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domingo, 22 de março de 2015

Atual campeão, Grêmio Cachoeira passa dificuldade, mas vence Gaviões de Ouro

Buenas.

Seguindo minhas empreitadas pelas bandas de Florianópolis, tinha mais um encontro com as pelejas marcado para este sábado (21). Fui até o extremo norte da ilha, ao bairro/praia de Cachoeira de Bom Jesus, onde veria o embate entre o atual campeão da Copa Interligas, o local Grêmio Cachoeira, e o palhocense Gaviões de Ouro. O palco seria o Estádio José Etelvino de Paula, que foi mais um visitado pela primeira vez na minha história de Desprovidos de Fama.

Grêmio Esportivo Cachoeira, que jogou com André Nicolodi; Romário, Andrei, Roger e Perea (Pedrinho); Keko (Felipe Rosino), Itauê  e Dado; Osvaldo (William), Ziel (Téo) e Marquinhos Nikimba (Leandrinho). (Foto: Matheus Pereira)
AERC Gaviões de Ouro, escalado assim: Alexandre; Fabinho (Dionathan), Jeferson, Ciro e Renato; Wendel, Bly (Tiaguinho), Bileco e Luiz Antônio (China); Rafael Beiço (Mano) e Duca. (Foto: Matheus Pereira)
Trio de arbitragem composto por Gabriel dos Anjos Kretzer, Renê Gilberto Franzen Filho e Geraldo Rodrigues, e os respectivos capitães (Foto: Matheus Pereira)
Favoritaço e atual campeão da Interligas, o Grêmio simplesmente atropelou o Juventus na primeira rodada do grupo C: 6 a 0. O Gaviões, por sua vez, recebeu o Biguá e também levou uma chinelada, por 5 a 1. Quem visse de antemão, esperaria mais uma goleada na segunda rodada em favor do Grêmio Cachoeira. Mas, para aquela equipe que pela primeira vez ultrapassava a ponte para uma partida oficial, era a chance de "ouro" para a redenção e recuperação no grupo.

Tomei o rumo norte da ilha, onde tudo já estava pronto para a realização do confronto. Lá, conversei com o Michael Gonçalves, do blog Amador Futebol Clube, praticamente uma eldorado de informações sobre os campeonatos amadores da Grande Florianópolis. Batemos um bom papo e nos preparamos para a partida, que estava prestes a iniciar com o determinante apito do comandante da vez, Gabriel dos Anjos Kretzer.

Muito pegado, jogo teve bastante reclamações de ambos os lados (Foto: Matheus Pereira)
Romário puxando o Grêmio ao ataque, marcado por Bly (Foto: Matheus Pereira)
No entanto, o imaginário de que o time da casa passasse por cima do adversário ficaram só fora das quatro linhas. Consistente desde o apito inicial, o time da Palhoça equilibrou as ações com a equipe mandante, investindo na habilidade do camisa 7, Rafael Beiço, que disputou o campeonato de Biguaçu pelo BAC em 2014. Escalado com três atacantes, porém, o Cachoeira respondia na mesma moeda pelo outro lado.

O protagonista do confronto, porém, acabou sendo o árbitro. Com muitas faltas e divididas ríspidas, o primeiro tempo ficou marcado por muitas reclamações de ambos os lados; com isso, os jogadores acabaram entrando na onda, com uns poucos empurra-empurra e muitos bate-boca. Mas, com os ânimos acalmados, tudo voltou a estar como antes, com o Gaviões de Ouro surpreendentemente melhor, embora os mandantes não deixassem de oferecer perigo.

Um dos encontrões da partida (Foto: Matheus Pereira)
Mais reclamações; dessa vez, Keko alega sofrer cotovelada (Foto: Matheus Pereira)
Falando da peleja, o Gaviões passou perto de marcar quando Fabinho fez linda jogada individual, perto dos 20 minutos. O Grêmio respondeu cinco minutos mais tarde, quando Ziel pegou sobre e bateu forte, mas ela foi-se embora pela linha de fundo. Quando começou a crescer os prazeres futebolísticos em detrimento das pré-cenas lamentáveis, o gol foi ficando maduro. E ele veio na marca dos 29 minutos.

