Esse domingo foi um dia especial. Isso porque o Desprovidos estaria presente naquela que seria sua primeira partida comemorativa da história, a de NÚMERO 50! Isso mesmo, dias depois de completar 10 mil visualizações já temos mais motivos para festejar. E qual o melhor jeito para se fazer isso se não indo a uma peleja, não é mesmo? E como prometido por mim ontem, fui numa segunda partida válida pela primeira rodada do Campeonato Municipal de Florianópolis. Dessa vez, no Estádio Jair Antônio Alves, no bairro do Santinho, Náutico e Avante eram os que duelariam.
Náutico FC, que jogou com: Léo; Sidnei, Lucas, Juninho e Vinícius Fortes; Jan (Paulinho), Wagner Tripa e Juliano (Gabe); Pipo, Samuca e Maurício (Maik). (Foto: Matheus Pereira)
ARCE Avante, em campo com: Dennys; Marcelo, Leonardo, Andrei e Rafinha (Fael); Jardel, Fabinho (Dadá), Felipe Balbino, Elias (Matheus Sagaz) e Davy; Tekão (Sabará). (Foto: Matheus Pereira)
Foto oficial com o trio de arbitragem da tarde, composto por André Eduardo da Silveira, Paulo Sérgio Valdir Martins e Lourimar Farias; na foto, ainda, os capitães Dennys e Juliano. (Foto: Matheus Pereira)
Na fria tarde de domingo, tive que fazer um trajeto deveras cansativo - ainda que de ônibus - até a localidade da Praia do Santinho, a mais nordeste de Florianópolis. Cheguei até o simpático estádio, que debutava aqui no blog, em cima da hora, mas ainda a tempo de pegar as equipes dispostas a fazer a foto oficial. O confronto era válido pelo Grupo A do Municipal, que teve apenas uma partida isolada no sábado, entre Grêmio Cachoeira e Triunfo.
O time da casa do dia foi uma recente sensação na sala de troféus da capital, quando conquistou, em sequência, a terceira (2009), a segunda (2010) e a primeira (2011) divisões do campeonato. Desde então, nunca mais descendeu a alguma divisão inferior do Municipal. Já o Avante é um dos mais tradicionais esquadrões de Floripa, tendo levantado a principal taça da cidade já por seis vezes, além de ter conquistado quatro vices.
Avante armando jogada de ataque (Foto: Matheus Pereira)
Davy faz o giro, marcado de perto por Samuca (Foto: Matheus Pereira)
Com a bola rolando, quem começou melhor foram os visitantes. Mais consistentes e com seu padrão de jogo mais bem desenhado, causou problemas ao Náutico desde o princípio. O perigoso zagueiro Leonardo, no jogo aéreo, deu bastante trabalho para seu xará goleiro adversário durante a partida, e logo nos minutos iniciais foi a primeira das mostras do que viria; o arqueiro local teve de praticar defesa magistral em cabeçada do visitante.
Porém, o futebol é realmente uma caixinha de surpresas (notável como esse mês o Desprovidos está UM LEQUE DE DITADOS). Em sua primeira chegada, o Náutico subiu com o lateral Vinícius Fortes, que cruzou na medida para Pipo concluir de carrinho no alto, sem chances para o goleiro, abrindo 1 a 0 na contagem logo aos dez minutos de partida. Em seguida ao gol, o Avante ainda perdeu seu meia Elias, lesionado.
Jogadores comemoram o gol marcado pelo Náutico (Foto: Matheus Pereira)
Tekão carregando a bola na meiuca (Foto: Matheus Pereira)
O nível do jogo deu uma amansada pouco depois dos acontecidos relatados anteriormente. A única coisa que acabou não abrandando tanto foi a constante reclamação das equipes com o árbitro, André Eduardo da Silveira. Ainda no comecinho do jogo, ele parou uma jogada para amarelar o lateral do Avante, Marcelo, por este estar usando aliança. Guardem esse fato. O confronto foi retornando a interessante aos 30, quando o goleiro Léo novamente fez uma excelente intervenção em chute de Davy.
