domingo, 23 de novembro de 2014

Em jogo quente, Caravaggio não aproveita força da torcida e fica no empate

Olá.

Dando prosseguimento ao acompanhamento deste blog e deste autor ao Campeonato Sul-Brasileiro de Futebol Amador, alguns minutos após o episódio 1 da jornada, era hora do segundo jogo do dia: Caravaggio, dono da casa e contando com a força da torcida, contra a equipe paulista do Ferroviários. Como de praxe, a partida aconteceria no Estádio da Montanha, com forte presença da torcida italiana/alvi-azul de Nova Veneza.

Caravaggio FC, que jogou com: Pedro Paulo; Rodrigo, Maicon, Tijolo (Shayder) e Fá (Renan); Renato, Marcinho (Marquinhos), Gutierri, Gelinho (Juninho) e Everton Boff (Kanu); Romennig. (Foto: Matheus Pereira)
Ferroviários AC, de Bragança Paulista, em campo com: Ricardo; Nandinho, Luís Fernando, Waltinho e Danilo; Baião (Bruno Sacomani), Dodô e Nenê (Salomão); Jorginho (Henrique), Miranda (Lila) e Messias (Itamar). (Foto: Matheus Pereira)
Como dito no outro post, na estreia o clube paulista - campeão do Campeonato Paulista de Futebol Amador - passou o rodo sobre o Serrano, do Rio Grande do Sul: 4 a 0 e a largada na frente da competição, que é de pontos corridos. Já os donos da casa, o já conhecido do público do blog Caravaggio FC, ficou no 0 a 0 ante o Bandeirantes, do Paraná. A equipe alvi-azul foi a campeã da edição de 2013 do Campeonato Catarinense de Futebol Amador.

A presença nas bancadas era volumosa e prometia esquentar o clima do jogo, além de empurrar o clube local para cima do adversário. O elenco do Carava foi melhorado para a disputa do campeonato, com a chegada de Everton Boff, Fá, Romennig, Gutierri e outros atletas que vestem outras cores na disputa do Regional da LARM e disputaram o Estadual de Amadores pelo Rui Barbosa - clube que se sagrou campeão e disputará o Sul-Brasileiro em 2015.

Árbitro Eires Simão teve trabalho desde o início (Foto: Matheus Pereira)
Lateral-direito(!) Nandinho, com a 11, sendo observado por Marcinho (Foto: Matheus Pereira)
O clube bragantino usou de uma artimanha, pra mim inédita, com o intuito confundir o adversário. Eles simplesmente entraram com os números aleatoriamente postos; o 11 era lateral, o 9 zagueiro central, o 5 meia-atacante e o 4 ponta. Isso atrapalhou até mesmo os repórteres locais, que pouco conheciam do clube paulista e ficaram com várias dúvidas no andar do início da partida. Depois de um tempo, porém, se acertaram e todos conseguiram se acostumar.

Valendo-se do efeito do truque ou não, o Ferroviários começou melhor. Logo aos 4 minutos, após boa jogada, o meia Dodô - que jogava com a 6 - bateu cruzado e obrigou boa defesa do arqueiro Pedro Paulo. Aos 9, Nandinho tentou cruzamento e quase fez direto, com o lance sendo mais uma vez interceptado por aquele que guarnece as metas. A equipe da casa só conseguiu pôr as asinhas de fora perto dos 15 minutos, ainda que concedesse espaços ao adversário.

E a treta deu o ar da graça (Foto: Matheus Pereira)
A torcida do Caravaggio não poupou xingamentos (Foto: Matheus Pereira)
Eis que, quando chegavam os 19 minutos, a faísca acendeu e fez a briga - que já estava prevista há tempos - acontecer. Num lance que o Caravaggio pôs a bola para fora, com relutância, para que o atleta adversário fosse atendido, era necessário que Messias, do Ferroviários, devolvesse a bola após um lance de bola ao chão. Pois bem. O cidadão simplesmente CHUTOU a bola em Maicon, zagueiro do time local, e não deu sequer de disfarçar e defender que foi sem intenção.

Aí foi a chave pra tudo acontecer; empurra-empurra daqui, discussão dali, xingamento cara a cara acolá... o saldo foram "apenas" cartões amarelos para jogadores das duas equipes e siga la pelota, diria Milton Leite. Depois do ocorrido, ainda iniciou-se uma briga entre o banco do Ferroviários e os torcedores do Caravaggio, colados no alambrado, e ambas as partes tiveram de ser contidas pelo quarto árbitro e pela comissão técnica do time local.

