltou para a etapa final com sangue nos olhos. Precisou de pouco tempo para a equipe assustar; primeiro com Cheirinho, de fora da área, em finalização que se perdeu pela linha de fundo. Em seguida, foi a vez de Tiago bater forte e obrigar defesa em dois tempos de André. Mas, se tem chance perdidaça pelo Grêmio na etapa inicial, tem também do seu adversário no segundo tempo.

O mesmo Tiago, logo aos 9, invadiu a área, totalmente só, e chegou cara a cara com o arqueiro André Nicolodi. O lateral do Estrela Azul esperou o goleirão cair e escolheu o canto, mas conseguiu o mais difícil: chutar para fora. O desespero do lado da equipe alviazul foi notório, com muitos atletas e membros da comissão técnica deixando transparecer a frustração; o próprio Tiago levou as mãos à cabeça em pose conhecida de lamentação.

Dividida acrobática entre Anderson e Dado (Foto: Matheus Pereira)
Romário tenta lançamento sobre o seu marcador, Marquinhos (Foto: Matheus Pereira)
O confronto seguiu lá e cá, com muitas oportunidades aparecendo para os dois times, num FRENÉTICO ritmo de decisão. No lance seguinte ao gol perdido, o volantão David, autor do primeiro tento do Grêmio, quase fez em cobrança de falta do meio da rua. Do outro lado, o talentosíssimo Fábio levantou a bola na área gremista e o camisa 10 do Estrela, Cheirinho, perdeu a chance de fazer de cabeça em plena pequena área.

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Mas O PROFETA Ilson atacou novamente. Pelos bandeios do Grêmio Cachoeira, o centroavante Théo entrou no lugar de Ziel, e o massagista pitaqueiro do time declarou que dos pés do jogador sairia o gol da vitória. Não tardou cinco minutos. O lateral direito Romário levou pela direita com classe e cruzou na medida para, justamente, Théo meter um belíssimo VOLEIO e matar Diego: 2 a 0, e o resultado daria a taça ao Grêmio Cachoeira.

Atletas comemoram o gol marcado por Théo (Foto: Matheus Pereira)
Lance no meio do campo (Foto: Matheus Pereira)
Mas a comemoração e o clima de título foram logo abrandados. Quatro minutos depois do segundo gol local, Fábio cobrou escanteio fechado, a bola desviou em Itauê e fez o barbante se mexer: 2 a 1. Anotei como gol contra, mas o árbitro preferiu dar o tento para o capitão do Estrela Azul, olímpico. Tudo igual ao jogo de ida, e nesse momento estaríamos indo para a disputa das penalidades máximas.

Cansados, os jogadores ainda buscavam algo a mais para voltar a mexer no placar. Muitas substituições foram feitas em ambos os lados, mas as chances de gol foram ficando cada vez mais escassas. Correria e vontade não faltou, mas os lapsos de criatividade foram ficando para trás. Um dos poucos que fugiam à regra era Fábio, meia do Estrela Azul, que fez bonita jogada perto dos 30, embora finalizando pela linha de fundo.

Alemão lutando contra Roger na posse da pelota (Foto: Matheus Pereira)
Mais uma foto sob o sol inapelável; Cheirinho e Gardena na briga (Foto: Matheus Pereira)
A partida foi se encaminhando para o fim e apenas mais uma chance de gol foi notável. Seria "mais um" gol contra, dessa vez de Felipe Rosino, que desviou atrapalhadamente contra suas próprias metas, mas o guarda-redes André defendeu bem dessa vez. Ao fim de 48 minutos, porém, Gabriel Kretzer deu a peleja como finalizada em Grêmio Cachoeira 2x1 Estrela Azul. Iríamos para a LOTERIA FINAL, as grandes penalidades.

ESPORTE BRETÃO: o retrato da chuteira de Itauê após míseros 10 minutos jogados no lamaçal que estava o gramado (Foto: Matheus Pereira)
Ao que interessa: disputa de penalidades. Cá, André defende com os pés (Foto: Matheus Pereira)
Escolhidos os batedores, era a hora de pôr os pingos nos i's. O mais que experiente goleiro do Grêmio Cachoeira, André Nicolodi, havia sido o herói de 2014 ao defender penalidades que deram ao clube seu primeiro título de Interligas, contra o Cerâmica Silveira. Dessa vez, André brilhou de novo. Defendeu o chute de Cheirinho, o primeiro do Estrela Azul, com os pés. Antes, Vitor Cruz já havia marcado pelo Grêmio.

Na sequência, Gardena e Théo, para o time da casa, e Tiago, a favor do Estrela Azul, converteram suas cobranças. Silvinho, que havia entrado com o decorrer da partida no time dos visitantes, desperdiçou sua penalidade, pondo a bola para fora. Restou a Roger, o zagueiro-médico do Grêmio, converter e correr para o abraço: Grêmio Cachoeira 4x1 Estrela Azul nos penais, e o time do norte da ilha se consagra bicampeão da Interligas.


Aí, foi muita comemoração, LOCURA Y CAOS. Os jogadores festejaram muito o título, e o discurso de um eufórico Djone Kammers tomou conta dos atletas com o término da peleja. Extremamente abatidos, os jogadores do Estrela em suma ficaram no vestiário; alguns poucos voltaram ao gramado para receber a taça de vice-campeão, além do capitão Fábio. Fica aqui a parabenização do Desprovidos ao clube, pela primeira vez finalista da competição; certamente, já fez história.

Jogadores festejam o título (Foto: Matheus Pereira)
O eufórico discurso de Djone (Foto: Matheus Pereira)
A FOTO: já no pôr-do-sol, jogadores comemorando a taça levantada pelo capitão Keko (Foto: Matheus Pereira)
Grêmio Esportivo Cachoeira, bicampeão da Interligas (Foto: Reprodução)
Os torcedores, exaltados e muito eufóricos, comemoraram bastante com os jogadores, que levantaram o terceiro caneco em sequência para o Grêmio. Das quatro últimas competições que disputou, o clube ganhou três (só não levantou a taça do Estadual de Amadores em 2014), sendo duas delas a Copa Interligas. O Desprovidos parabeniza a equipe, bicampeã do certame. Agora, a concentração, tanto do Grêmio quanto do blog, se volta para a Liga Florianopolitana de Futebol, a começar já na próxima semana.

Aguardo vocês.

Abraço.


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