Pouco depois, Marcelo, aquele, foi cortar uma bola perto da lateral de carrinho e acabou acertando a mão na bola. O árbitro não somente assinalou falta, como aplicou o cartão amarelo. Ao conferir, acabou tendo de expulsar o jogador da equipe visitante. Uma sucessão de erros absurda, que acabou desestabilizando o mediador da peleja pelo restante do tempo que ainda viria, e aumentando ainda mais o nível de cobrança dos treinadores e atletas.
Árbitro aplica cartão vermelho ao irônico Marcelo, saindo da foto (Foto: Matheus Pereira)
Felipe Balbino e Juliano em lance no meio do campo (Foto: Matheus Pereira)
Com vantagem no placar e numérica, o Náutico tratou de "administrar" o placar. Mesmo com um a menos, os comandados de Gean Marques foram chegando aos poucos, incomodando o goleiro adversário em alguns lances esporádicos. Quando o cronômetro já estava em 44, novamente o zagueiro-cabeceador Leonardo deu trabalho, quase assinalando o tento de empate em favor do Avante. Mas, mesmo assim, o intervalo chegou com o marcador em 1 a 0.
No intervalo, o comandante do time visitante continuou suas reclamações excedidas da primeira etapa e acabou sendo posto para a rua pelo árbitro da partida. Mesmo assim, seus bem humorados companheiros de comissão técnica voltavam com um SACO DE LARANJAS para saborear na etapa final, e Gean foi comandar sua equipe de cima do muro do estádio - isso, claro, até ser visto pela arbitragem e obrigado a sair.
Árbitro aplica cartão amarelo - foram incontáveis durante a partida (Foto: Matheus Pereira)
Maurício e Andrei travando briga pela bola (Foto: Matheus Pereira)
Quem começou melhor na etapa final foi o Avante. Logo no princípio, Tekão saiu cara a cara com o goleiro Léo, que levou a melhor, salvando grande oportunidade. Para desespero do treinador do Náutico, a equipe não conseguia trocar mais que dois passes e cedia muitos espaços para o adversário, que estava com um a menos. Tanto é que a única vez que o time da casa foi relativamente perigoso no começo da etapa final foi numa cobrança de falta de Vinícius Fortes, que Dennys pegou.
Pelos lados da equipe de Santo Antônio de Lisboa, o gol estava maduro. Aos 12, Felipe Balbino desperdiçou cabeçada de dentro da pequena área, levando todos do banco de reservas à loucura. Se o gol não vem por si só, pode contar com uma ajudinha; aos 21, Tekão foi derrubado na área por Samuca, penal. A cobrança foi efetuada com perfeição pelo camisa dez Davy, que pôs o 1 a 1 no placar.
Atletas preparados para cobrança de falta (Foto: Matheus Pereira)
Pipo e Fael em dividida perto do bar do estádio (Foto: Matheus Pereira)
Após o empate, passamos mais uma vez pelo famigerado tempo de limbo criativo, embora que dessa vez meio encurtado. Mesmo com várias alterações nas equipes, as mudanças surtiram pouco efeito imediato, e um misto de comodidade e vontade poucas vezes visto. O Avante teve a chance da virada aos 30, mas Sabará, que havia saído do banco, desperdiçou. Aliás, este é um tópico a parte. Se as mudanças não alteraram o rumo do jogo assim que feitas, logo tratariam de mudar (em partes) a história da partida.
Na base do "chegou, fez" igual na primeira etapa, o Náutico começou a crescer e logo voltou a balançar as redes, numa jogada armada exclusivamente por rostos saídos do banco de suplentes. Gabe fez bonita jogada e cruzou na medida para Maik dominar e bater sob o goleirão Dennys, recolocando o time da casa na frente do placar aos 35 minutos. Depois, os visitantes voltaram a correr atrás do prejuízo; Davy, pouco mais tarde, cobrou falta na armação da trave, deixando no quase.
Árbitro teve que conter as reclamações das equipes (Foto: Matheus Pereira)
No fim do jogo, Dadá arma jogada em favor do Avante (Foto: Matheus Pereira)
Mas, o futebol, amigo... Como antecipei, o banco de reservas decidiria a peleja. E o decreto veio aos 45 minutos da etapa final, quando Davy cobrou falta na área e o camisa 18 Sabará testou com legitimidade para o fundo do barbante, pondo números finais na partida: Náutico 2x2 Avante. Sem dúvida alguma, foi o placar mais justo pelo que as equipes apresentaram, e em duas partidas que o blog cobriu do Municipal, as duas foram decididas nos minutos finais.