Numa linda jogada entre os irmãos Fabinho e Bly, o primeiro levantou a bola sobre todos os zagueiros, e o capitão bateu entre as pernas do goleiro adversário, abrindo a contagem para o Gaviões de Ouro e indo comemorar com os torcedores atrás do gol - quatro pessoas e uma bandeira: 1 a 0. Depois de um tempo de stand-by criativo, com as equipes concentrando-se no meio do campo, quando a primeira etapa se encaminhava para o fim, a rede voltou a estar em perigo de balançar.

No período de stand-by criativo, mais discussões (Foto: Matheus Pereira)
Nikimba comemora o gol de falta que deixou tudo igual (Foto: Matheus Pereira)
Crescendo em campo após o gol e subsequente recuo dos visitantes, o Grêmio Cachoeira passou a ter o domínio das ações. Aos 38, o zagueirão Roger perdeu cabeçada dentro da pequena área, jogando para fora. Na sequência, naquela que foi a última boa chance do Gaviões na etapa inicial, Rafael Beiço furou boa chance na grande área. Entretanto, para o time mandante, de tanto insistir uma hora o gol teria de sair.

Ele veio aos 46 minutos do primeiro tempo, quando Marquinhos Nikimba bateu falta de longe e o goleiro Alexandre acabou aceitando, decretando o empate em 1 a 1 no José Etelvino de Paula. Pouco se fez no pouco tempo que restava, e o árbitro acabou apitando o fim do primeiro tempo com o placar em um tento para os dois times. As casas de aposta QUEBRAVAM no momento.

"Calma", diz Gabriel Kretzer ao treinador do Grêmio, Djone Kammers (Foto: Matheus Pereira)
Na escuridão do fim do jogo, atleta do Gaviões dá bela cabeçada (Foto: Matheus Pereira)
Na volta para o segundo tempo, o Gaviões de Ouro esteve melhor novamente, ao menos nos primeiros minutos; em seguida, porém, as forças logo equipararam-se e o jogo ficou cada vez melhor. Quem balançou as redes, por sua vez, foi o time da casa, que chegou a virada no primeiro terço do segundo tempo. Após roubada de bola no campo de ataque, a pelota sobrou para Leandrinho, que havia entrado no intervalo, fazer o 2 a 1 e pôr o Grêmio Cachoeira na frente.

Atrás do placar, novamente o time da Palhoça - que alternou bons e maus momentos o jogo todo - cresceu em campo. Bileco, que isolou depois de arrancada e posteriormente chutou da entrada da área para fora, foi um dos principais nomes da equipe visitante no segundo tempo. Na base dos contra-ataques, o Grêmio respondia; Ciro salvou sobre a linha uma cabeçada de Osvaldo, que entraria de cobertura.

Mais uma vez, atletas reunidos em partida parada (Foto: Matheus Pereira)
Luiz Antônio, pressionado por Leandrinho, faz recuo para o goleiro (Foto: Matheus Pereira)
Com a entrada do atacante China, o Gaviões de Ouro passou a ter dois centroavantes em campo. No entanto, continuava nem tão operante no ataque. China era constantemente acionado, mas não conseguia fazer a diferença; perto dos 30 minutos, o atleta desperdiçou cabeçada dentro da pequena área. Peleador, o Grêmio Cachoeira sempre oferecia perigo ao ir para a frente; após Pedrinho roubar bola no ataque, Leandrinho matou no peito e por pouco não fez uma pintura.

Os técnicos mexeram no que podiam nas equipes, e o jogo permanecia igual; Gaviões se lançava ao ataque e Grêmio buscava responder rapidamente caso segurasse a pressão lá atrás. Djone Kammers pôs em campo o voluntarioso William, que conseguiu brigas boas no campo de ataque para o escrete florianopolitano, embora as atenções estivessem voltadas para o outro lado da linha média do gramado.

Cobrança de falta em favor do Gaviões (Foto: Matheus Pereira)
Eram 45 minutos quando o time visitante achou China, totalmente sozinho, na grande área. O lançamento foi certeiro, e o atacante teve todo o tempo do mundo para escolher onde finalizar. O fez em cima do goleiro André Nicolodi, que pegou em dois lances e garantiu a vitória para o Grêmio. Na véspera do dia da água, quem se deu melhor foi o Cachoeira: Grêmio Cachoeira 2x1 Gaviões de Ouro.