Mais reclamações... (Foto: Matheus Pereira)
Dividida perto da lateral (Foto: Matheus Pereira)
Com a bola rolando, aos poucos, o Caravaggio cresceu em campo. Aos 29, Gutierri obrigou linda defesa do goleirão Ricardo com um belo sem-pulo. Dois minutos depois, Everton Boff faz boa jogada, não toca para Romennig livre e chuta, mas a bola sai em linha de fundo. A resposta dos paulistas vinha com jogadas perigosas; aos 38, novamente Dodô fez trabalhar Pedro Paulo em chute de longe.

O ritmo do jogo foi se tornando, então, "devagar quase parando". O clima raivoso que pairava antes foi esmorecendo, o Ferroviários abusava do cai-cai para matar o tempo num resultado favorável a eles, e o Carava foi perdendo a criatividade. Ao fim de 48 minutos, o árbitro Eires Simão deu fim a uma reta final de primeiro tempo fraca, para aquele que começou fulgurante.

Lateral em favor do Caravaggio com parte da montanha que nomeia o estádio ao fundo (Foto: Matheus Pereira)
Jogada de ataque da equipe visitante puxada pelo perigoso Dodô (Foto: Matheus Pereira)
No intervalo, a cena mais marcante do jogo. Bem no meio da arquibancada, estavam os torcedores/parte da diretoria do Serrano, clube que fez o jogo de frente da tarde. Lembram-se que eles saíram muito enfurecidos com o árbitro? Acontece que o sr. Adroaldo era o quarto árbitro dessa partida, e quando se aproximou do delegado para saber o número do substituído, simplesmente levou um BANHO de cerveja dos gaúchos, que nele atiraram um copo. Ficou muito bravo - também pudera.

Depois de passado o momento, o segundo tempo haveria de iniciar. E aí o Caravaggio fez valer o fator casa e saiu já dominando; aos 5, Gelinho deu bom toque de calcanhar para Everton Boff, que bateu de primeira e a bola passou rente à trave. A resposta do Ferroviários veio um minuto mais tarde, com Baião, mas o lance que realmente arrancaria suspiros da torcida viria pouco mais tarde, para comprovar o azar que vivia o Carava.

Maicon perseguindo Lila, do Ferroviários (Foto: Matheus Pereira)
Novamente clube paulista tentando armar ataque (Foto: Matheus Pereira)
Numa jogada esplendorosa de Everton Boff, Gelinho bateu colocado, o goleiro deu rebote justamente nos pés de Boff, que encheu o pé e a pelota encontrou Gutierri, sozinho, dentro da área; ela desviou nele, beijou o travessão e saiu, para desespero dos torcedores presentes na Montanha. Com mais posse de bola, o Caravaggio ainda viu Pedro Paulo salvar lá atrás em mais um chute de Dodô, meia cabeludo do clube paulista.

Foi aí que o jogo praticamente acabou. Sim, no início da etapa final. Mas, com MUITO cai-cai e jogadas facilmente interceptadas pela defesa, a posse de bola do time da casa não foi o suficiente para voltar a assustar, e o jogo se tornou tão morno quanto minha garrafa de água que estava praticamente a tarde inteira na mochila. Não adiantou Gralha - treinador do Caravaggio - alterar quase todos os setores da equipe, que seguiu com pouca criação.

EIS QUE DE REPENTE (Foto: Matheus Pereira)
Atletas encurralam o juizão em reclamação (Foto: Matheus Pereira)
No final, quando já batia o desespero e os chutões eram frequentes, Kanu teve nova chance, aos 42; ele recebeu na frente, e quando adentrava a área bateu cruzado, com a bola passando mais uma vez rente à trave. Mais tarde, na última finalização da partida, o volante Marquinhos bateu por cima. O jogo ia até 50, no entanto ainda sobrou tempo para uma nova polêmica.

O time do Caravaggio era só pressão no campo de ataque, sufocando o Ferroviários, e teve um escanteio a seu favor quando o cronômetro já passava do tempo regulamentado pelo árbitro. Mas o sr. Eires resolveu finalizar a partida ali mesmo, sem deixar o escanteio ser cobrado: Caravaggio 0x0 Ferroviários. Mas preciso dizer que deu confusão? Os jogadores e - principalmente - a comissão técnica do clube partiram para cima do dono do apito, e ele só conseguiu entrar no vestiário e fechá-lo depois de muito esforço, deixando a discórdia para os enfurecidos reclamões do lado de fora.

Muita confusão marcou o fim do jogo (Foto: Matheus Pereira)
Dado o fim do jogo, retornei para Criciúma, pois no domingo (23), teria mais. No entanto, eu podia cobrir apenas uma das duas partidas, pois estas ocorreriam simultaneamente, uma ali mesmo na Montanha e outra no estádio Darci Marini, em Nova Veneza, casa do rival Metropolitano. Amanhã vocês saberão qual a partida escolhida e o desfecho da competição, aqui no Desprovidos.

Até mais ver.

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