Sem zoom: essa era minha visão no Jair Antônio Alves neste domingo (Foto: Matheus Pereira)
O Campeonato Municipal de Florianópolis seguirá a todo vapor: na próxima rodada, os dois times enfrentarão compromissos fora de casa; Náutico diante do Florianópolis, e Avante contra o Grêmio Cachoeira - os dois clubes que saíram vencedores na primeira rodada do Grupo A. No entanto, na próxima semana, o Desprovidos volta a campo já na região Sul de Santa Catarina, onde traremos a cobertura da final da Copa Sul dos Campeões.
E começou o campeonato oficial da LIFF (Liga Florianopolitana de Futebol): o Campeonato Municipal de Florianópolis. E como tal torneio é um dos carros-chefe do Desprovidos de Fama no ano de 2015, o blog se fez presente nesse sabadão numa das três partidas que iriam abrir o calendário: no Estádio Aldo Silva, no bairro do Saco dos Limões, se enfrentavam Campinas, o atual vice-campeão da competição, e Cruz de Malta.
SER Campinas, que entrou em campo com: Jeferson; Pita, Barra, Jorginho e Maranhão (Rafinha); Jean (Ismael), Ernesto, Nathan Rosa (João Eduardo) e Gregory; André (Dudu) e Thiago Nascimento (Salgueiro). (Foto: Matheus Pereira)
A Cruz de Malta de F, jogando nesta tarde com: Adenir; Rodrigo Moitão, Rodrigo, Binho (Dé) e Leco; Dudu, Gordo, Ramon e Juninho; Fabrício e Everton Chapa. (Foto: Matheus Pereira)
Trio de arbitragem do dia, composto pelo icônico Vayran da Silva Rosa e seus auxiliares, Alexandre Bittencourt e Marco Antônio Martins Lopes; na foto, também os capitães Ernesto e Ramon (Foto: Matheus Pereira)
Depois de me locomover até o estádio com o poder de minhas pernas (o Aldo Silva é um dos que fica mais próximos deste que vos fala na cidade), cheguei ao recinto com as equipes - que estão ainda em fase de montagem - finalizando seu aquecimento. A peleja não era a que marcava a abertura oficial, o que aconteceria com Grêmio Cachoeira x Triunfo, muito embora por lá fosse começar somente às 16h, enquanto Campinas x Cruz de Malta tinha seu princípio marcado para as 15h15. Vai entender.
No ano passado, o clube verde e amarelo eliminou justamente o alvinegro nas semifinais do Municipal, mas chegou na decisão e acabou sendo vice-campeão para o Grêmio Cachoeira. O Campinas, aliás, chegou até as quartas-de-final da Copa Interligas deste ano, sendo eliminado pelo João Paulo II. Já o Cruz de Malta, promete investimentos para chegar à finalíssima pela primeira vez; conseguiu, aliás, tirar Osvaldo do Grêmio, um dos antigos jogadores-chave do clube. No entanto, hoje ele ficou apenas orientando seus (futuros) companheiros.
Defensor do Cruz de Malta rifando a bola (Foto: Matheus Pereira)
Bonita dividida no alto; com as montanhas ao fundo, Rodrigo levou a melhor (Foto: Matheus Pereira)
Começo de campeonato, as equipes ainda estavam se (re)conhecendo e voltando ao ritmo habitual. Portanto, o início da peleja foi deveras fraco. Pouca agitação, muito passe e raramente os times sequer adentravam à área adversária. A primeira finalização, caso não esteja enganado, veio só aos 12 minutos, e já veio para arrancar suspiros da torcida local. Thiago Nascimento cobrou falta com muita categoria e selou o travessão do goleiro Adenir.
Melhor em campo, o time da casa seguiu pressionando. O arisco Maranhão, pouco depois, fez jogada individual e assistiu para um bom chute de André, mas o goleiro espalmou bem. Mesmo com essa superioridade do Campinas, o jogo esteve longe (mas bem longe) de estar agradável aos olhos dos espectadores. Sacal e maçante, a partida alternava poucas entradas ríspidas e menos ainda finalizações a gol.