Detalhe do estádio, com o escudo do Grêmio Cachoeira pintado sob as cabines (Foto: Matheus Pereira)
Finalizada a partida, o time mandante segue 100%, com duas vitórias em duas partidas. Embora o resultado fosse "injusto", segundo bradavam os integrantes da comissão técnica do visitante, o Gaviões de Ouro segue com zero pontos, e buscará a recuperação contra o Juventus, em dois jogos de "vida ou morte", afinal, além dos primeiros dois de cada chave, outras duas equipes, por índice técnico, também se classificam às quartas-de-final.

Voltei ao meu recinto com sentimento de missão cumprida, e voltei minhas atenções para a tabela, me preparando para as próximas rodadas. Descansei porque durante a semana volta a rotina, e no fim-de-semana tem mais Desprovidos por aqui.

Até a próxima.

domingo, 15 de março de 2015

Sob um temporal apocalíptico, Estrela Azul passa a patrola no Campinas

Olá!

Finalmente começamos a temporada de 2015 do Desprovidos de Fama! Após o adiamento forçado de uma semana devido a um pequeno problema que sofri, tomei a estrada nesse domingo (15), rumo ao sul da Ilha de Santa Catarina, onde, no bairro do Campeche, veria o confronto entre Campinas - equipe local - e Estrela Azul, de Santo Amaro da Imperatriz, válido pela primeira rodada da Copa Interligas. Depois de pegar uma infinidade de ônibus e os mais variados tipos climáticos, cheguei ao Estádio Bartolomeu Manoel Daniel um tanto quanto antecipadamente para o embate.

SER Campinas, de Florianópolis (Foto: Matheus Pereira)
Estrela Azul FC, de Santo Amaro da Imperatriz (Foto: Matheus Pereira)
Árbitro Anderson Luiz de Lima, auxiliado por Otto Santos Silva e Carlos André Inácio, e os capitães das equipes (Foto: Matheus Pereira)
À tradicional apresentação de um torneio novo aqui prestigiado: a Copa Interligas reúne os melhores clubes de cinco ligas da Grande Florianópolis, resultando em doze clubes, que competem entre si para abocanhar uma vaga no estadual semi-profissional, que é dada ao campeão. A competição se estende até meados de maio, como todas as outras copas regionais do estado, e reaparecerá por aqui muitas vezes ainda em 2015.

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O Estrela Azul angariou o direito de disputar a Interligas após se sagrar campeão da LICOSAI - Liga de Futebol da Comarca de Santo Amaro da Imperatriz. Já o Campinas está no torneio após faturar o vice-campeonato da LIFF - Liga Florianopolitana de Futebol. Vale ressaltar que o início do campeonato foi adiado, assim como praticamente todos no estado, após ter sido aprovada (e posteriormente reprovada) uma regra que obrigava os atletas a apresentarem atestado médico para atuar.

Dividida entre atletas das equipes com a torcida do Estrela socada num ÔNIBUS ESCOLAR ao fundo (Foto: Matheus Pereira)
Já com a chuva caindo, Marquinhos carrega a bola pelo meio (Foto: Matheus Pereira)
Com a bola rolando, todas as atenções voltavam-se para o céu. E eu nem falo dos aviões que constantemente passam por ali, perto do aeroporto, mas sim, das nuvens que formavam uma tempestade colossal que pegaria todos nós desprevenidos. Dito e feito: com menos de dez minutos de partida, ela começou a se armar, e durante toda a primeira etapa caiu um AGUACEIRO sem precedentes pelas bandas do Campeche.

Tentando fugir da tempestade, me abriguei num pequeno telhado do vestiário de arbitragem e de lá vi um jogo equilibrado, com uma leve vantagem para a equipe de Santo Amaro da Imperatriz. Antes que alguma conclusão pudesse ser tomada, logo o placar foi aberto, com o bom centroavante Alemão: 1 a 0 Estrela Azul. Se as coisas pro Campinas não estavam perfeitas, elas ficaram piores depois das redes serem balançadas, pois com a chuva aumentando, o Estrela se animou.

O anoitecer em plena 16h30 (Foto: Matheus Pereira)
Sob a tempestade, árbitro amarela atleta do Campinas com o ônibus de novo presente (Foto: Matheus Pereira)
Aproveitando a soberania, o Estrela Azul não tirou o pé - pelo contrário, continuou em cima, e conseguiu novamente balançar as redes. Dessa vez, o autor do tento foi o outro atacante, Neném, num lance que literalmente passou despercebido por mim, mas que causou furor nos habitantes do ônibus da felicidade estacionado no estádio: 2 a 0.