Com a PASSARELA ao fundo, jogadores articulam lance na meiuca (Foto: Matheus Pereira)
Leco, do Cruz de Malta, e Pita, do Campinas, na disputa pela bola (Foto: Matheus Pereira)
Ainda assim, nos lances esporádicos que chegava, o Campinas era mais perigoso. Quando Thiago Nascimento fez bom pivô, uma paulada de André obrigou o goleirão do Cruz de Malta a defender com os pés. Thiago também teve sua chance, num chute forte de longe, que a bola passou raspando no travessão. Todavia, seus minutos em campo foram contados. Após dividida na lateral, o atacante caiu de mau jeito fora do campo, preocupando a todos. Felizmente, sua lesão não foi grave, mas ele teve de ser substituído.
Quanto ao futebol, o time da casa continuou melhor; Nathan Rosa quase marcou de cabeça após cobrança de escanteio, já nos minutos finais do primeiro tempo. O Cruz de Malta não conseguia responder à altura, e cresceu em campo apenas nos últimos lances, quando já não havia tempo para mais nada. Vayran então apitou o fim; o primeiro tempo foi fraco, mas o segundo viria por aí.
O grandalhão Everton Chapa protege a bola de Jean (Foto: Matheus Pereira)
André vs. Rodrigo, a disputa mais frequente na pugna (Foto: Matheus Pereira)
Novamente o zagueirão Rodrigo aparecendo nas lentes do Desprovidos (Foto: Matheus Pereira)
E, amigos, a etapa final fez a PROEZA de ser pior. Sem medo de arriscar, digo que foi um dos piores segundo tempo que já vi in loco no Desprovidos de Fama. Antes dos 25 minutos, registrei dois ou três chutes a gol, ambos de longe e/ou para longe. O frio começava a bater forte na Ilha, e o jogo morníssimo na cancha não ajudava a combater o marasmo. Para não dizer que não teve nada antes do fim do jogo chegar, Everton Chapa bateu cruzado após invadir a área num lance esporádico, mas Jeferson defendeu.
Bomba de João Eduardo explode no marcador (Foto: Matheus Pereira)
Jogo parado para atendimento a um atleta do Cruz de Malta (Foto: Matheus Pereira)
Porém, nem só de AGRURAS viveu a etapa final. Depois dos 35, o futebol das equipes, estranhamente, apareceu. Primeiro com o camisa dez do time da casa, Gregory, que arriscou de longe e isolou. Logo em seguida, após escanteio, por pouco o garoto Rafinha não balançou as redes. Entretanto, A BOLA DO JOGO veio - oh - pelo lado alvinegro. Aos 46, Juninho recebeu absurdamente livre na frente do goleiro Jeferson, e desperdiçou a melhor chance da partida.
Essa era a oportunidade para eu usar um ditado batido no post: "a bola pune". Não deu certo, mas no minuto seguinte o karma me ajudou a usar outro. Como QUEM NÃO FAZ LEVA, o atacante Salgueiro, que havia saído do banco, aproveitou uma bola que recebeu na entrada da área e, com oportunismo, bateu a pelota para o fundo dos barbantes, fechando o placar já no fim do confronto: Campinas 1x0 Cruz de Malta.
Salgueiro foi comemorar no alambrado com seus torcedores (Foto: Matheus Pereira)
Os maqueiros tiveram trabalho com as constantes quedas dos jogadores visitantes (Foto: Matheus Pereira)
E dessa vez nem vai ter tempo para sentir saudade, pois o Desprovidos quis contemplar perfeitamente a abertura do certame, e irá cobrir uma nova partida amanhã, que será comemorativa: a #50 do Desprovidos de FAma. Quanto a este jogo de sábado, foi só. Aguardo o retorno de vocês logo.
A pedida nesse sábado não podia ser diferente. Fiz questão de deixar a tarde livre de qualquer compromisso, pois todos caminhos levavam ao Estádio José Etelvino de Paula, em Cachoeira do Bom Jesus, onde eu presenciaria a minha primeira finalíssima in loco de 2015. Em campo, o Grêmio Cachoeira, defensor do título, enfrentaria o Estrela Azul, debutante em finais, que tinha a vantagem do jogo de ida em 2 a 1, pela decisão da Copa Interligas.
GE Cachoeira, que jogou com: André Nicolodi; Romário, Marquinhos, Roger e Vitor Cruz; Keko (Gardena), David (Felipe Rosino) e Itauê; Leandrinho (Dado), Osvaldo (Guilherme) e Ziel (Théo). (Foto: Matheus Pereira)
Estrela Azul FC, em campo com: Diego; Tiago, William, Luiz Henrique e Piava; Marquinhos, Pará (Quesinha), Fábio, Anderson (Silvinho) e Cheirinho; Alemão (Neném). (Foto: Matheus Pereira)
Posado, o quarteto de arbitragem, composto por Gabriel dos Anjos Kretzer, seus auxiliares Renê Gilberto Franzen Filho e Wagner Mérida Bonfim e o quarto árbitro Felipe de Souza, além dos capitães (Foto: Matheus Pereira)
Atletas se cumprimentam após o hino nacional (Foto: Matheus Pereira)
Colados ao alambrado, os torcedores de ambas as equipes faziam muito barulho. Diretamente de Santo Amaro da Imperatriz, veio um caminhão repleto de adeptos do Estrela, muitos deles carregando bandeira(s) do clube. Pelo Grêmio, era presente um bandeirão, alguns instrumentos e vários torcedores; entre eles, MC Floripa, funkeiro aqui da capital. Depois de muita festa na entrada dos jogadores, foi executado o hino nacional, pela primeira vez na competição.
O time da casa havia perdido a invencibilidade justamente na peleja de Santo Amaro da Imperatriz, válida pela partida de ida da decisão. O Estrela também acumulava apenas uma derrota, e em partidas cobertas pelo Desprovidos, estava 100%. Nunca é demais repetir que o clube tricolor era o atual campeão do torneio, além de ter conquistado de forma invicta o Campeonato Florianopolitano; os visitantes da tarde representavam, pela primeira vez na história, seu município numa decisão de Interligas.
Alemão com a bola, cercado de perto por Leandrinho e seu novo cabelo, além de Itauê (Foto: Matheus Pereira)
Vitor Cruz atento na posse da bola (Foto: Matheus Pereira)
A bola começou a rolar, e os aspectos eram de jogo decisivo. Partida corrida, lá e cá, com as equipes se dedicando bastante na ENLAMEADA cancha. O Estrela tentou logo no princípio; Fábio fez boa jogada e cruzou, mas Roger cortou na hora certeira pelo time da casa. A resposta do Grêmio veio pouco mais tarde, quando o bom lateral Vitor Cruz cruzou e Osvaldo cabeceou para fora. Em leve crescente na partida, a equipe tricolor passou a assustar o goleiro Diego com certa frequência.
Ilson, o massagista do Grêmio, cantava toda hora a pedra: "agora é gol do Grêmio!". Literalmente, toda hora. Alguma vez ele teria de acertar, mas o que nem ele nem eu imaginávamos era que viria tão cedo. Após cobrança de escanteio, a bola sobrou pro volante David, de costas para a meta defendida por Diego. Ele nem se virou direito e soltou o petardo, no ângulo do arqueiro, que nem pôde se mexer: 1 a 0.
David (#8) comemora seu gol com os companheiros de equipe (Foto: Matheus Pereira)
Tiago puxa o Estrela Azul ao ataque (Foto: Matheus Pereira)
Para muita comemoração de Ilson, do banco do Grêmio e de seus torcedores, o time estava na frente, mas o resultado levava a decisão para os pênaltis, pois não existe gol fora de casa como critério de desempate (ainda bem!). Embalado pela vantagem parcial, o time não deixou de atacar, e logo na sequência do gol perdeu boa chance de ampliar; Itauê fez elegante jogada individual e cruzou, mas não havia ninguém para completar.
Uma vez ou outra, os visitantes apertavam o cerco. Aos 27, Pará soltou um tirambaço do meio da vizinhança e a bola acabou tomando o rumo da linha de fundo. No entanto, mesmo sendo final, a pugna não escapou do triste momento de marasmo que sempre toma conta da parte média da etapa inicial nas partidas "comuns". Foi uma bela sequência de nada acontecendo, apenas um pequeno corre-corre pra lá e pra cá.