Sem ter muito para onde fugir, o Campinas ainda evitou desistir no primeiro tempo, tentando a todo custo achar jogadas que pudessem levar perigo à meta de Diego. Mas os constantes erros de passe e uma visível fraqueza eram constantes incômodos para os atletas da equipe mandante. Sem ter nada a ver com isso, os atletas da equipe azul e branca ainda passaram perto de marcar mais vezes, embora atrapalhados pela chuva. Mas o primeiro tempo encerrou-se no mesmo placar, dois a zero.

Jogada de ataque do Estrela, no fim da primeira etapa (Foto: Matheus Pereira)
Alemão e Natan observam o rolar da pelota (Foto: Matheus Pereira)
A segunda etapa começou, e a tempestade deu uma trégua, restando apenas poucas gotas caindo numa garoa animada. Mesmo assim, os resquícios dos minutos anteriores permaneceram, com o gramado do Bartolomeu repleto de poças d'água, que davam um charme a mais para a peleja. Quanto ao futebol, as coisas diferentaram-se de outrora no Campeche. O time local, ENRAIVECIDO pelos esbravejos de seu treinador no intervalo, voltou com outra postura.

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Mais ofensivo e acertando grande parte de suas jogadas, o Campinas ofereceu resistência no início da etapa final. Chegaram a pairar, sobre o campo, dúvidas se a equipe conseguiria voltar a igualar o confronto. As chances apareceram; com o veloz Maranhão, pela esquerda, e o talentoso Rafa pelo meio, o clube verde e amarelo criou bem e obrigou o excelente goleiro Diego a trabalhar. Mas, infelizmente para os adeptos locais, a criatividade mostrou-se ser fogo de palha.

A segunda etapa foi um PEGUEIRO total (Foto: Matheus Pereira)
A poça nos proporcionou grandes momentos, como esse (Foto: Matheus Pereira)
Quando o Estrela Azul voltou a querer gostar do jogo, a chance voltou a aparecer. Após bola alçada na área, o arqueiro Jeferson corta mal, nos pés de Alemão, que corta da defesa e bate para o fundo das redes, ampliando a contagem para 3 a 0. Aí o sentimento do time local foi de que realmente o boi tinha ido embora, levando as cordas e tudo. Na base da RAÇA, ainda tratou de tentar pressionar, mas com uma falta de eficiência impressionante; nem a entrada do voluntarioso e criticado Daniel ajudou.

Sem dúvidas, o mais belo retrato da partida (Foto: Matheus Pereira)
Mesmo com larga vantagem, Estrela Azul não quis dar espaços ao adversário (Foto: Matheus Pereira)
Sem grande dificuldade, a equipe de Santo Amaro da Imperatriz chegava na área do adversário. Vágner e Tiago perderam grande chance ao errar tabela na altura dos 35, e instantes mais tarde o atacante Neném, cara a cara com Jeferson (e em clara posição de impedimento) perdeu o que seria seu segundo tento na partida. O lance gerou uma reclamação exagerada por parte dos mandantes, que acabaram por descontar no trio de arbitragem sua frustração geral.

Com o fim da partida se aproximando, pouco foi feito por ambos os times, que acabavam investindo mais em jogadas ríspidas e em tentar jogar o pouco que restasse no gramado encharcado. Anderson Luiz de Lima, vendo que desse mato não sairia sequer um inseto - quanto mais cachorro - resolveu encerrar a peleja logo aos 45 minutos, com o placar apontando Campinas 0x3 Estrela Azul. O clube visitante estreia de forma excelente na Interligas, já liderando o grupo.

No fim, até um avião deu o ar da graça pras lentes do Desprovidos (Foto: Matheus Pereira)
Terminada a peleja, não precisei encarar horas de viagem em ônibus novamente, pois contei com uma providencial carona do delegado da partida, sr. Nelcy Costa, que me deixou praticamente em casa, fazendo com que eu evitasse ficar (ainda mais) ensopado. Então, está oficialmente dada a largada do ano de 2015 para o Desprovidos de Fama. Semana que vem tem mais! Vamos!

Hasta.