Fábio carregando dois marcadores consigo (Foto: Matheus Pereira)
Atuação de Gabriel Kretzer foi um tanto contestada pelas equipes (Foto: Matheus Pereira)
Jogo parado e atletas falando no pé do ouvido do juiz (Foto: Matheus Pereira)
Quando o futebol voltou a ser protagonista, o Grêmio Cachoeira perdeu uma chance inacreditável de aumentar a contagem. Itauê roubou bola no campo de ataque, pertinho da área, e serviu Osvaldo. O atacante estava cara a cara com o arqueiro, Diego, e tinha Ziel igualmente livre para rolar a bola. Preferiu o chute, e a pelota se perdeu pelo alto. A resposta veio com o centroavante Alemão, do Estrela, que bateu cruzado, mas fraquinho e nas mãos de André.
O último lance da etapa inicial saiu dos pés de Cheirinho, cobrando falta, tirando tinta do travessão adversário. Mas chegou o intervalo, e se armou uma quizumba. O treinador do Estrela Azul, Nádio Rachadel, invadiu o gramado reclamando muito da arbitragem, e discutiu fortemente com o goleiro adversário, André Nicolodi. Nádio foi expulso, mas se negou a sair de campo antes de sua palestra com a equipe no intervalo. Depois de chegar reforço policial, ele acabou sendo retirado.
Nádio Rachadel (listrado) precisou ser contido (Foto: Matheus Pereira)
Mas a confusão não parou por aí. O treinador do Grêmio, Djone Kammers, foi quem mais reclamou do comandante adversário e pediu sua saída, por vezes até mesmo provocando Nádio. Tudo muito bem, as equipes retornaram a campo e Djone à sua área técnica. Porém, o árbitro Gabriel dos Anjos Kretzer decretou também a expulsão do técnico do time tricolor, que reclamou um bocado, mas saiu de forma mais fácil.
Djone questionou bastante sua saída (Foto: Matheus Pereira)
A bola volta a rolar; Pará, com ela, atento à chegada de Ziel (Foto: Matheus Pereira)
Talvez motivado pela treta do intervalo, o Estrela Azul voltou para a etapa final com sangue nos olhos. Precisou de pouco tempo para a equipe assustar; primeiro com Cheirinho, de fora da área, em finalização que se perdeu pela linha de fundo. Em seguida, foi a vez de Tiago bater forte e obrigar defesa em dois tempos de André. Mas, se tem chance perdidaça pelo Grêmio na etapa inicial, tem também do seu adversário no segundo tempo.
O mesmo Tiago, logo aos 9, invadiu a área, totalmente só, e chegou cara a cara com o arqueiro André Nicolodi. O lateral do Estrela Azul esperou o goleirão cair e escolheu o canto, mas conseguiu o mais difícil: chutar para fora. O desespero do lado da equipe alviazul foi notório, com muitos atletas e membros da comissão técnica deixando transparecer a frustração; o próprio Tiago levou as mãos à cabeça em pose conhecida de lamentação.
Dividida acrobática entre Anderson e Dado (Foto: Matheus Pereira)
Romário tenta lançamento sobre o seu marcador, Marquinhos (Foto: Matheus Pereira)
O confronto seguiu lá e cá, com muitas oportunidades aparecendo para os dois times, num FRENÉTICO ritmo de decisão. No lance seguinte ao gol perdido, o volantão David, autor do primeiro tento do Grêmio, quase fez em cobrança de falta do meio da rua. Do outro lado, o talentosíssimo Fábio levantou a bola na área gremista e o camisa 10 do Estrela, Cheirinho, perdeu a chance de fazer de cabeça em plena pequena área.
Mas O PROFETA Ilson atacou novamente. Pelos bandeios do Grêmio Cachoeira, o centroavante Théo entrou no lugar de Ziel, e o massagista pitaqueiro do time declarou que dos pés do jogador sairia o gol da vitória. Não tardou cinco minutos. O lateral direito Romário levou pela direita com classe e cruzou na medida para, justamente, Théo meter um belíssimo VOLEIO e matar Diego: 2 a 0, e o resultado daria a taça ao Grêmio Cachoeira.
Atletas comemoram o gol marcado por Théo (Foto: Matheus Pereira)
Lance no meio do campo (Foto: Matheus Pereira)
Mas a comemoração e o clima de título foram logo abrandados. Quatro minutos depois do segundo gol local, Fábio cobrou escanteio fechado, a bola desviou em Itauê e fez o barbante se mexer: 2 a 1. Anotei como gol contra, mas o árbitro preferiu dar o tento para o capitão do Estrela Azul, olímpico. Tudo igual ao jogo de ida, e nesse momento estaríamos indo para a disputa das penalidades máximas.
Cansados, os jogadores ainda buscavam algo a mais para voltar a mexer no placar. Muitas substituições foram feitas em ambos os lados, mas as chances de gol foram ficando cada vez mais escassas. Correria e vontade não faltou, mas os lapsos de criatividade foram ficando para trás. Um dos poucos que fugiam à regra era Fábio, meia do Estrela Azul, que fez bonita jogada perto dos 30, embora finalizando pela linha de fundo.
Alemão lutando contra Roger na posse da pelota (Foto: Matheus Pereira)
Mais uma foto sob o sol inapelável; Cheirinho e Gardena na briga (Foto: Matheus Pereira)
A partida foi se encaminhando para o fim e apenas mais uma chance de gol foi notável. Seria "mais um" gol contra, dessa vez de Felipe Rosino, que desviou atrapalhadamente contra suas próprias metas, mas o guarda-redes André defendeu bem dessa vez. Ao fim de 48 minutos, porém, Gabriel Kretzer deu a peleja como finalizada em Grêmio Cachoeira 2x1 Estrela Azul. Iríamos para a LOTERIA FINAL, as grandes penalidades.
ESPORTE BRETÃO: o retrato da chuteira de Itauê após míseros 10 minutos jogados no lamaçal que estava o gramado (Foto: Matheus Pereira)
Ao que interessa: disputa de penalidades. Cá, André defende com os pés (Foto: Matheus Pereira)
Escolhidos os batedores, era a hora de pôr os pingos nos i's. O mais que experiente goleiro do Grêmio Cachoeira, André Nicolodi, havia sido o herói de 2014 ao defender penalidades que deram ao clube seu primeiro título de Interligas, contra o Cerâmica Silveira. Dessa vez, André brilhou de novo. Defendeu o chute de Cheirinho, o primeiro do Estrela Azul, com os pés. Antes, Vitor Cruz já havia marcado pelo Grêmio.
Na sequência, Gardena e Théo, para o time da casa, e Tiago, a favor do Estrela Azul, converteram suas cobranças. Silvinho, que havia entrado com o decorrer da partida no time dos visitantes, desperdiçou sua penalidade, pondo a bola para fora. Restou a Roger, o zagueiro-médico do Grêmio, converter e correr para o abraço: Grêmio Cachoeira 4x1 Estrela Azul nos penais, e o time do norte da ilha se consagra bicampeão da Interligas.
Aí, foi muita comemoração, LOCURA Y CAOS. Os jogadores festejaram muito o título, e o discurso de um eufórico Djone Kammers tomou conta dos atletas com o término da peleja. Extremamente abatidos, os jogadores do Estrela em suma ficaram no vestiário; alguns poucos voltaram ao gramado para receber a taça de vice-campeão, além do capitão Fábio. Fica aqui a parabenização do Desprovidos ao clube, pela primeira vez finalista da competição; certamente, já fez história.
Jogadores festejam o título (Foto: Matheus Pereira)
O eufórico discurso de Djone (Foto: Matheus Pereira)
A FOTO: já no pôr-do-sol, jogadores comemorando a taça levantada pelo capitão Keko (Foto: Matheus Pereira)
Grêmio Esportivo Cachoeira, bicampeão da Interligas (Foto: Reprodução)
Os torcedores, exaltados e muito eufóricos, comemoraram bastante com os jogadores, que levantaram o terceiro caneco em sequência para o Grêmio. Das quatro últimas competições que disputou, o clube ganhou três (só não levantou a taça do Estadual de Amadores em 2014), sendo duas delas a Copa Interligas. O Desprovidos parabeniza a equipe, bicampeã do certame. Agora, a concentração, tanto do Grêmio quanto do blog, se volta para a Liga Florianopolitana de Futebol, a começar já na próxima semana.